Cap 6

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Minha barriga ainda doí, mas poderia estar pior!
Pelo menos aqui não ficou tão fundo, pensar dessa forma me faz até rir.
Mas é breve o meu estado humorado.
Tenho trabalho a fazer, não posso parar minha vida por uma garota que invade meus sonhos e me perturba o dia inteiro! Ela nem deve saber disso, sorrio para eu mesmo e reviro os olhos em seguida.

-Pare de pensar nesta garota! _ Digo e volto minha atenção ao chá que estava preparando.

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Os formulários já estão preenchidos e assinados, nem escutei alguém bater na porta e só reparei nisso quando o barulho ficou bem mais alto

- Entre! _ Falo sem tirar os olhos da tela a minha frente.
- Cara você pode sair dessa sala sabia? _ Era o Thiago, ele esta com as mãos no bolso e olhando para mim, mas só tirei os olhos da tela por alguns segundos
- Eu tenho trabalho a fazer ainda.
- Você já almoçou ou pelo menos comeu alguma coisa?
- Eu tomei café antes de sair de casa.
- Tu pretende ficar doente é? _ Ele se apoia na beira da mesa e me olha.
- Não, só tenho trabalho ainda, depois eu vou, ta?
- Não! Como seu chefe, vc está despensado até que se alimente direito!
- Qual parte do "ainda tenho trabalho" você não
entendeu? _ Falo sério.
- Você termina quando estiver alimentado e agora sai daqui! _ Ele fala mais sério que eu e levanto minhas mãos em forma de rendição, pego minha carteira e me levanto.
- Já vou, Sr. Meu chefe!
- E só volte quando tiver comido algo que preste!

As ruas parecem calmas e turbulentas ao mesmo tempo, vou até um restaurantezinho que tem aqui perto, a comida não é tão elaborada, mas é muito boa.
Me sento na cadeira e pego meu celular na espera de alguém para me atender.

- Olá senhor! Pode fazer seu pedido!

Essa voz... De imediato levanto a cabeça e olho para a mulher a minha frente, seus cabelos vermelhos me despertam na hora, ela está com o caderninho de anotações em sua frente e ainda não olhou para mim, mais tenho certeza que é ela, eu reconheceria os olhos que estão por de trás do caderno a muita distância!

- Você... _ Não consigo formar uma frase concreta embora minha mente já tenha formado várias, ela me olha e fica pálida na mesma hora, abre a boca uma vez para tentar dizer alguma coisa mas parece que assim como eu ela também não consegue pronunciar nada, nos olhamos nos olhos por segundos ou horas? Difícil dizer...

- Senhor O'Connor, perdoe minha funcionária, ela é nova aqui! _ Ele dá um tapinha fraco nas costas da garota e se ele não tivesse falado acho que nem eu e nem ela teríamos notado sua presença aqui.

- Ah, tudo bem, Fábio! Não se preocupe com isso! _ Fábio é o dono do lugar, e já me conhece por aqui.
- Ta bem, atenda o moço! _ Ele se vira e volta para dentro do estabelecimento.
- É... O que o senhor vai querer?
- O seu nome...
- Como?
- Eu quero saber o seu nome!
- Desculpe senhor, mas não irei dizer! _ Ela se vira para sair mas eu a impeço.
- Desculpe, não quero te assustar... Pode ser o prato do dia!
- Tudo bem, logo alguém trará aqui, obrigada pela preferência!

Ela sai e eu a observo, não acredito que ela estava tão perto todos esses dias...
Talvez ela tenha me visto em seu sonho, mas acho que até eu também teria medo se alguém me chamasse por um nome que não é o meu, invadisse meu sonho e ainda me perseguiçe...

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