Losing my religion

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Capítulo 4

O Saenghwal era um pequeno pub onde bandas de rock gostavam de se apresentar. Era intimista, com suas paredes de concreto iluminadas por candelabros que jogavam luzes amarelas por todos os lados. Sofás vermelhos nos reservados e mesas de madeira polida davam um ar aconchegante ao lugar. O bar era longo, o balcão de vidro negro, os bancos altos de madeira e milhares de copos e bebidas variadas ao fundo. O lugar cheirava a tabaco, whisky e perfume barato. Taehyung sorriu. Era um bom lugar, afinal.

Jeon surgiu atrás dele, um cigarro pendurado na boca, a carteira aberta nas mãos. Algumas notas foram puxadas rapidamente de lá, sem que Tae conseguisse ver o seu valor. Jeongguk o puxou novamente, ele começou a se irritar. Estava se sentindo um saco de batatas. Tentou dar o tapa mais forte que conseguia em seu ombro quando ele os parou em frente ao bar.

- Hey, violência gratuita?

- Pare de me carregar por ai, não sou uma criança.

- Tem certeza? – Jeongguk perguntou, fingindo preocupação.

- Cale a boca.

- Duas doses de tequila, por favor – ele gesticulou para um garçom que passara ali rapidamente – e, se você não é uma criança, posso te deixar um momento sozinho aqui enquanto converso com alguns amigos – ele acendeu o cigarro –não suma, e não beba minha tequila!

Taehyung observou-o costurar um caminho entre a pequena multidão ali dentro, e para num pequeno grupo nada simpático. Se ele tinha alguma dúvida de que aquele garoto realmente não prestava, agora ele tinha certeza. O que tinha que decidir agora era o que iria vencer: o medo de fazer papel de idiota na frente dele, o medo dele ou a maldita atração que Taehyung definitivamente estava sentindo.

Sem pensar muito, virou o pequeno copo de tequila garganta a baixo, arrependendo-se imediatamente. Aquilo queimou sua garganta, o fazendo tossir descompassadamente, enchendo seus olhos de água. Um garçom parou, olhando para ele espantadamente, mas logo seguindo seu caminho.Recuperado do acesso de tosse, o garoto sentou-se num dos bancos de madeira, encostando a cabeça no vidro frio. O que diabos estava fazendo? A quem estava tentando enganar? A resposta era clara: ao cara sexy de olhos escuros pecadores que até pouco tempo atrás ele achava que era um idiota

- Taehyung?

A voz não era de Jeongguk. Era mais doce, suave. Era como uma cantiga de ninar no meio da confusão. Ele levantou a cabeça, tirando a franja bagunçada da frente do rosto. A voz era do garçom que voltara e o observava mais atentamente. Trazia um pequeno copo consigo. Mas ele não conseguia reconhecê-lo. Parecia tão familiar. A resposta parecia na ponta da língua. Mas faltava o clique final.

- Desculpe, eu te conheço?

Ele era bonito. Tinha um sorriso bonito. Uma risada gostosa de ouvir. Os cabelos num castanho avermelhado elegantemente para trás faziam uma estranha combinação com os olhos da mesma cor. Haviam músculos definidos por baixo da camiseta preta padrão, músculos não como os tentadores de Jeongguk, mas suficientes para se notar. Ele definitivamente era um bom quadro para ficar admirando.

- Achei que tantas manhãs dividindo uma sala de coral abafada te fizessem pelo menos olhar para as pessoas. Acho que me enganei. Foi então que veio o clique.

- Hyung Sik?

- Na mosca.

Cabelos limpos e penteados, falta das camisetas engraçadas e dos video-games portáteis  e roupas de nerd: bingo! É claro que ele não o havia reconhecido de primeira.

- O que faz aqui?

- Trabalho aqui. E você?

Ele mordeu o lábio inferior, apontando discretamente com a cabeça para o lugar onde Jeon ria alto com os amigos. Hyungsik soltou um 'ih' baixinho,um tanto desgostoso.

STIGMAOnde histórias criam vida. Descubra agora