Cap 8

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Que cheiro de sangue...
Onde estou?
Por que está tão escuro?
Passo as mãos ao redor e sinto a terra em meus dedos, parece ser bem cedo, ainda está úmida.
Sei que o sangue não é meu, não sinto dor nenhuma, mas isso me deixa em alerta, pois se não é meu de quem pode ser?
Ergo o corpo e fico sentado, minha visão começa a se acostumar com a escuridão.
Olho ao redor apenas para confirmar onde estou, na floresta claro, onde mais eu poderia estar?
Me levanto ainda meio sonolento, e decido seguir o cheiro de sangue.
Minha vida é tão estranha que daria um bom livro, e caso fosse um, os leitores estariam me achando louco e me chamando de burro, por ir atrás do perigo, penso enquanto levanto o braço direito para tirar um galho do meu caminho.
O fato do sangue não ser meu, não sei se me alivia ou me deixa aflito...
A cada passo, mais forte fica o cheiro.
Quase caio ao atravessar um galho que se rebelou contra, me seguro no galho de uma uma árvore caída.
Escuto soluços de um choro abafado.
Meu coração acelera e continuo avançando, o que quer que tenha acontecido, ainda tem algo vivo.
Pulo uma pedra com cuidado para não causar muito barulho.
O cheiro está mais forte, deve ser logo a frente...
Me escondo atrás de uma árvore e olho para onde estava o cheiro...
Meu coração para, e meu mundo gira, me sinto cair mesmo que eu permaneça em pé.
Um pouco mais a frente estava a garota, vestida com seu vestido branco, soluçando e tentando esconder o rosto nos joelhos tentando abraçar seu corpo, seu vestido está todo sujo de sangue e ao seu redor estão homens sombras, caídos, mas estão sumindo.
Não sei se me aproximo dela ou se fico aqui escondido... Mas ela não para de chorar... Será que foi ela que fez isso com eles?
Não posso ficar aqui sem fazer nada, me aproximo dela e seguro em seus braços.
De súbito ela me empurra e tenta correr, mas eu já esperava está reação então fui mais rápido que ela e consigo a segurar a mantendo sentada, olho em seus olhos.

- Está tudo bem! Eu não farei nada com você! _ Ela me olha ainda assustada. _ Foi você que fez isso?
- N-não... _ Ela gagueja e fala baixo, quase que eu não escuto.
- Está tudo bem agora, tá? Eles não faram nada com você, eu estou aqui!

Ela apenas concorda com a cabeça e se joga nos meus braços me abraçando apertado, de início não sei o que fazer mas em seguida abraço trazendo para mais perto do meu peito, acaricio seus cabelos e ela chora baixinho...
Pela primeira vez em anos me sinto bem... E em paz, aqui com ela tão perto de mim...
Me afasto um pouco e seguro em seu queixo.

- Você está machucada? _ A olho com preocupação.
- Só com uns arranhões, mas nada grave...
- Você pode me dizer seu nome agora? _ Ela me olha meio relutante.
- Rose, meu nome é Rose... _ Sorrio para ela, nem tinha percebido que ainda estou segurando em seu queixo, o solto e a olho.
- Eu sou o Sebastian. _ Ela sorri fraco e eu pego em seu braço a fazendo levantar junto comigo.
- Vem, vamos sair daqui.

Ela me segue em silêncio, as criaturas já desapareceram e nos sentamos em uma pedra larga em um local mais aberto da floresta.
Cuido de suas feridas e quando termino a olho.

- Fica tranquila, não irá sentir nada quando acordar!
- Ta bom...
- Bom... Você não pode ter medo deles quanto mais medo você tiver, pior vai ser... Acredite, experiência própria... _ Sorrio de lado e ela também.

Minha vontade é de a abraçar e não soltar tão cedo... Mas não posso fazer isso... Ainda sou um estranho para ela... E isso dói um pouco...

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