Cidade De Deus

capítulo sessenta e três.

Izabela 🎆

Fogueteiro: Como tu tá? - Falou enquanto caminhava comigo pelas areias da praia.

Iza: Viva.- Falei tentando ser o menos seca possível, o que não aconteceu.

Fogueteiro: Bem ou mal? - Neguei com a cabeça, me sentando.

Iza: Viva apenas, destruída psicologicamente pra te informar se bem ou mal.- Ele sentou do meu lado.

Fogueteiro: Quero te pedir desculpas, pelo o que eu fiz. Na verdade eu errei muito contigo, eu deveria ter confiado apesar de tudo...- Falou olhando pra baixo, balançando o pé na areia.

Respirei fundo olhando pros lados e olhei pra ele.

Iza: Eu não te culpo tanto, pois era isso que o Rdg queria e conseguiu.- Cocei minha cabeça.- Você não tem tanta culpa assim, mas o que mais me incomoda é que você pelo menos não olhou nos meus olhos, ou sei lá, você não se incomodou em quase me matar, mesmo dizendo que amar.

Fogueteiro: Menor fez a mesma coisa.- Olhei negando.

Iza: Victor perdeu a cabeça sim, mas ele me jogou no sofá e ficou esperando eu falar. 2D me bateu sim, também mas sentou e me escutou falar. Eu não falo sobre eles, porque não tem nada haver. Eu amava você, não eles, eu estava namorando com você, não com eles.

Fogueteiro: A gente pode recomeçar, eu quero te ajudar a ficar bem de verdade, eu ainda quero viver tudo contigo o que a gente prometeu.

Iza: Mas eu queria saber também, o porquê mesmo após você já ter descoberto a verdade, nunca foi atrás de mim. Em momento algum eu me tornei uma preocupação pra você, isso que me incomoda, entendeu? Não vou voltar com você fingindo que tá tudo normal.

Fogueteiro: O 2D era minha maior preocupação.- Dei os ombros.

Iza: Apenas se não ficou tão claro assim, a gente terminou.- Engoli no seco.

Fogueteiro: Mas eu amo você.- Segurou na minha mão, olhando pros meus olhos e eu tremi.

Era a primeira vez que ele falava isso em voz alta, eu sempre esperei isso dele e essa frase vir em um momento que eu estava precisando de apoio mais que tudo, me desmoronou por dentro.

Iza: Não quero te dar mínimas esperanças. Eu tô confusa demais pra qualquer coisa, eu quero me afastar disso, não vou me envolver com ninguém até minha mente se resolver.- Ele me olhou chateado.- Mas eu também amo você, Cleyson. Desde o dia do nosso primeiro beijo na sua casa, onde nós começamos.

Ele entrelaçou nossas mãos e eu me aproximei, abraçando ele de forma com que eu ficasse deitada no peito dele e ele ficou fazendo carinho na minha mão, enquanto beijava minha cabeça e eu sentia meu olho arder, com vontade de chorar.