O silêncio ainda persistiu. Os corpos mascarados dentro do furgão, ficavam quietos, finalmente recuperando o fôlego.
Se não pertenciam a gangue de Seungri, deviam ser rivais tanto dele quanto do Jeon, e essa teoria fazia minha cabeça doer rigorosamente.
De repente, o que estava mais distante de mim, sacou uma pistola e assassinou friamente os demais, que estavam juntos de nós, em movimento.
Me encolhi, afastando meu corpo dele o máximo que pude. Não entendia nada do que acontecia, e como sempre, isso estimulava um sentimento de desproteção contínuo e perturbador.
O sangue fluía calmo no veículo, e os mortos, ficaram de olhos abertos, arregalados e distantes.
Seu assassino arrumou a postura e se sentou novamente, relaxando os ombros. Após poucos segundos, sua mão finalmente chegou a sua máscara, retirando-a de seu rosto.
Não sou capaz de descrever o alívio que explodiu em minhas artérias, fazendo meus batimentos se acalmarem rapidamente. Abri a boca para expor o que queria dizer, mas as palavras me fugiam o tempo todo.
Me olhando, sério, estampava um olhar triste, mas acolhedor.
-Eu não brinquei quando disse para ir embora de Atlanta!-falou, sorrindo.
Senti o furgão parar, e ele começou a ir em direção a porta, abrindo-a e saindo pela mesma.
-Você não vem?-perguntou, me olhando.
-É errado eu dizer que estou assustada o suficiente para não confiar em ninguém?-falei, ainda dentro do veículo.
Com as mãos repletas de sangue, seu olhar fixou-se em meu rosto, pintado com o mesmo líquido que ele derramou sem piedade.
-Estamos no mesmo barco, nesse caso!-afirmou, começando a caminhar.
A porta do motorista também foi aberta, e além dos passos de Jinhwan, outra pessoa fazia companhia a nós dois.
O rosto familiar de Tzuyu apareceu, observando a cena dos corpos sem vida.
-Isso vai dar trabalho! Vamos, temos que entrar, ou prefere ficar aí com eles?-ela perguntou.
Não havia muitas escolhas a serem tomadas. Eu não fazia ideia de onde estava, se podia ou não prosseguir confiando neles dois, depois de saber que Sana era do clã inimigo.
Poderia continuar ali, naquela poça enorme e fria, com cheiro metálico e cor deliciosa, mas preferi me juntar a eles.
Minha cabeça doía, pelos estrondos dos tiros, pelos gritos que dei e pelo choro que derramei.
A lua já tomava o lugar do sol, tornando o céu, seu reino e seu trono, algo que por direito, é dela.
-Não posso ficar, Jeon pode desconfiar de mim, e esse não é o momento para que eu dê essa brecha. Descanse, você está em boas mãos!
Tzuyu dizia as pressas, temendo o que poderia vir a acontecer caso Jeon Jungkook descobrisse que ela está comigo.
Lançando um olhar reconhecível para JinHwan, ela segurou minha mão uma última vez, me entregando o colar que Taeyang e Seulgi deram a mim.
-Foi a única coisa que pude trazer para você!-ela disse, antes de sair.
A vi passar pela porta, me deixando sozinha com ele, que estava a alguns passos atrás de mim.
-Onde estamos?-perguntei.
-Antes de saciar suas dúvidas, vou tirar esse sangue do meu corpo, Manoban. Sugiro que faça o mesmo. Tem cinco banheiros espalhados por aqui, escolha qualquer um!-disse, e subiu as escadas, retirando a camiseta.
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Soul Criminal: BLACK - Vol. II [CONCLUÍDO]
Hayran KurguDepois de ter sua vida revirada e se apaixonar por Jeon Jungkook, um dos maiores criminosos de Atlanta, Lalisa resolve rever seus objetivos e inicia uma busca por seus amigos sequestrados. Em busca de respostas para as lacunas vazias de seu passado...