Sonhos Reais

Cap 12

° Uma semana depois °

Viro a garrafa de whisky mais uma vez, já é a segunda, minha cabeça gira e não consigo mais raciocinar direito.
O mundo parece ter parado naquele instante... Ali eu não conseguia mais prestar atenção a nada que não fosse seus olhos, seus olhos me mostraram trsiteza e até raiva.
Não entendo como tudo aconteceu, em um minuto estava tudo nos eixos mas foi só levantar o olhar para pedir a refeição que meu mundo caiu...
Ela não pode ser real mas... Principalmente, se já nos vimos, como eu pude esquecer dela?
Só de pensar nessa frase meu peito dói, viro a garrafa acabando com seu conteúdo.

Nick se esfrega em meu peito, faço carinho nele, como eu gostaria de ser um gato, sem me preocupar com os problemas da vida humana, seria tão mais simples...

Olho para os livros encima da mesa e esfrego o rosto, eu deveria estar estudando, mas estou aqui sentado no chão frio com duas garrafas vazias e uma mente cheia.

Respiro fundo encostando a cabeça no sofá, sinto meu corpo relaxar aos poucos, meus olhos pesam e meu sentidos vão se apagando aos poucos, eu deveria ir até minha cama ou pelo menos deitar no sofá, mas parece um pouco tarde para isso.

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Um barulho alto e agudo invade meus ouvidos, luto para o ignorar, ele para o silêncio reina novamente... Infelizmente por pouco tempo.
Tateio a cama em busca de algo para tampar os ouvido mãos tudo que encontro é uma superfície fria e lisa, me recordo que acabei dormindo no chão encostado no sofá, me forço a abrir os olhos e a claridade invade os mesmos.
O barulho persiste e percebo que é o despertador do celular, o pego do chão ao meu lado e desligo.
Minha vontade é de jogar na parede mais não posso né, destravo o celular e confiro se não há nenhuma mensagem e fico feliz em ver que não, o jogo sobre o sofá e me levanto.

Bato o ovo com cuidado na beira do fogão e o despejo na frigideira, olho pela janela e suspiro.

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- Você está bem Sebastian?

- Já disse que sim Júlia, só não dormi muito bem.

- Ok... O Thiago está com você?

- Não, não o vi hoje ainda, mas deve estar na sala dele.

- Tá bom, tô no elevador já vou ver se ele está lá, qualquer coisa te aviso!

- Ok, juízo em... _ falo em tom de brincadeira.

- Ele te contou não é?

- Uhumm

- Nós estávamos bêbados, isso justifica muita coisa! _ ela ri.

- Se você tá falando né. _ estico o corpo.

- Vou indo, beijos!

Ela desliga a ligação, o fato deles terem se beijado nem me surpreende, até porque eu já beijei ela também e isso não interferiu em nada na nossa amizade, porém aparentemente eles ficaram sentidos, sei lá, estranho.
Mas é melhor parar de pensar nos problemas alheios, são bem grandinhos e sabem se resolver.

Volto ao trabalho e de cinco em cinco minutos encaro o horário no monitor em minha frente, não sei se estou pronto para a ver de novo, mas parece mais forte que eu.
Saber que a mulher que eu sonho desde criança está a alguns quarteirões de mim é extremamente perturbador.
Será que já passamos um do lado do outro e por não estar prestando atenção, não a vi?

Mesmo a hora parecendo ter se arrastado finalmente passou, entro no carro e dirijo até o restaurante, a cada metro percorrido parece que meu coração falha algumas vezes, estaciono e desço do carro, ponho as mãos nos bolso calça, já a vi daqui, de costas para mim.
Caminho até as mesas e me sento, ela vem até mim e eu sorrio.

- Boa tarde Rose.

- Boa tarde, o que vai querer? _ a olho nos olhos, ela não deve acreditar ainda que não consigo me lembrar de nada de uma semana atrás.

- Pode ser arroz, frango assado e batata frita. Você está bem?

- Estou e você? _ ela sorri.

- Eu estou indo... _ sorrio fraco.

- Eu já trago seu pedido.

Ela se afasta e atende uma senhora, parece já a conhecer, fala sorrindo e acho até que está elogiando a senhora pelo gesto que fez pude entender isso.
Apoio o rosto nas mãos e a observo, se ela se virar agora vai achar de novo que sou um maníaco ou tarado, mas dane se, só quero aproveitar e ver a pequena versão ruiva e humana dela...