stuck in my head || jjk + pjm

complicated.

𝐉𝐄𝐎𝐍 𝐉𝐔𝐍𝐆𝐊𝐎𝐎𝐊

– Será que um dia você vai conseguir viver sem mim? – ouvi a tão familiar voz dizer seguida de uma gargalhada alta e escandalosa. Vinha de trás dos armários, onde ficava o banheiro. Estava com seu uniforme, arrumando sua touca que estava toda amassada, como todos os dias. Apenas uma coisa estava fora do normal.

– Mas que porra de cabelo é esse? – me aproximei e levei minha mão até seus fios, que agora estavam tingidos de um roxo bem claro, quase se tornando um brando rosada. – Fez para impressionar o Namjoon, né? O que ele achou?

– Nós fomos ontem no cabeleireiro. Queriamos mudar um pouco nosso visual sem graça. – explicou dando um tapa em meus dedos, me impedindo de continuar mexendo em seu cabelo. Colocou por fim sua touca. – Ele pintou de preto e cortou um pouco.

Seokjin e Namjoon eram um casal clichê, às vezes dava até ânsia ao pensar em tanta perfeição.

Se conheceram no ensino médio, com seus hormônios à flor da pele por conta da puberdade. Se apaixonaram no momento em que se viram e começaram a namorar rápido, ficando juntos até hoje.

Se me mandarem falar um casal que ficaria junto pelo resto de suas vidas, eu diria eles com toda a certeza do mundo. Nesse relacionamento não existe mentiras, ciúmes e praticamente nenhuma intriga. É realmente perfeito, parece até mesmo que veio de um livro do John Green.

Não que eu sentisse inveja ou coisa do tipo, mas cacete? Como alguém pode ser tão sortudo ao ponto de acordar em um simples dia e receber seu amor verdadeiro de mão beijada? Esse filha da puta não teve uma única decepção amorosa enquanto eu me ferrei logo de cara.

– Vocês dois ficam mais gostosos a cada dia que se passa. Já pensaram em fazer um vídeo porno? Eu bateria várias assistindo. – ri ao ver sua cara de nojo e logo terminei de me arrumar, colocando minhas luvas e touca. Fui para a frente da loja, me deparando com uma Samantha furiosa por estarmos demorando com muita clientela.

– Será que vocês poderiam me ajudar? – bufou, quase cuspindo suas palavras em nosso rosto.

Quando já estava no final do meu turno, cansado por ter ficado horas em pé, ouvi a porta ser aberta, indicando que mais um cliente havia chegado. Me surpreendi quando vi Taehyung e sua querida mãe se aproximando, o que me roubou um sorriso enorme, afastando qualquer sentimento ruim que existisse em meu corpo.

Conheço aquela senhora desde quando nasci; dormia na casa dela quase todos os dias quando meus pais iam trabalhar e sempre almoçava lá depois da escola. Podia dizer que era um anjo de tão gentil e dócil, uma mulher fantástica.

– Quanto tempo, tia! – dei a volta no balcão, já com os meus braços abertos, e lhe dei um abraço forte e caloroso, cheio de saudade e carinho. – O que te trouxe aqui, senhora? Não está cansada por causa da viagem? Deveria parar um pouquinho agora e ir descansar.

– Estava com tanta saudade, Jungoo. – confessou me chamando pelo apelido que me dera quando me viu pela primeira vez, apertando meu corpo com o pouco de força que ainda tinha. Segurou meu rosto com suas mãos e me deu um beijo demorado na bochecha.

Nós nos víamos raramente já que ela ainda morava na Coreia e não gostava de aviões. Era sempre uma grande alegria quando nos reencontravamos depois de meses.

– Taehyung deixou minhas coisas em casa e me trouxe correndo para cá, como se estivesse tentando me proteger de algo totalmente perigoso. – riu, olhando para seu filho que agora estava cumprimentando Seokjin. Me chamou, fechando e abrindo a sua mão, portanto me aproximei e deixei minha orelha virada para ela, já sabendo que iria me contar algo em sussurros. – Sei que a casa está uma bagunça. – se afastou, colocando o indicador na frente da boca e rindo, deixando claro para eu não contar isso para o garoto de cabelos escuros.