Empecilhos

Um passo e logo chegamos.

Havia se passado um longo mês e muitas coisas aconteceram durante o longo caminho de Natalie e João Head, dentre um grande número de confusões e uma fama evidente, agora se encontravam a pouco tempo do Reino de Outono.

-Irmão tu tem que lutar por amor.- Começou Natalie.

-Não, não me aconselha isso por favor.- E assim completava João Head num dueto de vozes horríveis e muitos sorrisos soltos.

-O marido dela não manda em seu coração.

-Você não sabe 1/3 dessa situação.

-Minha mina e eu... AQUILO ESTÁ MESMO ACONTECENDO?- Gritou Natalie no final da frase e espantou o pobre ladrão, que ficou confuso com a exaltação exagerada da garota.

-Poderia ser menos escandalosa, meu coração é frágil demais para seus gritos histéricos.

-Muito engraçado da sua parte, mais que raios está acontecendo ali?

O que a garota via a sua frente era sem igual, do lado onde se encontrava estava tudo normal, flores lindas por toda parte e um sol gentil a cima de suas cabeças, mas surpreendentemente, como se existisse uma linha invisível, o outro lado era totalmente diferente. O sol não era tão forte como estava e as folhas dançavam o som do vento já secas.

O incrível disso tudo é que nenhum lado invadia o outro, para Natalie acreditar em seus olhos era assustador e ao mesmo tempo fascinante. João Head em si não esboçou nenhuma expressão, vivia desde pequeno brincando entre as fronteiras de reinos e já não achava tão encantador assim.

Natalie encurtou a distância e se aproximou daquele perímetro peculiar, sorria boba como uma criança e  João Head se divertiu junto com a linda garota a sua frente. Os dois ficaram ali por um bom tempo, mesmo João Head estando já acostumado com aquele fenômeno, o sorriso contagiante de Natalie tornava tudo ainda mais lindo de se ver e seu coração se aquecia ao ver a garota empolgada daquele jeito.

Deitaram-se naquela linha imaginária, idéia de Natalie, e ali naquele lugar tão mágico descansavam mentalmente e fisicamente. Não era fácil toda aquela viajem lenta e cansativa, João Head era até acostumado com aquilo tudo, mas para Natalie que veio de um mundo onde tudo era rápido e prático demais, eram longas horas tediosas e sem fim, até mesmo de tanto insistir em cantar Amigo fura olho, trouxe João Head para o lado negro da força e assim faziam o dueto dessa música pelo caminho.

Não havia sido fácil convencer o ladrão a cantar junto com ela, ele não era do tipo que ficava cantarolando por aí, ainda mais uma música tão estranha para ele, mas depois de tanto escutá-la passou a memorizar e consequentemente cantar junto com Natalie.

Olhavam o céu repartido, era tão diferentes, mas iguais ao mesmo tempo, seus corações batiam ao mesmo ritmo, mesmo que não pudessem saber, suas mentes pensavam um no outro, mesmo que não falassem isso.

João Head tirou seus olhos do céu e encarou a garota do seu lado, seus cabelos castanhos se espalhou sobre o solo repartido e seus olhos da cor do de seus cabelos brilhavam lindamente.

Natalie reparou no olhar do ladrão e virou seu rosto para ele, não trocaram nenhuma palavra, apenas mantinham seus olhos um sobre o outro. Sentiam algo inexplicável nunca sentido antes, podiam sentia a respiração um do outro e se observavam como se gravasse em suas mentes cada detalhe do outro.

A pequena cicatriz acima da sobrancelha de João Head ou a marca de espinha no rosto de Natalie. Eram imperfeitos, não tinham nada demais como beleza para o mundo a fora, mas ambos pensavam o quão belos eram um para o outro e essa beleza transcedia não só pelo físico mais sim a beleza de suas almas.

Se aproximavam lentamente sendo guiados por uma força desconhecida, apenas queriam aproximar seus rostos e agiam involuntariamente, quase como se estivesse enfeitiçado um pelo outro.

E quando quase encostaram seus lábios, eis que surge um empecilho, o cavalo que Natalie carinhosamente apelidou de Samuel, relinchou ferozmente e fez com que toda a conexão que havia sido criada entre João Head e Natalie sumisse como pó ao vento.

Tomados pelo susto levantaram-se rápidos e olharam o que acontecia, a primeira vista tudo parecia normal ao olhar deles, mas João Head percebeu algo diferente no ar e logo entendeu toda a situação. Cavalos era inteligentes e eram bastante fiéis as pessoas ao qual tinha um carinho enorme, então se percebiam algo de errado logo avisavam.

João Head acalmou o cavalo e pediu para que Natalie se mantivesse alertar pois poderia haver alguma pessoa por perto, não tocaram no assunto do quase beijo, estavam em estado de alerta e aquele momento anterior já tinha fugido de suas cabeças ocas.

Ouviram após poucos minutos o som de pisadas nas folhas secas do Reino de Outono e do lugar onde se esconderam se mantiveram preparados caso alguém ousasse se aproximar. Porém, o intruso logo sumiu e João Head o reconheceu, era um dos guardas do Reino de Outono e até mesmo se sentiu um idiota por não ter pensado antes no perigo que corriam ao ficar ali na fronteiras dos reinos quando estavam sendo tão falados por aí, pelos seus roubos.

Respirarem aliviados quando já não tinha mais sinal de qualquer outro guarda e até riram dos seus desleixos. Quando a adrenalina passou e estavam agora totalmente no Reino de Outono que se lembraram do que estavam prestes a fazer, coraram e não conseguia manter o olhar por muito tempo, até tentaram dizer algo, mas não sabiam o que dizer, então pegaram suas coisas e subiram em seus cavalos entrando naquele lugar novo e mais misterioso com uma grande dúvida em suas cabeças e uma semente pequena, porém que já crescia, em seus corações.

Aí como amei escrever esse capítulo, desculpem-me se na mesa que tinha um beijinho quebrou e o beijinho não rolou. Preparem seus corações, não se sabe quando esse beijo rola. A música da multimédia é japonesa e eu sei que nem todo mundo curte, mas a letra dessa música tem tudo haver com nosso casal e eu precisava por ela. Tchau até o próximo capítulo ; )