Capítulo 17

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*sem revisão! Perdoem os erros


Maldita filha da puta, ela vai me pagar. Tento alinhar meu vestido da melhor maneira que consigo. Sinto os olhos dos seguranças em minhas costas e sei que estão sorrindo.

- Tá olhando o que seus trogloditas? Vocês são uns lixos

Cuspo em sua direção e me retiro indo ao estacionamento. Assim que chego até meu carro, procuro as chaves na bolsa.

Aquela desgraçada, piranha, vadia, vai me pagar por cada tapa. Nunca pensei que Álvaro pudesse ficar ao lado de uma selvagem sem classe como ela. ARGH que nojo. Pior de tudo foi assistir o showzinho dos dois. O casal do ano.

Que se fodam os dois! Que se fodam o Álvaro e sua família de merda. Que se foda a biscate. Que se foda aquela empresa de bosta...

- Ora, ora! Me parece que a gatinha foi atacada...

Um carro preto se aproximou enquanto estava perdida em meus pensamentos. No banco traseiro um homem magro de barba rala me avalia de cima a baixo.

- Quem fez isso com você linda?

- Não é da sua conta! Vá para o inferno.

- Que boquinha hem! Sei que não escaparei do inferno, mas antes, tenho que acertar as contas com alguém, e se você for que eu penso que seja, também apreciará meu plano.

Ele tem um sorriso diabólico nós lábios e parece se divertir só em imaginar o tal plano..



Alice

Estou nervosa, passa a mão pelo calça pantalona nude pela milésima vez. Talvez eu devesse trocar de roupa novamente. E soltar os cabelos, colocar um vestido, sei lá. Bem é isso, vou trocar. Dou meia volta e vejo pelo canto dos olhos Thomas se jogar de costas na cama e revirar os olhos.

- Filha nem pense em trocar de roupa novamente. Você está linda.

- Eu sei mãe, mas é que estou tão nervosa.

Mamãe acaricia meu rosto e me beija a testa sussurrando um " você é maravilhosa". Pega Thomas pelas mãozinhas e sai dizendo:

- Agora mexa essa bunda grande do lugar. O pobre rapaz já está a meia hora te esperando.

Não posso evitar a risada. Coitado do Álvaro, deve está quase tendo um ataque. Descido que irei assim mesmo. Cabelos presos, blusa soltinha, calça e sandálias Anabela.

Os pais de Álvaro marcaram um jantar para que fossemos devidamente apresentados. Sei que já nos conhecemos, mas não quero que tenham uma segunda impressão ao meu respeito.

Paro um instante no corredor assim que tenho a visão da sala de estar. Álvaro tem Thomas sentado em uma de suas pernas, ele sussurra algo em seu ouvido e ele confirma com um balançar de cabeça e depois abre um sorrisão enorme. Então é a vez de Thomas fazer uma pergunta em seu ouvido e vejo os olhos de Álvaro brilharem encantado. Nossos olhares se encontram no mesmo momento em que ele sopra  a resposta para Thomas, que solta um "ebaaa"

- Você está incrível Alice- Álvaro caminha em minha direção com Thomas no colo. Beija-me de leve nos lábios e Thomas fecha os olhos com as mãozinhas pequenas: " eca mamãe"

- Obrigada, você também não está de se jogar fora. Vejo que já se conheceram - Thomas vem para meus braços com as mãozinhas balançando.

- Mamãe! Mamãe - ele espreme minhas bochechas me fazendo ficar com um biquinho de peixe - Ele disse que eu posso conhecer uma baleia, de verdade mamãe, não na TV....

- "Figo te magavilha"  ...- tento acalma-lo e explicar a situação, que ainda é muito cedo, mas suas mãozinhas ainda fazem pressão na minha bochecha e as palavras saem engraçadas, fazendo Álvaro rir. Ele levanta os ombros como que pede desculpas. Eu lanço um olhar para ele de " trapaceiro"

- Mamãe, ele disse que o mar é grandão assim oh..- ele abre um espaço entre as mãozinhas medindo o que na sua cabecinha seria a comparação perfeita de " grandão".

- Claro que podemos conhecer o mar, e se tivermos sorte podemos até ver uma baleia, mas isso se sua mãe deixar - Álvaro pisca para ele.

- Deixa mamãe, deixa mamãezinha!! Deixa por favor!

Coloco Thomas no chão e beijo sua testa. Meu pequeno parece ter crescido e ganhado peso nós últimos dias. Suas bochechas estão rosadas e os olhos estão com um brilho novo.

- Depois conversamos, está bem? Agora vá chamar sua avó.

Ele exclama um " poxa mamãe" mas me obedece e sai arrastando os pezinhos enquanto cruza os bracinhos alá " Kiko do Chaves".

- Então está comprando meu filho com baleias e mares- enlaço meus braços em seu pescoço e trago seus lábios para os meus- E a mãe dele? Qual a proposta para ela?

Álvaro respira em meu pescoço. Sinto suas mãos descerem até minha bunda e me trazer de encontro ao seu membro rígido e imponente.

- Ah minha morena, para você darei as estrelas. Hoje a noite, enquanto saboreio esse corpo que é só meu.

O perfume de Álvaro invade minhas narinas e automaticamente meu corpo corresponde. Como se eu estivesse sobre efeito de uma hipnose. Me agarro mais a  ele. Trago sua boca à minha e o beijo com urgência. Minha mãos bagunça seus cabelos e ele geme em minha boca. Remexo e me esfrego em sua excitação. Quero sentar em seu colo. Quero que me toque nos lugares onde somente ele sabe tocar. Arranho suas costas por cima do tecido da camisa. Álvaro funga e me pressiona mais contra si.

Uma tosse! Dois pigarros, e um " ANHAM RAMAMM"   nos fazem voltar a realidade. Mamãe está parada com a bolsa em mãos. Nós separamos quase que em um pulo. Meu Deus, quando estamos juntos perdemos a noção do tempo e realidade.

- Mamãe.. que bom.. que já terminou- digo sem fôlego enquanto ridiculamente tento disfarçar e alinhar a roupa e os cabelos- vamos então né?

- Vamos sim, antes que descidam ir para um quarto- mamãe ri baixinho e fico corada.

- Mamãe!

- Ora filha deixe de besteira. Também já fui jovem. Agora vamos. Não quero chegar atrasada.

A casa dos pais de Álvaro é perfeita. Tem um jardim enorme onde Thomas corre e pula desde o momento em que chegou. Parando somente para almoçar. Estamos sentados em meio ao jardim em uma espécie de tenda muito bem construída. A tarde está incrívelmente fresca, mesmo para o clima de São Paulo. Engatamos em um papo animado e o que não nos falta e assunto.

Minha mãe troca receitas com Vera, minha sogra. Sogra? Sim, sogra! Ainda estou acostumando com essa nova vida. O pai de Álvaro está encantado com Thomas. Os dois já percorreram todo o jardim e já brincaram de todas as brincadeiras possíveis. Álvaro os acompanha e toma cuidado para que seu pai não estrapole os limites de sua saúde. Savanna, apesar de tudo o que aconteceu, demonstra não ter se abalado tanto. Claro, está super constrangida pela vergonha e humilhação, mas se mantém forte. Vez ou outra noto que seus olhos procuram por algo ou alguém. Por vezes fica distraída e um sorriso bobo surge em seus lábios. 

A tarde transcorre suave e tranquila. Fui acolhida muito bem por todos da família. Pela primeira vez em anos me sinto segura. Thomas está nos ombros de Álvaro brincando de aviãozinho enquanto correm pelo jardim. Fecho os olhos e gravo essa imagem. Agradeço a Deus por todas as coisas que passei. Sim, por tudo, inclusive meu anos de maus tratos. Tive que descer ao fundo do poço para compreender que sou forte o suficiente para caminhar sozinha.

Respiro fundo de digo baixinho "Olá" para a nova Alice. Me permito ser feliz novamente. Me permito amar, sonhar e ter um segunda chance. Hoje sei que sou grande, e não estou falando em dinheiro. Me refiro a caráter e personalidade. Hoje sei que apesar de amar muito Álvaro, eu sou suficiente para mim mesmo, e que a partir de hoje só entra se for do meu tamanho, porque não me diminuo para caber em ninguém.

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