Ato IV

13.5K 879 206
                                    

Quando Jungkook abriu a porta do apartamento, eu estava parada no corredor, braços cruzados sobre o peito, a feição mais neutra possível.

– Boa noite, noona! – seu sorriso quase me desmontou, mas não me deixei abalar.

– Vai pro quarto agora.

– Poxa, não mereço nem um beijinho de boas-vindas?

– Não. Vai pro quarto e eu vou te dar o que você merece.

Ele passou por mim sem desviar o olhar, me olhando de baixo, conseguia milagrosamente mesclar uma expressão acuada e desafiadora. Como ele fazia aquilo?

Entrou direto no meu quarto sem que eu indicasse. Minha cama era de casal e a dele de solteiro. Era lá que tínhamos transado na noite anterior.

– Tira a roupa – mandei, de pé encostada no batente da porta. – Toda.

Observei-o enquanto ele removia peça por peça, numa lentidão torturante, o tempo todo me olhando nos olhos. Seus cabelos sempre arrumadinhos esvoaçaram quando puxou a camisa e a jogou longe. Somente ao se ver livre da cueca Jungkook baixou os olhos, levemente corado, mas sem tentar esconder a semi-ereção que despontava.

– Deita na cama.

Enquanto ele obedecia, procurei por um cinto em uma das gavetas da cômoda. Me aproximei da cama com o objeto em mãos, ele ainda me olhava por baixo da franja um pouco grande bagunçada, os olhinhos redondos me fitando em expectativa. Ergui seus braços, unindo-os junto a cabeceira metálica, percebi que o frio do metal o arrepiou. Uni seus punhos e os prendi com a tira de couro, dando várias voltas, o cilindro da cabeceira no meio. Por fim, prendi bem a fivela.

– Você sabe que foi um garoto mau hoje, não sabe, Jungkook? – me afastei para observá-lo, nu e amarrado.

Ele mordeu de leve o lábio inferior, mas não disse nada.

– Quando eu faço uma pergunta – ajoelhei no meio de suas pernas, afastando-as bruscamente. – É pra você responder.

– E-eu… fui um garoto mau – não havia um pingo de arrependimento em seu tom, por mais que ele falasse manso e suave.

– Por quê?

– Porque fiz a noona esperar muito tempo.

– E o que mais?

Passou a pontinha da língua pelos dentes da frente, ensaiando um sorriso.

– E o que mais, noona? Não sei…

– Me fez ficar com tesão a tarde inteira por causa daquele videozinho e não estava aqui para me satisfazer, então não consegui trabalhar por sua causa.

– Preferia que eu não tivesse mandado o vídeo?

Corri as mãos por seu torso, bem devagar e leve, mal tocando sua pele toda exposta pra mim. Ele soltou um gemidinho sufocado. Não queria se entregar tão cedo, mas a ereção pulsante deixava óbvio o quanto ele era sensível ao meu toque.

– Não foi isso que eu disse. Além de tudo, é sonso. E abusado.

As pontinhas dos meus indicadores passearam por seus mamilos em movimentos circulares. Suas costas arquearam, mas ele trincou o maxilar para não gemer.
   
– E sensível demais, Jungkook-ah.
   
Dei tapinha em sua glande que já começava a escorrer pré-gozo. Depois, lambi o mamilo duro com vontade, chupando-o até expulsar todos os suspiros presos em sua garganta.
   
– Sabe o que eu deveria fazer? Te largar aí, nu e amarrado, pela mesma quantidade de horas que você me deixou sozinha hoje. O que você acha disso?
   
Quando ele abriu a boca para responder, enfiei meu polegar lá dentro.
   
– Quietinho.
   
Ele chupou meu dedo sem que eu mandasse, já estava ficando treinado, chegou a fechar os olhinhos enquanto o fazia, deixando bem claro o prazer que sentia naquele ato. Corri o polegar molhado por seu queixo, seu pomo-de-adão, a linha bem marcada de seu peitoral, depois pressionei-o contra seu mamilo, o que eu não tinha lambido ainda.
   
– Cadê sua mochila?
   
Ele indicou um canto ao pé da cama. Abri o zíper e tirei lá de dentro um saco plástico com uma embalagem retangular que eu sabia muito bem o que abrigava. Dentro do saco, havia também um frasco de lubrificante.
   
– Você é esperto, Jungkook-ah – dirigi-lhe o primeiro sorriso da noite. – É assim que começa a se redimir.
   
– E-eu quero… quero ser bonzinho pra noona.
   
– Ah, agora você quer ser bonzinho. Que fofo – voltei a me ajoelhar entre suas pernas e dei-lhe um tapa bem dado em uma das coxas deliciosas. Abri a embalagem e tirei o dildo transparente. – Você tem bom gosto, amor. Ele é lindo. Sabe como vai ficar mais lindo?
   
Jungkook hesitou.
   
– Responde – ordenei.
   
Suas faces se tingiram com os mais variados tons de vermelho.
   
– Enfiado em mim.
   
Soltei uma gargalhada sonora, incrédula com a safadeza daquele garoto. Abri o frasco de lubrificante e derramei uma quantidade generosa no brinquedinho, espalhando o líquido com meus dedos em torno dele, simulando uma punheta.
   
– Parece que você treinou bastante sozinho hoje, não foi? Então acho que não vai precisar de preparação, já deve estar bem larguinho…
   
Nunca quis tanto foder alguém quanto Jungkook, por isso minha mão chegava a tremer um pouco em expectativa, mas eu não queria transparecer meu nervosismo. Quando o fiz com meus dedos na outra noite, foi num impulso, sem pensar e sendo guiada por ele. Mas agora era diferente. O próprio Jungkook havia posto toda aquela expectativa sobre mim ao comprar o brinquedo, ao me mandar o vídeo e me provocar a ponto de me enlouquecer. Se eu fosse foder aquele menino delicioso como ele tanto queria, precisava fazer isso BEM.

Good BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora