Got a secret, can you keep it?

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Capítulo 10

A sexta-feira começara com um típico friozinho outonal, as folhas caindo sobre calçadas, fazendo barulho quando pisadas. O dia favorito da semana de estudantes entediados não seria tão bom assim para Taehyung. Não depois que ele acordara com a lembrança da promessa que fizera a Jeongguk: "Sexta-feira, voltamos na sexta-feira."

Se alguma vez se arrependera de alguma coisa em sua patética vida, fora daquelas poucas palavras. Principalmente depois do dia anterior e o jeito como o filho do pastor falara com ele. Como se fosse seu dono, e ele seu brinquedinho sexual favorito. E o beijo. O maldito beijo no qual ele havia pensado a noite toda. E que lhe causava arrepios pelo corpo todo.

Tae colocava seu casaco de moletom vermelho-sangue quando Sunhee abriu aporta do quarto, sorridente. Sunhee era uma mulher pequena, de olhos grandes brilhantes e muito bonitos. O cabelo castanhos escuro caia em cachos fofos ao redor das bochechas salientes. Os lábios pintados de coral mostravam um sorriso que seria considerado maternal por muitos, mas não para Taehyung. Para ele era só um sorriso vazio. A mulher usava um vestido azul marinho que combinava com um casaco curto da mesma cor, e saltos altos e negros nos pés. A rainha do lar, pronta para oferecer uma torta de amoras aos primeiros vizinhos que chegassem, e sorrir ao mostrar sua casa impecavelmente limpa, com certeza.

- Taetae, querido – sua voz baixa e gutural o chamou – Jimin está esperando por você lá embaixo.

- Diga a ele que já vou – o garoto respondeu seco, desviando o olhar para acalça jeans que usava. As coisas com a mãe adotiva sempre foram complicadas, desde que o garoto chegara ali. A relação dos dois era muito diferente do que Sunhee esperava ter com seu novo filhinho. Se por Chung Taehyung tinha uma afeição gigantesca que o fazia não ser um rebelde sem causa toda vez que ele lhe dirigia a palavra, com a sua digníssima esposa as coisas não funcionavam assim. Taehyung nunca hesitaria antes de ser grosso com a matriarca. O sorriso de Sunhee fraquejou quando ele concordou levemente com a cabeça, antes de deixar a passagem livre para o garoto passar.

Jimin esperava junto a porta de entrada da casa, um casaco xadrez azul degola alta escondia parte de seu corpo. Era exatamente o tipo de roupa que gostava de usar. Mostrou a língua para o garoto quando este o beliscou,antes de abraçá-lo fortemente. Jimin conseguia levá-lo para um mundo onde as coisas eram mais fáceis, onde nada o machucaria e onde não existissem igrejas ou pastores com filhos demoníacos.

- E Dahyun? – ele fungou, quando se deu conta da falta da garota que sempre o acompanhava.

- Ficou em casa. Disse que pegou uma gripe, ou algo do tipo, mas para mim é só uma desculpa para faltar mesmo.

- Se vocês não fossem gêmeos, ninguém diria que são irmãos.

- Todo mundo me diz isso – ele suspirou, dando de ombros por um momento – Mas, mudando de assunto por um momento, e Jeon, voltou a te incomodar?

- Não – a mentira escapou-lhe pelos lábios como se fosse uma piada, querendo desviar o assunto que o atormentava nas últimas horas– Vamos? Quantos antes chegarmos ao colégio, antes saímos.

XX

Namjoon parecia mil vezes mais agitado do que o normal enquanto ajustava os suspensórios vermelhos por cima da camisa azul clara de mangas curtas que usava. Jogava os cabelos castanhos para trás enquanto esperava seus alunos lentos como lesmas se acomodarem nas cadeiras frias e duras da pequena sala do coral. Taehyung havia voltado ao seu lugar de origem, o mais longe possível de Jeongguk. Um leve tremor de irritação ainda agitava seus músculos a cada vez que se lembrava dos últimos acontecimentos extasiantes e vergonhosos em seu quarto na casa dos Kim. Seu cérebro trabalhava rápido em maneiras de dar o troco, de fazê-lo tremer e se sentir tão irritado quanto ele. Queria apagar de sua carne as lembranças que Jeongguk deixara, e se focar somente no fato de que o garoto em questão não prestava. Nem merecia que ele gastasse tanto tempo pensando nele. Sextas.Dias de apresentação voluntária.

STIGMAOnde histórias criam vida. Descubra agora