Inesperado - Livro 04 (Série Família Cavallero) [Concluído]

10. Que sonho esquisito!

Quando a mediação acabou eu estava exausta, quase chorando, não de tristeza, mas sim de alívio.

Chegamos a um acordo, eu ficaria com o apartamento em Campos do Jordão e ele com a casa de praia.

Cheguei em casa, abri um vinho, coloquei Norah Jones para tocar e comecei a dançar sozinha mesmo.

Fiz uma bela de uma macarronada com molho branco e bacon, tipo um macarrão a parisiense torto e saboreei como não fazia a muito tempo.

Fui dormir com um sorriso no rosto. Pena que tudo o que é bom dura pouco.

No meio da noite eu tive um pesadelo digno de filme de terror. Eu estava em Campos do Jordão tomando chocolate quente no centro quando ouvi um choro de bebê.

Depois de uns minutos ouvindo o choro incessante eu olhei em volta procurando pela criatura que estava emitindo aquele barulho irritante e vi um bebê do meu lado.

Procurei em volta, mas só eu estava ali, então vi o carrinho de bebê a umas três mesas da minha, chamei a garçonete e perguntei:

- De quem é aquele bebê?

A garçonete fez a cara mais estranha que eu já vira na vida e falou:

- A senhora trouxe aquele carrinho com o bebê.

Ela saiu andando e eu fui até o bebê pensando que tudo não passava de um erro grotesco.

Quando tirei o pano que cobria o carrinho vi uma menininha de mais ou menos um ano, e sim, com certeza eu era mãe dela porque ela era uma cópia minha.

Na hora que fui pegar a criança no colo ela me olhou com seus pequenos olhos azuis de tom idêntico ao meu e falou:

- Mamamamama
- É a mamãe - eu disse com aquela voz doce que só as mães sabem fazer.
- Mamama - ela começou a rir e bater palminhas.

Acordei completamente sem fôlego, levantei de sopetão e senti meu estômago revirar dentro de mim e só deu tempo de correr até o banheiro até eu me sentir revirada por completo.

Só me falta ter pegado uma virose bem no dia de finalizar o meu divórcio...