Capítulo 22

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*MATHEW*

O dia está sendo horrível para mim. A luz incomoda meus olhos e qualquer barulho lateja minha cabeça. Essa desgraçada deveria pagar muito pelo o que fez comigo... Me transformar em um vampiro?

Desço até a cozinha e vejo Cecília e Beatrice sentadas comendo e me junto a elas.

- Até que virar vampiro teve seu lado positivo né? - Trice ri e me da um pão. - Acordar cedo é bom.

Dou risada junto com elas e como um pedaço do pão. Meu Deus, tá horrível! O gosto já não é mais o mesmo. Quero sangue, necessito dele.

- Aqui! - Cecília me da um copo pequeno com sangue de coelho. Outra nojeira.

- Obrigada.

- Você vai se acostumar, Mathew. Andrew e Charlotte comiam comida normal. - Beatrice passa o polegar sobre minha mão tremula que segura o copo com o sangue.

- Nem me fale o nome desses dois. - digo enquanto tomo pequenos goles da vida do coelhinho. - Logo precisarei voltar para meu reino, meu tempo já se acabou aqui. Meu pai vai mandar que me queimem se ele souber que agora vivo de sangue. Meus olhos me entregam.

Estou tão desesperado, sem saber o que fazer. Como vou aparecer diante dos meus pais com os olhos vermelhos? Arabella com certeza terá a maneira certa de me ajudar.

- Seus olhos vão voltar a cor natural com o tempo. - Cecília pega o copo da minha mão. - Só um copo por dia, apenas por essa semana.

- Como assim? - ergo a sobrancelha e sinto as presas saírem para fora.

- Por isso. - Philip entra na cozinha e aponta para minhas presas. Mas esse maluco aparece da onde? - Você precisa aprender a se controlar.

A manhã passava e Philip com John me levaram para o jardim. O sol queima minha pele, mas é preciso que me acostume com ele. Philip fez com que eu aprendesse a usar minha velocidade e isso é muito mais difícil do que pensava, mas consegui pegar o jeito. John fez com que eu subisse na árvore mais alta do jardim e que pulasse me mantendo no ar, ou seja, suicídio.

- Anda, Mathew, pula logo.

- Não. - fico agarrado ao tronco da árvore. - Eu vou quebrar o pescoço e morrer.

- Você é imortal, cara. Você volta a viver. - Philip faz duas conchas com a mão para aumentar o som.

Dei um salto com confiança e fui caindo do alto do Pinheiro. Bati com o rosto no chão, uma queda de mais de 2 metros de altura.

- Aí! - coloco a mão sobre o pescoço. - Eu não vou fazer isso de novo.

- Vai sim. Sobe lá e pula de novo, e, se concentra. - John me empurra.

- E quem vai me obrigar? Agora sou mais forte que vocês todos.

Uma flecha passa raspando sobre meu pescoço e acerta a árvore. Vejo Arabella parada com um pijama e a feição horrível. Pálida e caída. Ela chega perto de John e Philip erguendo o arco para cima e o olhando dizendo:

- Madeira... Ah, madeira... Esqueci de falar que madeira mata vampiros quando acertada bem no coração. Philip, se ele se recusar a fazer qualquer coisa pode usar a o arco.

Ela se vira e vai andando bem devagar de volta para o palácio.

*ARABELLA*

Eu não me sinto bem. Me olho no espelho e vejo uma pele pálida e uma marca roxa embaixo dos olhos. A boca sem cor. A vontade de vomitar toda hora me invade, sinto que minhas entranhas ainda vão sair pela boca.
Me deito na cama e me cubro. Está um sol lindo lá fora, mas estou morrendo de frio. Coloco a minha mão sobre minha testa e percebo que estou queimando de febre. A porta do quarto se abre e vejo um vestido branco simples no corpo de uma morena clara com os olhos castanhos claros arregalados olhando para mim. Beatrice entra e diz:

- Arabella! O que aconteceu?

- Não estou muito bem. Estou vomitando desde semana passada.

Beatrice se aproxima e senta na beirada da cama e coloca a mão delicada sobre minha testa.

- É eu estou ardendo em febre né?

- Meu Deus! Eu posso? - ela ergue as mãos e estende sobre meu corpo. Ela para a mão sobre minha barriga e posso sentir a sua magia sobre meu corpo. - Como eu desconfiava...

- O que foi, Beatrice? - pergunto assustada.

- Como eu vou te dizer isso? Hã... É... Você está grávida, prima.

Grávida?

- Grávida? Como assim? - arregalo os olhos.

- De uns dois meses mais ou menos. Você está se sentindo assim porque o bebê está sugando um pouco da sua magia. Um bruxinho ou uma bruxinha! - ela sorri e bate palmas. Como se isso fosse a mil maravilha. - Mas é de Andrew! Que pena. Vai vir um vampiro nojento. - ela revira os olhos.

- É de um vampiro bem novato. - percebo que ela está me olhando confusa. - Mathew.

- Você acha que ele vai ser um bom pai?

- Sinceramente? Não faço ideia. Ele está tentando se acostumar a sua nova natureza. E estamos juntos agora, sem brigar. - dou uma risada seguida de um suspiro.

Fiquei pensando a tarde toda sobre isso. Gravidez agora? Sério? Eu não estou preparada para ser mãe. Mas, essa criança vai ser muito amada, claro! Eu sempre quis ser mãe, mas percebi que não estou preparada. Tem dois vampiros psicopatas a solta e bruxas do norte, muito perigosas atrás de Cecília. Tenho 17 anos só.
A noite chegou e é lua cheia, vou aproveitar antes que minha barriga fiquei gigante e eu não consiga mais me transformar.

- Mandou me chamar?

Mathew entra e Jesus! Como sua aparência está horrível, cheio de arranhados feito por galhos de árvores e o rosto de cansado.

- Sim.

- O que aconteceu? - ele senta à beirada da cama e passa o polegar em meu rosto. Eu estava precisando disso.

- Não sei como te falar isso. Hã... Eu ... Hã... É...

- Fala logo, Arabella.

- Estou grávida! - falar isso é como se alguém tivesse enfiado uma faca de prata em meu estômago.

- O que? Grávida? - ele arregala os olhos claros. - Eu vou matar aquele Vampiro Desgraçado! Andrew te engravida e foge. Que babaca! Eu vou acha-lo e mandar matá-lo. - nessas meias palavras dele eu estou falando o nome dele repetidamente para que ele possa calar a boca grande dele e me escutar.

- MATHEW! - ele para de falar e me olha. - O bebê é seu.

O recém vampiro de pele morena acaba de ficar branco feito uma pena de uma pomba branca.

- Meu? Mas... Meu Deus... Eu vou ser pai?

- Sim, idiota. - reviro os olhos.

- Meu Deus! - os seus olhos ficam marejados e ele sorri. - Espero que seja uma menininha e que seja igual a você.

Me encontro chorando e sorrindo de alegria. Achei que ele reagiria de outra maneira, que diria que não estava preparado para ser pai por ter apenas 18 anos, mas não, ele sorriu e chorou e ainda disse que quer que seja uma menina.

- Agora saia, preciso ir para a floresta. - aponto para a lua brilhante e enorme resplandecente na janela do meu quarto.

- Mas de jeito nenhum você vai ir se transformar. Você está grávida! - ele franze a testa e arqueia uma das sobrancelhas.

- Mesmo que nós tenhamos um filho, você não manda em mim. Eu preciso me transformar pro bebê acostumar com a natureza dele.

- Você vai me matar qualquer hora, amor.

- Amor? - meus olhos brilham. - Eu te amo, amor. - o beijo e vou até Cecília e Beatrice para irmos à floresta uivar.

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