Olá, meus amores.Jamie fechou os olhos, estava apavorado.
Odiava ficar naquele quarto escuro, isso lhe enchia de medo, ele tinha acabado de perder o seu pai. Russell estava sendo mal com ele. Jamie simplesmente não entendia o que estava acontecendo.
Por que seus tios estavam sendo tão cruéis com ele? Sabiam que ele não gostava de escuro, mas tinham o colocado para dormir no sotão, e ali era tão assustador, empoeirado e cheio de aranhas.
Jamie não queria ficar ali, soluçou triste, tentando chorar silenciosamente, pois não queria ter problemas, as lágrimas escapando de seus olhos, suas bochechas e nariz ficando vermelhos.
— Oh, coitadinho do Jamiezinho! — Uma risada cruel soou no sótão, Jamie secou as suas lágrimas, era o seu irmão, ele o tiraria dali, não é? O pequeno menino sorriu um pouco feliz por seu irmão ter vindo vê-lo — Vai chorar, bebê? Oh, me dá tanta dó de você, vem cá, Jamiezinho.
Jamie se levantou de sua cama empoeirada, aproximando-se de onde vinha a voz alta.
— Russell... — Chamou baixinho, tremendo de frio —... Você está bem? Papai...
— Papai está morto, seu idiota — O seu irmão lhe deu um tapa no rosto, Jamie se encolheu — É melhor você se acostumar com o seu atual tratamento, ok? Não espere que nós te mimemos, pois não somos obrigados á isso.
Jamie se afastou, dando passos para trás, sua bochecha direita ardendo, ele não chorou, estava meio chocado por seu irmão ter lhe batido sem motivo.
Jamie acordou chorando em sua cama, ele se encolheu, abraçando-se, se sentia infeliz e solitário, estava com dor. Sonhar com o seu pai e seu irmão o fazia sentir uma dor profunda no coração, ele queria voltar á época que era feliz, a época em que brincava com o seu pai, que ele lhe ensinava coisas, lhe levava em passeios e cuidava de si, ele queria voltar á ser uma criança feliz, mas isso estava em seu passado, sua vida nunca mais seria tão boa e feliz. Jamie nunca poderia recuperar o tempo perdido, e isso doía, pois ele sabia que não havia formas de voltar ao passado.
Papai ainda iria me amar? Será que eu sou digno de amor? Eu sou tão sujo e tão ruim que acho que não, Jamie pensou triste, secando as suas lágrimas, tinha se acostumado á chorar de forma silenciosa para não chamar a atenção de ninguém.
Jamie abraçou o travesseiro, afundando o rosto na maciez do travesseiro para abafar os seus soluços, ele gemeu baixinho, tentando parar de chorar.
Ele queria ouvir a voz de seu pai, queria conseguir se lembrar do seu sorriso, das brincadeiras felizes, mas as lembranças pareciam nubladas e dolorosas, nem mesmo uma pequena foto ele tinha de seu pai, Jamie soluçou novamente.
Jamie queria voltar á ser feliz, desejava se reerguer, talvez ser um adolescente normal, sem essa grande quantidade de traumas, queria brincar, se divertir, poder namorar, viver feliz, mas isso parecia tão distante agora.
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Jamie caiu no sono depois de alguns minutos, dessa vez não sonhando com nada, ele conseguiu dormir por cinco horas sem nenhum pesadelo.
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Jamie como sempre acordava cedo, ás cinco da manhã ele estava se arrumando, fez a sua higiene matinal, arrumou os cabelos, trocou o pijama por uma roupa confortável, uma bermuda jeans preta e uma blusa azul escura sem mangas.
Se olhou no espelho, seus olhos estavam inchados por causa do choro, havia um desânimo que parecia abraçá-lo de forma sufocante.
A única coisa que ele queria fazer era se trancar no quarto e não sair de lá pelos os próximos três dias, mas não podia simplesmente fazer isso, preocupar Jonathan era a última coisa que ele queria fazer, tentou sorrir, mas não conseguia mais fazer isso sinceramente.
Jamie estava cansado de fingir que estava bem e feliz.
Desejou estar junto ao seu pai, pelo menos assim estaria em paz e sem dor e medo.
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Jonathan achava que Jamie estava estranho naquela manhã, o garoto mal tinha comido o seu café da manhã, ficou quieto no quarto, sentado em uma cadeira e com uma expressão que o ruivo não conseguia decifrar.
O que estava acontecendo com o garoto? O ruivo estava começando á se preocupar de verdade agora.
Jonathan suspirou, começando á mexer na mochila de Jamie, já fazia três semanas que ele tinha sequestrado Jamie Lins, e fazia três semanas que ele não mexia naquela mochila.
Encontrou alguns livros didáticos de escola, cadernos, lápis, borrachas, um bloco de notas com alguns desenhos borrados e sombrios. Encontrou um cachorrinho de pelúcia ali, era marrom, pequeno, velho e muito empoeirado.
Ele pegou a pelúcia pela a orelha, olhando-a desajeitado, isso deveria estar no lixo, tão sujo, mas deveria ser especial para Jamie, talvez isso melhorasse o humor do menor? Hum, havia a possibilidade de que sim, ele suspirou, tentando achar se havia algo estranho na pelúcia, como não encontrou nada, apenas pegou a pelúcia e resolveu entregá-la ao dono.
Jonathan bateu na porta do quarto do adolescente, abriu a porta e entrou devagar, vendo Jamie na cama.
Triste. Imóvel. Jamie nem o olhou. Mal pareceu vê-lo.
Jonathan sentou na cama, observando o adolescente cuidadosamente.
— Jamie? — Chamou, os olhos do garoto estavam abertos, mas olhando fixamente para o nada — Toma.
Jamie Lins finalmente o encarou por poucos segundos, Jonathan estendeu algo familiar para o adolescente, Jamie tentou não demonstrar a sua alegria, arrancando rapidamente o seu cachorrinho de pelúcia das mãos de Jonathan e o abraçando contra o peito. O garoto tinha achado que nunca mais ia ver a sua pelúcia favorita, ele sentiu os olhos enchendo de lágrimas.
— Obrigado por me devolver Hope — Jamie abriu um sorrisinho pequeno e grato para Jonathan — Esse foi o último presente que o meu pai me deu.
Jamie pareceu ficar melhor depois, Jonathan resolveu deixá-lo em paz, o ruivo estava feliz por ver o garoto sorrindo.
Jamie abraçou a sua pelúcia até se sentir mais tranquilo e em paz, feliz por recuperar o seu amado Hope. Ele finalmente teve um sono decente!
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Até o próximo capítulo, meus amores.
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Meu Amado Sequestrador.
FanficAvisos: 1 - Gay. 2 - Hot. 3 - Romance. 4 - Abusos físicos e mentais. 5 - Sequestro. Jamie Lins não tinha uma vida foi o que Jonathan Nott percebeu, o garoto era fofo e adorável, por mais que Nott tentasse entender ainda não compreendia o porquê de a...