Capítulo sete: Caídos

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Eu estava preenchido por Hunter... Mas me sentia incompleto... Eu nunca pensei que quisesse focar agarrado a alguém depois de um transa perfeita. Sempre que eu terminava de transar com os outros eu me banhava e simplesmente ia embora, porém, não se sinto a menor vontade de sair dos braços de Hunter. Eu sinto vontade de tê-lo novamente dentro de mim e ficar preenchido até transbordar de prazer...
- Você está bem Bun?
- ... Sim.
- E que carinha é essa? - segurou meu queixo fazendo-me encará-lo.
- Não é nada. - esconde meu rosto no pescoço dele.
- Pode falar comigo? Por favor.
- Você não está com nojo de mim? - engoli seco.
- Por que eu estaria? - se afastou. - Por que não usei camisinha?
- Não, é que eu já fiquei com tantos caras e-e eu não sou mais tão limpo...
- Isso não importa mais... Sou só eu agora, não é mesmo?
- Eu não sei...
- Eu não estou entendendo você.
- É que eu não fico com uma pessoa muito
tempo. - me sento. - Eu não posso ficar com você.
- Por que não? - se sentou também.
- Porque eu não... - o que eu digo...? Que sou um puto que não ama ninguém... Ou que eu não... Gosto dele? Mas eu acho que gosto. - Eu não gosto de você.
Ele não disse nada, está apenas me encarando.
- Você é um péssimo mentiroso. - sorriu e eu fiquei opaco.
- N-não estou não!
- É mesmo? Então se eu levantar agora e ir embora você não vai se importar?
- Não... - minto. Eu iria odiar isso.
- Então, eu estou indo. - ele levanta e começa a catar as roupas dele pelo chão... Não vai. Não vai. Está me ouvindo!? Droga!
- Hunter?
- O que foi?
- Você vai mesmo embora?
- Estávamos aqui apenas pelo sexo, certo?
- Sim?
- Já acabamos.
- Me leva em casa?
- Claro. Se vista então.
Ele parece tranquilo, não demonstrou nenhuma ruga de raiva ou indignação.
O caminho até minha casa foi silencioso, não tive coragem de dizer mais nada e ele não optou por acabar com o silêncio. Estacionou o carro em frente a garagem da minha casa... Olhei para ele, tal encarava o volante. Você não me quer mais? Me inclinei e segurei o rosto dele, virando para mim. Aproximei nossos lábios mas ele virou o rosto.
- Tchau, Bun.
Me afastei e sai do carro... Como sou burro!
- Te vejo de novo?
- O mundo é pequeno Bun.
Olhei ele partir e minha vontade foi fazer aquele velho drama coreano mas eu não posso porque Hale está me fuzilando com os olhos.
- Onde estavam?
- Por aí. O que faz aqui?
- Ainda está zangado?
- Depende. Ainda sou um objeto?
- Eu já pedi desculpas.
- E eu já desculpei.
- Já?
- Claro, chatinha.
- Chato é você!
- Me da um abraço... - puxei ela.
- ... Você está cheirando a sexo... - comentou.
- E eu tenho outro cheiro?
- Idiota! - riu.

***
- Você está chorando Bun?
- Calada. - passei o lenço em meus olhos. - O final foi triste!
- Eu sei... - fungou. Comecei a rir.
- Já está tarde... Quer que eu te deixe em casa?
- Posso dormir aqui?
- Claro... Vou arrumar o quarto de hóspedes.
- Dormir com você.
- Tá.
Nem me preocupo com isso, até porque sou gay. Sei que faço brincadeiras pesadas mas esse é o forte da nossa amizade.
Desliguei o abajur e me virei para Hale, abraçando a cintura dela e limando o corpo dela ao meu. Ela esfregar a bunda no meu membro... Mas não me sinto nada excitado.
- Precisa de algo, Hale?
- Não...
- Vai se masturbar ao meu lado? Sou inocente. - subo minhas mão ao seio esquerdo dela e aperto.
- Eu preciso da sua mãos mais pra baixo. - ela tira minha mão de onde estava e leva a intimidade dela.
- É só uma brincadeira... - deslizo minhas mãos por baixo da calcinha dela, e início uma massagem lá embaixo...

***
Acordo e não vejo mais Hale... Fala sério... Eu não presto. Estou sentindo falta dos braços de Hunter...

Eu: Hunter?

Hunter: ???

Eu: Vai Continuar zangado?

Hunter: Por que eu estaria? Não estou.

Eu: Então pode me encontrar?

Hunter: Desculpa, vou sair com outra pessoa hoje.
Depois o puto sou eu...

Eu: Tudo bem, eu sabia que estava zangado e que não quer mais me vê.
Hora do drama coreano.
Hunter: Não é isso, eu só tenho outras prioridades.

Eu: Mentira, você não quer me ver.

Hunter: Não entendo você. Se você só interessa por sexo nos vemos a noite na minha casa.

Eu: Marcado.

Por que estou magoado...? Eu queria que ele visse que eu não me importo só com sexo, me importo com ele também. Mesmo que seja ínfimo. Que pensamentos novos são esses? O que está havendo comigo!?
Me levanto da cama e vou tomar um banho... Tenho que tirá-lo da minha cabeça, o mais rápido possível...
Entro na sala de dança, faço o aquecimento... Eu preciso liberar esses sentimentos estranhos atravéz da dança... Eu nasci para todos, meu corpo é de todos. Seria errado dar somente a uma pessoa... Ou talvez esse fosse o grande significado do amor, não somar, mas completar, de dois formar apenas um? O amor é estranho e agradável, sinônimo e antônimo, ele é único e multiplo... É simplesmente complicado demais.
Hunter e eu estamos caídos em um submundo de sentimentos estranhos, ele deve está tão perdido quanto eu.

Continua...

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