A Herdeira da Luz. ( Reescrevendo)

25

Sabe quando uma coragem de não sei onde toma conta de você e você acaba fazendo algo que nunca teria feito em sã consciência? Foi isso que aconteceu comigo, depois de pegar o fantasma fomos até o lugar onde ficam as malas, o Treevor logo achou as dele e disse que ia até lá fora chamar um táxi, concordei e fiquei à espera das minhas, que é apenas uma mochila grande, vejo ela se aproximando e claro para minha sorte também vejo a aerovaca que não gostou de mim, ela passa por mim e da um esbarrão, aquilo me irritou, vejo que ela foi ajudar uma senhora a pegar suas malas então uma coragem me invade, ando tranquilamente até as duas e "sem querer" dou um esbarrão na aerovaca, a mulher solta um gritinho e caí no meio das malas, como tinha muita gente ninguém reparou oque tinha acontecido direito, saí tranquilamente para encontrar o Treevor e o fantasma com um sorriso vitorioso.

Treevor- Oque aconteceu?

Ele pergunta notando como estou feliz.

Kaila- Nada não, só to feliz que saí do avião.

Sorrio com um jeito inocente, ele não parece muito convencido mas fica quieto, logo o táxi chega e foi bem difícil convencer o taxista a deixar o fantasma entrar, acho que ele nunca tinha visto um cachorro daquele tamanho, depois do Treevor conversar e oferecer mais dinheiro ele concorda, começamos a andar pela cidade, tudo é tão bonito, parece até um sonho, as casas tem um estilo antigo muito bonitas, estava admirada.

Kaila-Vamos para onde?

Treevor- Vamos até a capital da Grécia...

Não deixo ele terminar de falar e solto um gritinho que assustou o motorista.

Kaila- ATENAS!

Ele olha para mim surpreso com minha euforia, mas depois sorri.

Treevor- Pelo jeito você sempre sonhou em vir aqui mesmo.

Sorrio para ele.

Kaila- Com certeza.

Nossa viagem demorou um pouco, fico fazendo carinho na cabeça do fantasma e pensando em como isso vai ficar caro, quando finalmente chegamos já era noite.

Treevor- Pronta?

Kaila- Claro.

Começamos a andar pela cidade, escuto ele dizer que estamos ao sul de Atenas, estava impressionada com tudo, mas quando vejo de longe um local que parecia um templo antigo meu coração quase salta da boca, eu sei onde estou, não da pra acreditar.

Kaila- É o templo de Poseidon!

Digo e saio correndo, o lugar é espetacular, as colunas gregas mesmo antigas ainda são bonitas, corro com cuidado envolta delas, não quero estragar algo sem querer, vejo que mais à frente tem um penhasco e vou até lá, prendendo a respiração.

Treevor- Poxa, não precisava sair correndo.

Escuto o Treevor dizer com dificuldade para respirar, o fantasma estava ao seu lado com a língua para fora, estou tão chocada com a vista que nem me importo em responder, o céu está estrelado e consigo ver o mar, é tudo tão lindo.

Kaila- Isso é lindo demais.

Treevor- Concordo.

Ele diz olhando para mim. Fico mais uns minutos olhando tudo e ele me espera pacientemente.

Kaila- Você não sabe como estou feliz! Mas onde está a casa do guardião?

Não tinha visto sinal de alguma casa.

Treevor- Você precisa olhar, precisa querer ver.

Kaila- Como assim?

Treevor- Imagine a casa dele, pense que ela está aqui, só assim a barreira vai se abrir para nós.

Concordo com ele e tento imaginar uma casa no meio de tudo isso, aos poucos consigo ver uma cabana e todo o resto vai sumindo, as colunas antigas desaparecem dando lugar a uma grama verde e algumas árvores, na frente das árvores fica uma cabana simples, me viro para o Treevor e ele parece surpreso como eu.

Treevor- Bom trabalho. Agora vamos ver como está a cabana.

Seguimos em direção da cabana, enquanto o fantasma corre para o meio das árvores, o Treevor já retirou a magia dele e agora ele é o meu lobinho de novo, a porta estava aberta e dentro tudo parecia bem limpo, estamos em um sala que tem dois sofás e uma estante com alguns livros antigos, uma bancada separa ela da cozinha, nela tem uma mesa com cinco cadeiras, uma pia e um fogão, entramos pelo corredor e vejo três portas, uma delas é um banheiro simples e as outras são quartos, deixo minha bolsa na cama e vou até a sala, pego um dos livros para ler mas estava escrito em uma língua que não conheço.

Kaila- Eii Treevor, você sabe ler isso aqui?

Pergunto indo mostrar o livro para ele que está na cozinha, ele tentava acender o fogo. Ajudo ele a terminar e logo lhe mostro o livro.

Treevor- Só sei algumas coisas, mas pelo que entendi é um livro que explica como controlar o ar. Pode ser útil.

Kaila- Verdade, amanhã podemos tentar ler algo.

Treevor- Tudo bem, vou te ensinar um pouco de luta corpo à corpo, você tem que aprender a se defender.

Ajudo ele a preparar algo para comer e depois tomo um banho rápido, quero dormir logo. Vou até o lado de fora da cabana e chamo pelo fantasma, vejo ele vir correndo, estava comendo algo, ele segue comigo para dentro.

Treevor- Boa noite Kaila.

Ele diz indo em direção do quarto que vai dormir.

Kaila- Boa noite.

Deito na cama e o fantasma deita ao meu lado, abraço ele e espero o sono vir, mas ele não vem, meus pensamentos estão no Connor e nas pessoas que deixei para trás, logo sinto meus olhos se encherem de lágrimas, me levanto da cama com cuidado para não acordar o fantasma e decido ir andar um pouco, não quero chorar, pego minha capa na mochila e saio de casa, o vento bate em meus cabelos, caminho até o penhasco e sento em sua beirada, fico olhando para o mar e tenho uma grande vontade de entrar lá, mas se eu pulasse daqui acho que não ia sobrevier, ao meu redor tem flores brancas e a grama é macia, deito no chão e fico observando as estrelas, tudo está tão calmo e o único som que escuto é o dos grilos e do vento passando ao meu redor. Quando estou quase dormindo ali mesmo o barulho de passos chama minha atenção. Olho para trás e vejo o Treevor.
Ele se senta ao meu lado e me observa por um tempo, seus olhos azuis brilham à luz da lua.

Treevor- Problemas para dormir?

Só concordo e continuo deitada olhando para o céu, ele deita ao meu lado.

Kaila- Você acha que eu vou conseguir derrotar o Salazar?

Treevor- Tenho certeza que sim.

Me viro para ele, seu olhar está nas estrelas.

Kaila- Tenho medo de não ser forte o suficiente.

Treevor- Você vai ser.

Diz se virando para mim, nossos rostos estão muito próximos e isso me deixa desconfortável.

Kaila- Que tal a gente treinar um pouco?

Pergunto me levantando logo, ele me olha um pouco surpreso mas depois sorri.

Treevor- Vamos sim, quero ver se consegue se defender de mim.

Seu sorriso é malvado, acho que vou apanhar muito.