capítulo setenta e três.

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Souza 💸

Entrei na minha casa sentindo cheiro de perfume de criança e eu sorri, respirando fundo e buscando toda minha calmaria naquilo.

Lívia: Que bom que você chegou, pai! - Falou quando eu passei pela porta do quarto deles.

Apesar de todas as briguinhas, eles ainda ficavam juntos no quarto. Por mais que a Mariana preferisse dormir sozinha, eu gosto de unir eles.

Enzo: Acho que você vai ter que dormir com a gente hoje, mamãe tá brava.- meu filho falou rindo e eu abracei eles, colocando todos em uma só cama.

Souza: Cês tão ligados que o papai ama vocês demais, não é não? - Sorri fraco, olhando pra cada um, que respondeu dizendo que me amava também.- Tá acontecendo umas paradas aí, não posso dar certeza mas talvez o papai vá morar em outra casa.

Mariana: Vai abandonar a gente? - Falou baixo e eu neguei.

Souza: Nunca! A diferença vai ser que eu não vou dormir e acordar com vocês sempre, mas vou sempre ver e passar o dia com vocês.- Enzo negou.

Enzo: Você vai se separar da mamãe? - Falou indignado e eu sorri fraco.

Souza: Talvez a gente não esteja mais sendo bons pais juntos, talvez a gente seja melhor separados, tá ligado? - Falei com calma, vendo os olhos da Lívia se encher de lágrimas.- Calma, garota!

Lívia: Eu não quero vocês separados, eu amo vocês dois juntinhos.- Falou me abraçando, enquanto chorava.

Enzo: Eu também, pai...- Falou baixo e eu respirei fundo, olhando pra Marina que tinha o rosto apoiado na mão e tava cochilando, o que me fez sorrir.

Souza: O pai vai dar um jeito, quando eu deixei vocês na mão? Mas se for necessário, o certo vai ser feito.- Falei pegando a Liv e Enzo no colo.

Por mais que os dois pestinhas já fossem grandes, eu não me importava. Coloquei cada um na sua cama e beijei os dois, Mari nem se esforçou muito, já tava toda jogada na própria cama dormindo.

Falei que amava eles antes de sair do quarto, acendi a luz noturna, ajeitei o ar e tranquei as janelas, fechando a porta e dando de cara com a Marina.

Mari: Sabe o porquê que a gente não vai se separar, Matheus? - Falou baixo.- Porque eu não passei por tudo que passamos, pra no final isso ser jogado fora. São o que? Quase 20 anos de casados e você quer que tudo sempre permaneça flores?

Souza: Abri o bico pra falar isso? - Falei seco, cruzando os braços.- Quantas vezes eu já tentei chegar em tu, pra gente fazer algo legal e tu fez o que? "Tô cansada; não quero."

Mari: Super fácil cuidar de três crianças, uma casa e não estar cansada ou com preguiça de sair da cama! Tenta pra ver, aí a gente conversa.

Souza: Beleza Marina, cê quer o que? quando só 1 soma, não dá dois.- Abri a porta do nosso quarto e ela segurou meu braço apontando pra mim.

Mari: Nós temos três crianças ali dentro e eu não quero que nem uma delas chore ou sofra, por causa de nós dois! Se você quiser agora se considerar solteiro e pegar quem quiser, o caminho é seu, mas você não vai sair daqui e deixar os nossos filhos tristes. Por que prometemos, a gente prometeu sempre fazer de tudo por eles, você me entendeu?

Souza: Tu acha que eu quero pegar outras, que eu voltei pra minha adolescência? Vai tomar no cu, eu só queria a porra da minha mulher presente pra mim, como eu sou pra ela.- Empurrei a mão dela, indo direito pro banheiro.

Escutei a respiração dela ficando descontrolada e joguei água no rosto, tirando a roupa e indo tomar banho.

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