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O caráter da Gabriela sempre foi duvidoso para mim. Desde do começo. Ter caído naquela chantagem foi uma das piores escolhas que fiz na vida. Até pensei na possibilidade de a Gaby sempre ter tido uma “quedinha” por mim. Beijo é beijo, não é mesmo? Pode transmitir inúmeras emoções ou sentimentos em um simples tocar de lábios. Para mim não passou de um toque simples e rápido. Para ela, já não pode ter significado a mesma coisa. Estive pensando em encontrá-la esses dias, mas estava muito ocupada em pensar como vou conquistar Thalita novamente. Vou me encontrar com Gabriela hoje a tarde no parque.

— Fiquei surpresa com a sua mensagem. Poderia jurar que não iríamos nos ver mais. — ela sorri com os lábios.

— Não espere nada de mais. Aquele “beijo” não significou absolutamente nada para mim. Queria pedir educadamente, Gabriela, que rompemos nossa amizade. — a fitei.

— Entendo… O lance com Thalita…

— Lance não! Ela é minha namorada. E te peço só mais uma coisa…

— O quê?

— Não conta para Thalita… Queria manter tudo longe dela…

— Tudo bem. — foi até mais fácil do que pensei. — Só que não. Eu gosto de você. Sei que você nunca sentirá o mesmo… Não vou deixar você escapar tão fácil assim… Quero um beijo.

— Eu não vou te beijar, Gabriela. Está ficando maluca!?

— Ou você beija, ou eu conto tudo para Thalita.

Nem seria tão horrível assim beijar a Gaby não vou mentir, já senti vontade. Mas agora a situação é complicada. Se beijar ela vai pedir mais e mais… Prefiro que conte para Thalita. Me retirei sem nem ao menos responder.

Eu: Thali, eu entendo perfeitamente que terminamos. Mas preciso conversar com você.

Não usaria o termo “terminar”, nesse caso.

Thalita: Nós não terminámos, ô sua anta. Foi apenas um tempo. Não sei Lau… Promete ser rápida? Se sim, venha na minha casa.

Encontro marcado. Estava pensando em fazer alguma surpresa… Algo que relembrasse nosso primeiro encontro. Lanches, vários beijos e abraços ha ha! Uma pizza de milho-verde vegetariana com refri. Sua comida preferida.

Com os lanches, bato em sua porta.

— Sou eu, Laura.

— Por favor, entre.

Não tinha nenhum outro ser vivo na casa além de Thalita e eu.

— Você trouxe comida… Não precisava…

— Qualquer coisa para te deixar feliz!

— Sobre o que queria conversar? — Thalita se senta na mesa da escrivaninha.

— Te pedir desculpas.

— Ô Lauraaa, você não fez nada, eu só precisava de um tempinho, sozinha. — ela ri um pouco desconfortável

— Poxa! Você é tão linda, olha esses olhos, esse corpo… Unicamente tudo existente em seu corpo, em você… — me aproximo para mais perto — Eu não consigo aceitar o fato de estar perdendo você cada vez mais. Essa distância tá maltratando, eu não consigo me concentrar, pensar, fazer nada que não me lembre o quanto fui otária com você.

— Você sempre sabe a coisa certa a se falar ou inventa praticamente tudo? — Ela ri — Senti falta do teu toque, do teu abraço. Quero-te sempre, todos os dias na minha vida. Promete ficar mais calma? Já resolvi toda essa confusão.

— Qualquer coisa por você. Você não imagina o tamanho da minha gratidão pelos sorrisos que me arranca sem esforço algum, nos momentos em que eu mais preciso.

— Você pode por favor, educadamente, vir para mais perto, para eu lentamente poder ter que beijar? — me inclino para a frente e beijo o sorriso que acabou de surgir em seus lábios enquanto agradeço silenciosamente ao universo por tê-la devolvido para mim.

Thalita é como um vulcão. Alimenta uma série infinita de erupções arrebatadoras que chegam à profundidade da minha alma.

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