-Como quer que eu acerte? Existem muitas possibilidades!-afirmei, enquanto entrávamos no nosso esconderijo.
Deus e Lalisa sabem a paixão que possuo em casas cercadas por verde, distante de tudo.
-Me desculpe por te superestimar e pensar que depois desse tempo todo, poderia acertar algo assim!
Ela retirou os saltos e o casaco, caminhando para o pé da escada.
Eu acabava de preencher um copo com whisky e gelo, como fazia sempre que terminávamos uma noite como essa.
-Como sei que gosta de números ímpares, dúvido que tenha se controlado quanto a sua rejeição aos pares. Sei que gosta de exatidão, e que por isso prefere múltiplos de cinco, são mais fáceis de lidar, e consequentemente, sempre vêm a sua mente antes dos zeros, não importa o tamanho ou o valor.
Ela se virou, me olhando atentamente.
-No entanto, sei que ama o número três, por um motivo importante, logo, você movimentou trezentos e cinquenta e cinco milhões para exatas dez contas, das quais Saint Clair movimentou mais dinheiro irregularmente, estou certo?
Finalizei minha fala com um delicioso gole no líquido da vitória.
Podia apreciar sua expressão de surpresa escondida sob uma máscara de convicção e orgulho. Com suas belas pernas de fora, movidas por seus delicados pés sobre o piso de madeira, iluminadas pelas chamas da lareira da sala, ela se movia como se fosse me matar.
Sua lentidão remetia a maré calma possuída em poucos segundos por um agito demoníaco.
Acho que todos que passaram por sua vida já se sentiram batizados com esse ar diabólico, pois não importa quantas voltas você dê, essa é a única palavra que mortais podem usar para descrevê-la.
Por seu semblante, já tinha a resposta em minhas mãos.
-Me deve uma dança, Manoban!-disse.
Se aproximando cada vez mais, podia sentir que ela estava com a mesma vontade que eu.
Foram meses, trancafiados em quartos e cômodos separados, imaginando como o outro passava a noite sob o mesmo teto sem ao menos tocar a alma de outro alguém maliciosamente.
-Sabe que detesto ficar em dívida!-sussurrou, próximo ao meu rosto.
-Você tem o prazo máximo de dez segundos!
Foram menos de cinco segundos para sua mão desabotoar minha camisa, e a mesma percorrer meu tronco até minha nuca, como se eu fosse um instrumento a ser tocado.
Me puxando violentamente para a poltrona, próxima a lareira, fez com que me sentasse rapidamente.
Suas mãos fixaram-se em minhas coxas, caminhando para minha virilha fervente.
Manoban se virou de costas, brincando com seus cabelos, permitindo a visão do seu pescoço nu de beijos calorosos que eu queria dar.
-Quero fazer uma pergunta!-ela disse, ainda de costas para mim.
-Estou ouvindo!-afirmei.
Olhando por cima do ombro, a íris dos seus olhos se enxarcaram de reflexos alarmantes.
-Há quanto tempo você quer me tocar?
-Desde a primeira vez que te vi!-aleguei, calmamente.
-E por que não o fez?-ela questionou.
-Eu não podia!
-Por quê?-perguntou, se virando para mim.
-Você era uma inimiga!-respondi.
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Soul Criminal: BLACK - Vol. II [CONCLUÍDO]
FanficDepois de ter sua vida revirada e se apaixonar por Jeon Jungkook, um dos maiores criminosos de Atlanta, Lalisa resolve rever seus objetivos e inicia uma busca por seus amigos sequestrados. Em busca de respostas para as lacunas vazias de seu passado...