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Estou em constante mudança, muitas coisas estão acontecendo em simultâneo. Já se passaram três dias que Thalita foi viajar, três dias que estou em contato constante com a solidão. Hoje a Gabriela e eu vamos estudar. Afinal, ela me deve após ter feito aquilo por ela.

— Laura, você veio…

— Meu interesse aqui é outro — não quero perder tempo com ela — sobre o que iremos estudar hoje?

— Física.

Física? Eu odeio física.

Passamos algumas horas estudando até que Gabriela me fez a seguinte pergunta:

— Você gosta de estar comigo? Da minha companhia…

— Não. — não quero manter contato com ela, é melhor assim. Sua expressão facial ficou com o semblante triste. Automaticamente contrai minha fala — Claro, estou brincando.

— Ótimo. Sabe, eu gosto muito da sua companhia, pensei até em sermos amigas. Soube que Thalita está fora da cidade…

Garota insuportável.

— Por pouco tempo.

— Vamos tomar um café?

— Vamos.

O silêncio era constrangedor. Até demais. Gabriela tentava de todas as formas me fazer sorrir. Ela podia conseguir, se minha mente não estivesse concentrada em olhar as fotos da Thalita. Eu também não suportaria olhar para a cara dela e soltar falsos sorrisos.

A vi beber seu café sem jeito, ela me perguntava sobre tudo, e eu respondia o melhor possível, sempre evitando falar muito e usando respostas curtas como sim, não. Não podia fazer nada, esse era o meu jeito.

— Estou quase terminando o meu café, o que acha de irmos dar uma volta no parque?

— Quem chegar por último paga um sorvete!

No mesmo momento dei uma risada nervosa e comecei a conversar com ela. Gargalhávamos muito, foi realmente um momento marcante, mas a minha mente me lembrou de uma coisa na qual não queria lembrar.

Esses dias no qual fiquei próxima de Gabriela me lembrou bastante minha amizade com Cecília. De certa forma, ela sempre estará ligada a mim, sempre me fazendo lembrar dela. Mas estou muito feliz sem ela.

Meu celular mesmo com a bateria próxima de descarregar recebeu a mensagem de alguém desconhecido.

Número privado: estou voltando amanhã, perdi meu celular no caminho. Quando chegar te explico melhor, te amo minha menina.

Ninguém mais me chama de “minha menina” além da Thalita. Fico feliz e aliviada que enfim ela vai voltar.

Número privado: ligue para mim, quero ouvir sua voz.

Com o celular quase desligando? Tenho que ir para casa e pôr para carregar.

— Gaby, tenho que ir para casa.

Ela se aproxima me envolvendo em um abraço e eu, logo em seguida beijo suas bochechas. Por costume. Ela vira o rosto e acidentalmente nossos lábios se tocam, em um afamado selinho.

— Me desculpa — Gabriela sai correndo apavorada.

Eu poderia muito bem ir atrás dela, mas Thalita em primeiro lugar. Não fiquei surpresa, até porque foi apenas um selinho e, pelo menos da minha parte, foi algo integralmente inofensivo.

The Diary of Bissexual - Um Novo Diário Onde histórias criam vida. Descubra agora