cap 17

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Narrador

Mara: no nosso aniversário de 2 anos, pedro fechou o restaurante só pra nós e fez uma surpresa linda, nos casaríamos depois que Miguel nascesse, aquela noite estava tudo lindo, nao podia ser melhor, até que em uma tentativa de assalto três homens armados levaram tudo de mim, muito mais que material, levaram minha vida, eles entraram imaginando que seria um roubo facil e que nao teria ninguem para ser vítima ou refém, nós estávamos assustados e em momento algum reagimos, levaram td que queriam e quando estavam saindo tiveram medo de serem reconhecidos por nao estarem encapuzados, ouvi um deles se desculpar antes de seguir a ordem de descarregar suas armas depois fugiram nos deixarando ali, ensanguentados e sem consciência.
Eu acordei 2 meses depois, pensando ser apenas um sonho ruim, mas quando me vi em um hospital fiquei em choque, tive certeza de que tudo era real, tive a notícia que o amor da minha vida nao estava mais comigo, que havia morrido poucas horas depois de chegar ao hospital aquele dia, meu filho, nem chegou a nascer, nao tive como me despedir,e hoje ja não poderia gerar uma criança porque acabei perdendo meu útero devido a hemorragia, bom é por isso que todos os dias acordo perguntando a Deus se hoje é o dia de eu ir embora, é como se eu não existisse mais, tudo que eu era foi enterrado em um túmulo que eu nem sei onde fica, pq nem coragem pra isso eu tive, eu nao quero mais ser uma megera, mas eu tenho tanta angustia misturada a frustações que me tornaram assim.

Gui: nossa maraisa, que triste tudo isso, é completamente compreensivel sua dor, mas vc não pode se esquecer que vc sobreviveu a essa tragédia, que ta viva, que ainda te restam pessoas especiais, que por maior que seja a saudade, os momentos bons é os que tem que ficar registrado, se privar de viver por medo, ele te amava e vai querer te ver feliz de onde estiver

Sem mais saber o que dizer guilherme a abraça apertada e ficam assim por um bom tempo afagando seus cabelos enquanto ela chorava muito.
Com o tenpo esse choro foi se sessando e ela foi se afastando lentamente

Mara: eu nao posso...eu nao posso abaixar meus muros, nao quero sofrer novamente

Gui: com eles erguidos você ja esta sofrendo

Mara: é mas, mas

Gui: não posso te prometer que se abaixar essa muralha vc nunca mais vai sofrer, mas posso dizer que vai conseguir viver os bons momentos

Mara: é vc tem razão, mas...

Gui: fiz uma música ontem, quer ouvir? acho que vai gostar- diz mudando o assunto mas sem perde o foco

Mara: pode ser

A mulher estava se esforçando demais para nao se trancar em seu quarto e chorar como sempre fez, e isso ja era mais um passo para a mudança

Gui: vc tem um piano, algo do tipo? Ou violão msm?

Mara: quantos intrumentos vc toca? - pergunta surpresa

Gui: ah toco, violão/guitarra, piano/teclado, viola, mas meu xodó mesmo é a sanfona

Mara: ual, vc é realmente um musicista

Gui: que nada, mas e vc? Sei que manja

Mara: ah, hj nao mais, mas tocava piano/teclado e violão/guitarra

Gui: vai voltar a tocar, mas e ai? Tem ou nao alguma coisa pra eu poder te mostrar a musica?

Mara: sim, só nao sei o estado que estão, vem comigo

Ela segue em direção a um quarto onde estava todos seus instrumentos amontuados e assim que ele entra nota as paredes em tons azuiz e uma decoração infantil, nao era dificil adivinhar que aquele seria o quarrinho de miguel

Mara: é, essas coisas fazem parte do passado - triste ela segura algumas lagrimas teimosas que insiste em molhar seus olhos.

Silly FearOnde histórias criam vida. Descubra agora