Festival - Envy PoV

4 2 0
                                    


A luz do sol poente se misturava com as luzes acesas do festival que, aos poucos, começava a ficar mais cheio. O barulho animado da conversa e a altura da música aumentava conforme mais e mais pessoas chegavam na praça. Eles vestiam roupas festivas e até as crianças pareciam saber muito bem onde ir.

Envy observava atenta a movimentação ao pé do morro onde se encontravam, diferentemente de Ryan, que ainda comia uma tortinha, ela se esquecera quase que completamente do piquenique quando as primeiras pessoas começaram a aparecer ao centro do vilarejo.

- Estão montando barracas! - A voz do garoto ao seu lado se fez presente depois de algum tempo e a princesa voltou a olhar para ele. - Será que é um festival?

- Sempre tem um festival nessa época do ano. - Ela alcançou um sanduíche, dando uma mordida no mesmo enquanto sua mente trabalhava nas lembranças dos anos anteriores.- Fato interessante, meu amigo: Sempre quando tem festivais na vila, dá pra ouvir a música na ala oeste do castelo.

- Que tipo de festival é? - Os olhos do jovem voltaram-se curiosamente para o festival, Envy observou que ele parecia interessado na festa que acontecia na praça.

- Eu não sei, nunca participei. - Sua atenção se virou para as pessoas lá embaixo. Ela então deixou o sanduíche de lado e voltou a olhar o garoto ao seu lado, colocando no rosto a mesma expressão que sempre usava quando precisava pedir algo ao rei. - Podemos ficar no festival um pouquinho antes de voltarmos para o castelo?

- Como meu pai sempre me diz: Melhor pedir perdão do que permissão. - Ele suspirou, o jeito que movia os olhos indicou que havia pensado um pouco antes de voltar a falar. - Mas vai usar o capuz nessa cabecinha, Tecnicamente era para estarmos no seu castelo, olhando as paredes e aturando seu noivo seboso.

- Ele não é meu noivo! - Só a rasa lembrança de Christian Wood fazia seu corpo ferver de raiva. Faria de tudo para nunca mais ter de olhar para ele, ou qualquer um dos pretendentes, outra vez. - Mas ele é seboso mesmo. Viu como ele ficava me olhando? Nojento!

- Tá certo. - O garoto riu levemente enquanto limpava a boca com o guardanapo e, finalmente, parava de comer. - E o que sabe sobre o festival, princesa?

- Nada! Que parte do eu nunca participei, não ficou clara? - Não teve a intenção de ser tão grossa, mas antes que pudesse se conter, as palavras tinham saltado de seus lábios.

- Calma, não precisa ser rude. - Apesar da reclamação, ele continuou rindo, o olhar se revezava entre as luzes do festival e ela. - Então vou dar uma volta e coletar informações. Me espera aqui?

- Não! - Ela arqueou, mesmo que levemente, uma das sobrancelhas. Não podia acreditar que ele já pensava outra vez em a deixar sozinha. - Você não é muito confiável e não é correto largar a pessoa mais frágil dessa amizade sozinha.

- Você tem uma espada! - A voz dele indicava clara confusão e ela teve de se segurar para não começar a rir.

- Exatamente, para poder te proteger. - Sentiu o olhar do rapaz sobre ela outra vez, e então permitiu que um sorriso voltasse a aparecer. - Vai que Christian Wood aparece de um buraco na terra e te ataca em vingança?!

- Mas por acaso agora ele é toupeira para sair da terra? - Ele riu outra vez e ela supôs que ele estava imaginando a cena, ela mesma estava, afinal.

- Ei, nada de insultar as roupeiras, rapaz! - Colocou as mãos na cintura, do mesmo modo que via a mãe fazer sempre que precisava dar uma bronca em alguém.- E eu quero aproveitar esse festival, portanto nada de me enrolar, nem deixar para trás, nem enganar, trapacear, ludibriar ou tapear, fui clara?

A princesa e o ladrão: Um conto de ParamythiaOnde histórias criam vida. Descubra agora