Soul Criminal: BLACK - Vol. II [CONCLUÍDO]

(18) Find U Again

Os moradores de Atlanta estavam trancados em suas casas. Provavelmente, Seungri impôs um toque de recolher para poder colocar seus planos em prática dentro dos parâmetros permitidos por seus aliados.

Quando chegamos a sétima avenida, grande parte do fogo já estava apagado, e os meninos poderiam passar em alta velocidade. Haviam mais três caminhões a postos, prontos para a virada.

Wendy apareceu na janela do carro e deu três toques no vidro.

-Trouxe mais equipamentos pesados!-ela disse.

-Sou Lisa! Obrigada por nos ajudar!-apertei sua mão.

-Não é nada demais, já sabemos o que fazer, prometo que vamos dar o nosso melhor! Chamamos a cavalaria, se Seungri for atrás do Jeon, vai atrás de todos nós também!

-Você não teria um tampão para pôr na nossa amiga? Ela está sangrando!-Irene disse.

Rapidamente, Wendy abriu a porta do carro e examinou meu ferimento, abrindo uma maleta de primeiros socorros. Seu irmão, de forma minuciosa a ajudou na limpeza e no estancamento. Claro que eu precisaria ir para um hospital, mas aquilo me ajudaria a não perder mais sangue, e além de tudo, conseguiram amenizar a ardência e a dor.

Consegui ficar de pé, e quando me apoiei no capô, vi cinco carros com motores ligados.

-Não se assuste, também são amigos do Jungkook. Estão aqui para ajudar! Tem mais gente chegando!-Wendy falou.

-O que vamos fazer para bloquear os capangas do Seungri?-perguntei.

-Há três quilômetros, em um lugar mais afastado de tantas casas, colocamos três carros com bombas de gás e grupos de homens bem armados. Vamos matar o quanto conseguirmos!

-Vamos matar?-perguntei.

-Você ainda tem dúvidas? Se suas amigas e você estão metidas nesse esquema, devem saber pegar numa arma!

-Treinamos para isso, mas não é como se eu estivesse preparada!-Nayeon falou.

No meio da conversa, meu celular começou a vibrar continuamente. Assim que desbloqueei a tela, vi no rastreador, que Seungri estava a menos de um quilômetro.

-Eles estão chegando!-falei, ansiosa.

-Entrem nos carros de vocês! Aqui estão, trouxemos bastante armas, sugiro que se previnam!-ela disse e se afastou.

Nayeon pegou três pistolas carregadas e uma submetralhadora, assim como eu.

Irene iria dirigir o carro, enquanto nós iríamos nos concentrar nos capangas dele.

-Estão preparadas?-Irene perguntou.

-Talvez eu não esteja!-Nayeon respondeu.

-Você tem uma mira impecável! Use-a!-disse.

Ficamos em silêncio, porque já conseguíamos ouvir barulhos de disparos e o modo como os meninos dirigiam pelas pistas.

-Pise nessa porra, Irene!-falei.

Eu estava fervorosa. Nunca havia me sentido tão desafiada e verdadeiramente puta em qualquer situação.

Mexeram com pessoas que se tornaram importantes para mim, e eu não vou parcelar o pagamento dessa conta!

Quebramos o vidro traseiro com cabos e empunhaduras das armas.

Meu olho fervia em busca de pescoços e cabeças. Eu queria matá-los, eu os odiava.

Irene começou a dirigir, assim como os outros que estavam dispostos a comprar essa briga conosco. Metade de Atlanta estava acordada, pronta para um mar de sangue.

E eu estava bem no meio.

Não demorou para que pudéssemos avistar o carro do Hoseok e o da Soyeon. Eles estavam logo a frente, dirigindo de forma rápida. Também podíamos ver Yoongi, Jisoo e Yeeun.

Sete carros estavam na cola deles, numa enorme velocidade.

-Você pega os da direita!-falei para Nayeon, que concordou com a cabeça.

Esperei um bom espaço entre os carros e suspirei, segurando a arma com força. Relaxei as mãos por poucos segundos e atirei.

Acertei o pneu, o que fez com que o carro se desviasse um pouco da pista, batendo em um poste de luz.

Nayeon acertou um deles no ombro, e logo, ele perdeu o controle do veículo batendo em seguida.

Os amigos do Jungkook estavam a todo vapor, em cima de prédios e nas ruas.

Barramos muitos carros, mas eles não paravam de surgir.

Foi quando o vi.

Jeon estava atrás do volante, e mesmo distante, seus olhos distribuíam fúria e medo. Meu coração batia tão forte, e toda a pressão do momento fazia meu ferimento doer e sangrar, mesmo com o curativo posto em sua superfície.

Mirei na cabeça de um capanga que batia no carro do Jeon. No momento em que apertei o gatilho e acertei sua orelha, comecei a saciar minha sede de vingança.

Me sentei na janela do carro, envolvendo minhas pernas ao redor de Nayeon.

O vento carregava fumaça e calor, e tudo era mais um complemento da cena.

Ninguém parava de atirar. Os estrondos eram agoniantes. Ver os capangas que estavam pilotando motos, voar pelas ruas e quebrar seus membros, me dava forças para querer mais.

Procurava, nervosa, pelo restante do pessoal. Não conseguia ver Rosie nem Jimin, e Namjoon acabava de aparecer.

Meu corpo gelou ao ver Seungri dentro de um carro, entre nós. Respirei fundo e tentei me manter concentrada, até ver o jeep da Rosie sair de uma esquina e adentrar no meio da confusão.

Com um dos pneus furados e dois furiosos capangas atrás dela, Roseanne perdeu o controle e capotou no meio dos carros.

Um dos capangas saiu de seu veículo, portando uma arma em suas mãos, pronto para finalizar o que havia começado.

-Irene, para! Irene!-Nayeon gritava, em desespero.

Descemos do carro que ainda estava em movimento. Caí no asfalto, e soltei um grito agudo de dor, olhando em direção a Rosie. Novamente minha visão estava turva.

O vi disparar contra Rosie três vezes, e em seguida voltar ao carro.

Chegavamos ao ponto combinado com Wendy e sua equipe. E assim que os meninos conseguiram passar, lançaram as pequenas bombas. Impedindo a passagem.

Mesmo que alguns carros ainda tivesse a frente, não levou mais que três minutos para que seus motoristas estivessem mortos.

Eu estava paralisada, tentando engolir o que acabava de ver. Seungri havia deixado seu carro um pouco a frente da nossa emboscada, em resposta a dele.

Ele saiu do carro, e ficou me observando, há poucos metros dele, deitada na pista.

Os meninos e as meninas deram a volta e saíram de seus carros mirando suas armas para ele.

Mas Seungri ainda não estava sozinho. Haviam muitos capangas dele virados contra nós.

Meu corpo estava bem no meio deles, na pista suja de sangue.

Seungri começou a caminhar em minha direção, pisando em cacos de vidro e chutando o braço de Rosie, que estava sem vida a essa altura.

Vi barulhos de salto alto bater no asfalto e quando virei minha cabeça um pouco para olhar, Tzuyu e Sana tomavam a frente.

Pararam ao meu lado, na defensiva.

-Não precisa mais esconder, querida! Mostre a eles que você me ajudou a causar tudo isso! Mostre o quanto eles foram idiotas de acreditar que você era uma deles!-ele dizia, olhando-as.

Sana encarou Tzuyu, que se mantinha séria, o observando.

Não podia acreditar no que acontecia.

Sana sorriu e caminhou em direção a Seungri, beijando seu rosto e parando ao seu lado, olhando para os meninos como se conquistasse um troféu.