O porco de pelúcia pendia sobre os ombros de Envy, equilibrado tão perfeitamente que não saiu do lugar nem mesmo quando a princesa saltou sobre um tronco no chão. Ryan iluminada o caminho logo a frente e parecia sério quanto a escuridão que os rodeava.
- Tinha uma mola. - A voz dela se fez presente e ela soube que agora tinha a atenção dele, mesmo que ele ainda estivesse de olho no caminho. Ela pulou mais um tronco caído, segurando a pelúcia com as mãos.
- O que? - Não o julgava por não ter entendido, ela tinha demorado muito tempo para voltar a falar e a essa altura o garoto já devia estar pensando em outra coisa.
- Eu o vi chutar algo embaixo daquele teste de força antes da minha tentativa. - Movimentou os ombros, de modo a demonstrar que não era importante, mesmo que ele não a estivesse vendo.
- Não esperava que eu fosse tão forte quanto você, então podemos considerar que você não foi tão ruim quanto pensa.
Ele se calou depois disso e, observando a silhueta dele no escuro, a princesa se perguntava o que se passava na mente do garoto. Ela desviou de uma pedra no momento em que ele apagou a lanterna e então buscou a mão dela no escuro, a deixando confusa.
- Porque paramos? - Ouvia a respiração dele muito próxima, então soube que ele ia ouvir quando sussurrou.
- Acho que ouvi alguém. - O tom de voz que ele usava ela o mesmo que o dela, tão baixo que ela só ouviu por estar perto.
Em seguida ela também ouviu passos, galhos sendo quebrados e folhas amassadas. A princesa começava a imaginar que seu pai havia mandado os guardas atrás deles quando ouviu um assovio, logo ao seu lado, Ryan assoviou de modo similar.
- Você está nos esperando a muito tempo, Richard? - Ryan se virou na direção contrária e assim Envy também o fez, dando de cara com a cópia perfeita do garoto que lhe acompanhava o dia todo. O gêmeo recém chegado carregava uma lanterna tão fraca que a princesa se perguntou como ele conseguia enxergar o caminho.
- Não muito. Fiquei me divertindo o pessoal e insistindo que vocês nunca saíram do palácio... E adorei sua tiara. - Ryan logo tratou de tirar a coroa de brinquedo da cabeça, a risada do irmão preenchendo o escuro da noite enquanto o mesmo se virada para a garota, fazendo uma reverência exagerada.
- Richard Hood, de Nottinghan. Espero que meu irmãozinho não tenha lhe causado muitos problemas.
- A companhia dele foi bastante agradável. - O que ela queria mesmo dizer é que os problemas só começaram de fato quando chegassem ao castelo, mas achou melhor deixar essa preocupação para depois.
- Seu irmão é bastante peculiar.
- Peculiar? - Mesmo através da luz fraca e quase inexistente, ela pode ver uma das sobrancelhas de Richard se arquear, um sorriso aparecendo nos lábios.
- Ele é doido mesmo!
- Ei! Eu estou ouvindo seus absurdos. - Ryan se fez ser ouvido, mesmo com a risada dos outros dois não soando assim tão discretamente. Apesar de carregar um sorriso, o rosto dele era sério. - E a gente tem que voltar para o castelo.
- Tem guardas por toda parte, praticamente impossível um acesso discreto pelos portões. - Richard havia parado de rir e agora olhava sério na direção do irmão. A princesa só alternava o olhar entre os gêmeos.
- Acho que tenho um plano. - Ryan voltou a falar depois de uns minutos em silêncio, voltando a olhar o irmão.
- Trouxe meu equipamento?
- Atrás da árvore. - Ele apontou na direção de uma das árvores. A princesa já estava começando a ficar confusa sobre quem era quem e tinha certeza de que se eles mudassem de lugar, ela não perceberia.
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A princesa e o ladrão: Um conto de Paramythia
RomantizmO amor vem com obstáculos, não é surpresa para ninguém. Quando duas pessoas criadas em mundos completamente diferentes se apaixonam, é de se esperar que surjam enormes barreiras para atrapalhar a felicidade do casal. Ela era uma princesa criada para...