Tréguas ou Guerra

958 56 2
                                    

  Encarei o seu olhar e este encotrava-se negro, acabara de fazer asneira. A violência nunca era uma boa solução. MERDA.

  Harry levou a sua grande mão, à sua bochecha vermelha e suspirou. Toda a coragem que me levara a fazer aquilo, tornara-se em medo, enfreitei, uma vez mais, aquele novo olhar escuro e senti-me demasiado assustada. Sou uma idiota.

  -Ok - olhou-me fixamente - Eu vou embora, mas é para não me passar, não para te agradar.

  - Oh meu deus, desculpa!! Desculpa. - pedi assustada - Não sei o que raio me passou pela cabeça, não sei mesmo!

  -Vingança.  - disse, continuando sério. - Não te posso censurar, sou mesmo um idiota. Adeus.

  Observei a sua figura a afastar-se, mas por mais que fosse isso que eu desejasse, chamei-o e enfrentei os seus cristais, que eram os seus olhos e aproximei-me dele, estiquei a mão.

  - Tréguas?  - perguntei.

  - Está bem.  - respondeu enquanto esticou a sua mão.

  - Queres um chá?

  - Se fores vestir alguma coisa, eu posso ficar para um chá. - riu - Se não....

  Olhei para a minha figura, sorri e fui ao andar de cima, onde enfiei um vestido comprido preto, ajeitei o cabelo e enfrentei a minha figura ao espelho. Estava mais magra, muito magra.  Respirei fundo e assim que ganhei coragem, voltei ao andar de baixo, onde vi que Harry estava encantado a observar as pinturas da colecção do meu pai, ele adorava aquelas pinturas desde pequeno. Ainda me lembravava daqueles jantares da família dele em minha casa, ele fugia sempre para vir apreciar os quadros.

  -Olá, outra vez.  - disse já ao seu lado.

  -O teu pai sempre teve bom gosto. - afirmou.

  -Sim. - sorri disfarçadamente - Vamos beber o chá. 

 

  O rapaz acenou com a cabeça e depois segui-me até à cozinha, onde em silêncio, ouvi as suas histórias e preparei o nosso chá. Acabei por ficar a saber coisas sobre a vida dele, que nem queria saber, mas não podia deixar de achar piada, ele realmente mudara.

 

  -E tu, o que raio fazes aqui? - perguntou ele, assim que acabei de servir o chá.

 

  -Mudei-me para cá. - respondi sem grandes explicações.

 

  - E a universidade? - insistiu.

   - Faço pela net. - suspirei - E tu?

 

  - Eu vim ver o meu avô, vou ficar uns tempos por aqui. - bebeu um pouco de chá - Tenho de aproveitar o tempo que lhe resta.

  Acenti com a cabeça ao seu comentário e voltei a perceber que eu não aproveitar esse tempo com a minha família. Estúpida.

  Respirei fundo e quando olhei para o belo rapaz sentado à minha frente, reparei em algo, um bola metálica que saía da sua boca, era um piercing. 

  - Que nojo, tu tens isso? - perguntei.

  - O piercing? Tenho e olha que não recebi muitas queixas do seu trabalho. - afirmou com um sorriso nojento. 

  - Badalhoco. - insultei o rapaz uma vez mais. 

OLÁ :)  espero que gostem, nos próximos dias não vou publicar :( tenho 2 testes esta semana e vou visitar a minha avó ao hospital.

 

 

RUDE- livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora