Natalie acordou tonta, quase como no dia em que comemorou o fim do ensino médio com tanta bebida de diferentes nomes e cores, aquele tinha sido seu primeiro e maior porre, tanto que ficou por três dias sentido dor por todo o corpo, o que ela fez enquanto esteve bêbada nem ela mesma sabe, mas depois disso resolveu maneirar no álcool.
Ela sabia que não havia bebido e se lembrava do cheiro característico de mofo dos livros, mas algo não batia muito certo, mesmo tonta, ainda sabia que estava tudo claro ao seu redor e na livraria estava escuro, então se lembrou do misterioso livro que brilhava e nessa hora se questionou se realmente não tinha bebido.
Aos poucos se recuperou e se preocupou ainda mais, ali não era a livraria, era uma floresta, muito linda aliás, mas como que ela foi parar ali? Será que drogaram ela? Ela não conhecia drogas mas se alguma tivesse esse efeito tão realístico, ia começar a repensar sobre o uso. Deixando a comédia de lado, ela estava muito assustada, não havia nenhuma lógica para estar ali, era tudo muito real, o cheiro de terra, o vento e o calor aconchegante. Se não estivesse confusa com aquilo tudo, com certeza aquele lugar seria um dos seus favoritos, apesar de viver em sua selva de pedra, a natureza sempre foi um lugar mágico para ela, que trazia paz, mas nem isso a acalmava, o fato de não saber absolutamente nada de onde está ou como foi parar lá era desesperador.
Natalie tento internamente se acalmar, não adiantava entrar em desespero no meio do caos, mas logo que se tranquilizava vinha as paranóias, poderiam haver animais ali e também poderia estar distante da civilização, como ela que nunca antes tinha ficado sozinha em um lugar assim iria sobreviver? Nem acampar ela havia acampado, quem dirá saber se a água de algum rio próximo era potável ou como fazer fogo do nada.
Deixou uma grossa lágrima escorrer pela face, limpou rápido e ergueu o rosto, odiava chorar e se sentir fraca, durante anos lutou para se tornar a mulher forte que era nos dias de hoje, não se deixaria cair tão rápido, não mesmo, já tinha lidado com coisas muito piores e ainda poderia achar ajuda, fora que até achar essa ajuda, que não saberia quando e onde acharia, precisava se manter hidratada, tinha visto em um documentário que um casal campista havia morrido por consumir água de um córrego contaminado e justo quando iriam falar sobre como avaliar se a água podia ser consumida ela desligou a televisão e ainda disse em voz alta para a casa vazia:
"Nunca vou precisar disso, jamais daria uma de louca pra acampar por aí."
Resolveu então andar, e fez um "A mamãe mandou" para se decidir em qual direção deveria ir, no fim acabou seguindo ao norte, até riu de lado imaginando que talvez desse de cara com Jon Snow, mas depois se lembrou que era frio demais e o mundo de Game of thrones era terrivelmente assustador para se visitar.
Um tanto quanto distante de Natalie, tinha ali um pequeno vilarejo de pessoas comuns, mas essas pessoas não faziam parte do mundo de Natalie, ela ainda não sabia mais tinha vindo para outro mundo com pequenos, ou não tão pequenos, detalhes diferentes. O dilúvio no mundo dela já havia passado e a livraria estava como antes, sem nenhuma pilha de livros bagunçados ou sinal de invasão, o dia por lá continuou caótico como sempre, mas ninguém notou a falta de uma pequena mulher, que deveria estar seguindo seu caminho para casa. E já nesse novo mundo descoberto ninguém também não notou nada de anormal, como uma nova pessoa que surgiu do nada e nem fazia idéia de que local vinhera.
No vilarejo a rotina continuava como sempre e sem grandes preocupações, a não ser por causa de um certo rapaz novo que estava hospedado por ali, o local era pequeno e qualquer pessoa nova virava comentário, ele tinha um jeito bem encantador e fácil de conversar, as moças mais novas se atiravam para ele, na esperança de saírem daquela vila velha que já não dava futuro para os mais jovens dali.
Aquele homem que todos se questionavam era João Head, um ladrão das redondezas, ele não era mal, deixe-me explicar, João Head apenas queria curtir sua vida por aí sem se importar com mais nada, o típico vagabundo, e para viver essa vida tranquila ele furtava por aí. Tinha boa aparência, então chegava em pequenos povoados como quem quer nada e jogava seu charme para os moradores que caiam no seu papo e quando percebiam no outro dia o galanteador haveria sumido misteriosamente junto com vários outros pertences.
Caro leitor sei que deve estar se perguntando o porquê de estar falando sobre o vilarejo e sobre João Head, acontece que o rumo norte levará Natalie ao encontro dos dois e talvez a história fosse diferente se ao invés de norte ela fosse ao sul. Mas assim foi decidido pelo acasou ou como preferir "A mamãe mandou".
Oi voltei aqui, e aí prontos para conhecer mais desse novo mundo? Sei que ficou bem vago, mais quero que vocês descubram sobre esse mundo novo junto com a Natalie, mesmo que o livro seja em terceira pessoa. É bom porque assim deixo vocês curiosos e ansiosos por mais, isso não é tortura é pra testar seus corações :)
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Empecilhos
PertualanganOnde quer que você vá, haverá empecilhos chatos demais de se encarar, nem tudo é perfeito, mas é preciso aprender a cair se você quiser se levantar. Esse livro nos trará Natalie, uma pessoa como qualquer outra que encontrará em seu caminho empecilho...