Soul Criminal: BLACK - Vol. II [CONCLUÍDO]

(24) Truth

Comecei a rir, passar a língua nos lábios e a gesticular.

-Me trouxe aqui para contar piadas, Seungri? Jurava que você tinha coisas mais importantes para fazer!-falei.

Mas ele permaneceu sério, me olhando, como se captasse cada característica minha.

-A petulância de vocês é idêntica, até nos trejeitos do seu rosto, Chaerin é mesmo sua mãe! Aquele filho da puta tirou você de mim, eu devia ter percebido isso antes!-ele disse, socando a mesa, arremessando o copo longe.

-A quem está se referindo?-me irritei.

-Ao desgraçado do Taeyang! Sempre tentando ser a pedra no meu caminho.

-Não fale assim do meu pai, imundo!-disse, fixando minhas mãos na mesa gélida.

Estreitando os olhos e apoiando as mãos na mesa também, ele se aproximou com uma expressão assustadora.

-Ele te tirou de mim, ele me traiu! Como pode chamá-lo de pai? Todos esses anos você esteve nas mãos de um sequestrador!-ele disse.

-Que moral você tem para acusar meu pai de uma atrocidade dessa?-perguntei.

-Eu sou seu pai!

-Qual é o seu problema? O que quer comigo? Quais provas você tem pra dizer tudo isso para mim?-bati na mesa.

-Colhi seu DNA enquanto esteve na minha casa, Kim Lalisa! Você tem o meu sangue, pertence a minha família!

-Isso não é verdade!-afirmei, convicta.

Ele pigarregou, e um de seus capangas lhe trouxe um envelope. Com sua mão assassina, ele o jogou na mesa.

-Veja!

-Não vou ver nada!

-Não é um pedido!-ele falou.

Abri o envelope de vez, quase o rasgando. Comecei a ler, e um frio na minha barriga se formou, congelando todo meu corpo.

-Chaerin nunca me contou que engravidou, mas agora tudo faz sentido. Só não entendo porque Taeyang te criou como filha!-ele dizia para si mesmo.

-Isso não prova nada!-falei, persistente.

-Não importa, se quiser, faremos outro teste agora mesmo, se for necessário!

-Vá direto ao ponto!-cortei o assunto.

-Como é que é?-ele parecia surpreso.

-Por que me trouxe aqui?

-Como para que, Lisa? Queria te dizer que é minha filha!

-E por que me contou isso? O que achou que eu faria?

-Te contei para você entender porque vai continuar em Atlanta!

-Como assim?

-Você é minha família, de hoje em diante, passará a morar comigo!

-Não vou ficar aqui, jamais!-trinquei o maxilar.

Ele veio até mim, pisando forte sobre o chão. Dei dois passos para trás, o encarando.

-Eu não aceito aversão às minhas ordens! Você vai ficar, não estou perguntando ou muito menos pedindo! Você é minha, totalmente minha, pertence a mim e ao meu sangue, e vai ficar comigo!

-Não! Você vai deixar meu amigo em paz e nós dois, eu e ele, vamos embora dessa cidade atordoada!-disse, o olhando nos olhos.

-Está se referindo a Junhoe? Ah, sim, grande garoto e inteligente, devia ser como ele, filha! Seu amigo entende o que é certo!