A Herdeira da Luz. ( Reescrevendo)

03

Estou andando pelos corredores da escola, quero ir pra um lugar longe de tudo e todos, sem notar que tinha alguém me seguindo continuo a caminhar, vou em direção do meu lugar favorito, embaixo da árvore, não sei por que mas me sinto tranquila aqui.
Quando chego me sento com as pernas encolhidas e choro, deixo cair as lágrimas que tentei segurar depois daquilo. Escuto um barulho ao meu lado, olho e vejo a Camila. De onde que ela apareceu?

Camila- Oi. De novo isso?

Kaila- Já estou acostumada, toda vez é a mesma coisa, todos os dias desde que vim pra essa escola.

Camila- Você não devia deixar aquela menina fazer isso com você, porque não revida?

Olho para seu rosto e parece preocupada de verdade, mas não consigo confiar totalmente.

Kaila- Eu não posso revidar.

Ela me olha estranho como se eu fosse doida.

Camila-  Como assim? Porque não?

Kaila- Porque vivo com a família dela, não posso fazer isso, seria expulsa.

Camila- Bom, assim fica complicado.

Diz coçando a nuca.
Fico olhando para o chão sem saber oque falar, então Camila se levanta e estende a mão para mim.

Camila- Vem, você precisa espairecer um pouco. Vou te levar a um lugar que eu gosto de ir quando to mal.

Kaila- Mas e as aulas? Eu preciso voltar lá pra dentro, minhas coisas também estão lá.

Camila- Não seja tão careta. Voltamos antes da aula terminar.

Olho pra ela desconfiada, não sei se devo aceitar, mas também não quero voltar para sala e ver todos rindo de mim. Aceito sua mão e me levanto, ela sorri e vai andando.
Paramos em frente a uma Harley Davidson totalmente preta, nunca vi moto tão linda. Ela me estende um capacete e olho com receio, nunca andei de moto, só na minha bicicleta, pego o capacete da sua mão ainda com medo e subo na moto, fazia tempo que não sentia tanto medo assim, Camila anda entre os carros, acelerando cada vez mais, acho que meu coração vai sair pela boca, estou grudada em sua cintura, sinto que ela esta desacelerando e começa a encostar.

Kaila- Onde estamos?

Falo enquanto observo o local. Isso não é, com toda a certeza do mundo, um lugar que eu viria por conta própria. Parece ser uma boate tem dois andares é muito grande e toda pintada de preto tem luzes para todo lado mas como ainda está de dia não da pra ver direito.

Camila- Essa é a Toca do Demônio.

Me arrepio toda só de ouvir esse nome, e olha que ainda nem entrei, quem na face da terra ia dar um nome desse para um lugar.

Kaila- É... que nome diferente...muito simpático sabe, mas, acho que deixei minha coragem lá na escola, melhor a gente voltar pra pegar.

Digo sem conseguir conter o medo na voz. Ela me olha e da uma gargalhada um pouco malvada.
 
Camila- Não se preocupe, é só o nome, mas lá detro não é tão ruim.

Kaila- Tudo bem então.

Camila vai andando na frente e eu a sigo, já estou me arrependo de vir aqui.
Ao passar pela porta me assusto com o volume do som, não sei como não ouvi lá de fora, tem luzes piscando para todo lado me deixando zonza, os jovens estão espalhados, uns dançando, outros bebendo em um bar mais ao fundo, uns se pegando de uma forma que só de olhar já estou com vergonha. Camila solta um suspiro, ela parece realmente estar em casa aqui.
Vamos andando até o bar, passando pelas pessoas, ela se senta em um banquinho e eu à acompanho.