Cidade De Deus

capítulo sessenta e quatro.

Rita 🐳

Assim que chegamos em casa, de uma e meia da manhã, tive uma grande guerra pra dar banho no Davi, que só faltou subir no teto, o que ele tentou fazer, mas nem deu certo.

Ele dormiu fácil em seu quarto após falar um boa noite para todos e eu deixei ele ali, quietinho, janela trancadissima e tudo na paz.

Menor: Larga ela.- escutei meu marido falando em um tom sério e estranhei, caminhando mais rápido até a parte externa da casa, vendo ele falando com o 2D.

Iza: Não entendi, repete? - Falou rindo sem acreditar e todo mundo riu também.

Rita: Ciúmes de irmão, se fudeu.- Gastei ele que me olhou boladão e eu sorri.

Observei no canto perto da piscina, o Fogueteiro fumando um cigarro de maconha e sorrindo, ao falar com o celular no ouvido.

Menor: Rita.- Escutei a voz dele e me virei, semicerrando os olhos.- Eu preciso te contar uma coisa.

Rita: Tudo, menos...- Ele sorriu debochado, cortando minha fala.

Menor: Eu preciso, ou melhor, nós precisamos mandar o Davi pra um pouco longe.- Olhei sem entender.- Vai acontecer uma guerra nos próximos dias e eu não vou deixar ele aqui. Então não é uma coisa discutível, mas eu tô te dando uma opção, ou você fica aqui comigo, ou vai com ele.

Rita: Você tomou essa decisão do meu filho assim? Sem me informar com quem, como, quando, se é realmente de confiança...- Falei contando nos dedos.

Menor: Quando se trata da segurança do nosso filho, eu não posso parar e ficar discutindo com você, eu vou fazer o melhor pra ele. Nunca iria mandar ele pra longe, sabendo que é arriscado, não é de confiança o Davi ficar aqui.

Rita: Pra onde, Victor? - Coloquei as mãos na cintura.

Menor: Angra dos Reis.- Falou decidido.- Ele vai com um dos meus irmãos, o Souza, ele vai com a mulher e as crias dele e vai fazer essa fé pra mim.

Rita: Souza da Marina? - Ele deu os ombros.

Menor: Não né amor, Souza do Souza.- Falou bebendo no copo dele.

Rita: Não mas ele não manda nele mesmo, então ele é da Marina.- Falei fazendo gestos e ele riu.

Menor: Você vai, ou você fica?

Rita: Por que sou importante? - Falei e ele olhou pros lados.

Menor: De alguma forma, tu tem mais paciência que eu, consegue sentar e pensar nas soluções, enquanto eu tô ocupado demais indo pra guerra. Tu é a peça chave pra gente vencer isso, tu é a dama e eu sou o rei, nós dois juntos somos melhor que separados.

Rita: Fala mais que eu não entendi...- Prendi meu sorriso e ele respirou fundo.

Menor: Eu preciso de você aqui, é muito...- Parou de falar me olhando e percebeu que eu já tinha entendido.- Vai tomar no cu né.

Rita: Você acabou de admitir que precisa de mim pra manter esse morro em pé.- Falei abraçando ele.

Menor: Tu ainda tem dúvidas nesse caralho...- Sussurou me abraçando.

Victor beijou minha cabeça e eu me encolhi, dando um tapa na bunda dele. A gente ficou comendo as coisas juntos ali enquanto conversamos, até o Fogueteiro desligar o celular e chegar pra perto.