Recordar Nem Sempre É Viver

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Sua cabeça ainda doía e podia sentir, também, suas entranhas se queimando devido às contrações que havia tido há algum tempo. Com dificuldade, abriu os olhos tentando assimilar tudo que estava acontecendo. O loiro forçou seu corpo com dificuldade, para que ficasse sentada e pudesse entender o que poderia estar acontecendo. Mais uma pontada e a mesma apenas suspirou.

— Droga de cerveja.

Após recuperar sua visão, observou que não estava dentro da casa que havia sido sua última lembrança antes de tudo ficar escuro. Estava cercado de altas árvores e ao colocar uma de suas mãos no chão, sentiu a fria grama entre seus dedos. Também não estava na floresta de Vila Girassol. O outro ainda estava confuso com tudo o que estava ocorrendo, então, com dificuldade, se colocou de pé e começou a caminhar entre a floresta misteriosa que se encontrava.

E o pensamento que mais rondava a sua mente era: Fodeu.

— O que você fez, Taehyung? — indagou sozinho.

Enquanto caminhava, pensava no que poderia ter lhe levado a tudo aquilo acontecer. Será que Jin havia finalmente conseguido lhe drogar para lhe pregar uma peça? Bufou irritado, já perdeu a conta de quantas vezes o amigo havia tentado esta ideia estúpida que nunca dava certo por razões óbvias. Ele era um anjo, um anjo caído.

No entanto, teria ele finalmente conseguido algo forte o suficiente?

Ele estava tão perdido em pensamentos que sequer percebeu que havia andado suficiente para chegar próximo de um rio, apenas notou quando a grama começou a ficar levemente úmida e seus pés descalços sentiram a diferença. O mesmo se debruçou ali, e se espantou com seu reflexo. Estava tão distraído que não havia notado que suas vestes estavam diferentes, brancas como a luz que um dia pertenceu a sua alma.

Seu corpo estava envolvido em um manto branco que costumava utilizar em sua juventude.

Sua pulsação começou a se descontrolar, o terror em sua face já podia ser facilmente visto. O anjo deu um passo para trás levando a mão ao rosto, não acreditando no que estava ocorrendo.

— Ah! — choramingou quando sentiu outra pontada em sua cabeça.

A dor para si era algo fora do comum, visto que em toda a sua vida foram poucas vezes que teve o desprazer de sentir algum incômodo. Após olhar melhor a sua volta, pode avistar uma pequena cabana à sua frente, próximo ao rio. Em uma tentativa de desespero, começou a dar passos rápidos até o pequeno local. Taehyung abriu a porta sem qualquer cerimônia, chegando a um cômodo com poucos móveis, parecido com uma sala de estar.

Suas narinas foram impregnadas com o cheiro agradável que vinha de um outro cômodo da pequena cabana, o que lhe relaxou um pouco. Uma deliciosa refeição estava sendo preparada.

— Quem está aí? — indagou já em alerta.

De repente, uma silhueta feminina apareceu no acesso que dava ao outro como cômodo.

— Você está na minha casa, não deveria eu estar perguntando isso?

— Ah... — murmurou.

Era uma mulher um pouco idosa, apoiada em uma bengala que parecia ter sido improvisada com um galho de árvore antigo.

— Perdão. — a morena desviou o olhar.

— Tudo bem, Lúcifer. — ela sorriu enquanto voltou a andar com dificuldade até uma poltrona que havia ali perto.

O anjo a observou surpreso, deixando transparecer em sua face.

— O que? Prefere que eu lhe chame de Taehyung? Ou Kim?

Como Se Livrar De Um (Quase) Anjo | Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora