Ato II

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Quando Jungkook chegou da faculdade, eu estava sentada no sofá com meu laptop no colo, terminando a revisão de um conto. Tentei me manter impassível, mesmo que meu coração tenha dado um pulo ao ouvi-lo abrindo a porta.

– Boa noite, noona!

Respondi sem me virar para vê-lo, os olhos focados na tela, e quando ele entrou no meu campo de visão estava mais lindo do que eu jamais o havia visto. Todo de preto, a calça justa, o tênis Converse, o cabelinho repartido pro lado – como se tivesse se arrumado para aquele dia. Podia ser pra mim, ou podia ser pra causar uma boa impressão no teste de violino.

– Quer uma boa notícia? – largou a mochila e o case sobre uma cadeira. – Fui muito bem na prova. O professor até me elogiou...

– Parabéns, Jungkook-ssi – esbocei um sorriso, ainda perturbada com a naturalidade dele depois do que tínhamos feito na noite anterior.

Ele se jogou no sofá ao meu lado, colou o queixo em meu ombro, me encarando.

– Não vai me dar nenhuma recompensa?

Fechei o laptop.

– Já dei. Comprei frango frito pra jantarmos hoje porque sabia que você iria bem na prova.

– E como você sabia disso, noona? – perguntou, malicioso.

Afastei-me dele para pôr o aparelho sobre a mesinha de centro.

– Porque você foi dormir beeem descansadinho ontem. A febre passou rápido, não foi? – eu também não era fácil.

Jungkook deslizou do sofá até o chão, agarrando minhas pernas e esfregando a cabeça em meus joelhos com delicadeza, como um gatinho se esfrega nas pernas do dono. Pus-me a acariciar seus cabelos.

– Fui um bom menino, noona? – ergueu o rosto e me olhou com aqueles olhões sugadores de sanidade.

– Você foi um menino ótimo, Jungkookie – brinquei com uma mecha de seu cabelo. – Pode pedir pra noona. O que você quer como recompensa?

Então ele abriu o maior sorriso do mundo e disse:

– Eu quero um beijo.

Tive que gargalhar, pois esperava qualquer resposta menos aquela, mas também porque meu coração foi golpeado tão forte que minha única reação foi a risada nervosa.

Escorreguei para baixo, sentando-me no chão junto dele, segurei seu rosto entre minhas mãos e o beijei. Foi bem leve no início, com Jungkook se deixando conduzir pelo meu ritmo. Depois, ele me puxou mais pra perto, as pernas abertas por cima das minhas, tocando meu pescoço com firmeza, prolongando o toque de nossos lábios, trabalhando em minha boca com dedicação quase devota. A ponta dos dedos fazia uns carinhos leves, o polegar delineando meu maxilar, enquanto ele mordia fraquinho meus lábios, depois cortava o beijo pra me olhar nos olhos, e o que eu vi em seu rosto talvez tenha sido orgulho. Como se estivesse satisfeito consigo mesmo por estar ali, exatamente onde estava.

– Obrigado – disse, por fim, sem parar de me olhar deslumbrado. – Posso fazer outro pedido?

– Mas esse garoto tá cheio de vontades hoje... – fingi repreendê-lo.

– Quero te dar prazer com a minha boca – sussurrou no meu ouvido, deixando uma lambida generosa no local. – Sabe, noona, ontem senti seu gosto nos meus dedos e acho que viciei. Quero provar direto da fonte, deixa?

Ele acabou me confessando que era virgem, que o máximo que havia chegado com uma garota antes de mim foi uns amassos e umas mãos bobas por cima da roupa. Disse que tinha medo que eu não quisesse nada com ele por causa disso, mas praticamente implorou pra me fazer sexo oral. Não que eu não estivesse morrendo de vontade. Voltei a me sentar no sofá e abri o primeiro botão do short jeans que vestia. Jungkook segurou minha mão.

Good BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora