Capitulo 40

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Sanem

Eu entrei na cirurgia e me deram sedativo e anestesia.

Acordei e não sabia nem aonde estava. Olhei para o lado e Can dormia todo torto na poltrona. O que ele ainda fazia ali?

Fiquei o observando. Meu coração disparava ao olhar cada detalhe de seu lindo rosto. Como era possível eu amá-lo tanto? Eu o amava tanto que sentia raiva de mim e dele por ter esse sentimento. Ele não merecia, não depois de tudo o que me disse na cabana e nem por ter decidido me deixar.

Nesse último ano eu me dediquei a Can, meu amor por ele, e a agência. Agora eu quero viver para mim, quero me dedicar a mim!

Eu sentia como se Can estivesse pegado tudo o que vivemos, amassado e jogado no lixo. Foi um erro desde o começo, foi um erro eu achar que ele realmente me amava e que algum dia lutaria por nós.

A gente fica cego e burro quando ama né?

Eu levantei minha camisola e olhei para a minha barriga, vi alguns furinhos e fiquei confusa. Meu corpo ainda doía, eu odiava não entender como as coisas aconteceram.

— Günaydın Srta Sanem — A enfermeira disse entrando
— Günaydın... É que horas são? O que aconteceu? Eu dormi por quanto tempo?
— São 12:00. Você dormiu por muito tempo. Agora você terá que tomar banho e depois almoçar — A enfermeira me disse
— É possível verificar se ele ainda esta vivo? — Eu perguntei apontando para Can, que dormia pesadamente.
— Depois que você saiu da cirurgia, sua mãe chegou e ficou aqui com você. Ele foi para a casa dele, voltou uma hora depois e ficou na recepção até o amanhecer. Sua mãe teve que ir para o trabalho e ele está aqui. — A enfermeira disse e eu ri
— Acho que vou tomar banho agora — Eu disse
— Sua mãe te trouxe roupas íntimas limpas, seu shampoo, secador de cabelo, creme, escova de dente, um celular novo pois o seu quebrou no acidente — Ela disse e apontou para uma caixa colorida aonde estava minhas coisas — Você consegue tomar banho sozinha?
— Consigo — Eu disse

Ela se aproximou de mim e retirou a agulha do meu braço, que era por onde injetavam os medicamentos

— Cuidado com o seu acesso venoso. É difícil encontrar sua veia. E seu braço já está bem fragilizado, se furarmos mais locais, você sentirá muita dor — Ela disse e eu assenti com a cabeça — Eu vou tirar o curativo de sua cabeça e de sua costela, depois do seu banho eu vou refazer outro. Você vai ver que está com varios arranhões pelo corpo, passaremos pomada depois
— Ok — Eu disse e ela me ajudou a sair da cama. Me levou até o banheiro e fechou a porta.

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Tomei banho com certa dificuldade, pois quando a água caía sobre minha costela eu sentia uma dor enorme. Quando sai coloquei o sutiã de renda preta e a calcinha cor de rosa que a minha mãe havia levado. Me olhei no espelho do banheiro e olhei todo o meu corpo e aonde estava machucado. Minha costela estava com um hematoma enorme roxo. Minha barriga na região da cirurgia estava com  pequenos furinhos.

Sai do banheiro e Can ainda se encontrava desmaiado na poltrona. Por que ele não foi pra casa dele?

Eu rapidamente coloquei a camisola limpa que a enfermeira deixou em cima da cama, andei até a caixa que minha mãe trouxe e procurei por um pente.
Penteie meus cabelos e peguei meu celular novo que ela havia comprado.

Me sentei na cama, virada de frente para Can, logo a enfermeira voltou junto estava o médico.

— Olá, Srta Sanem — Ele disse e olhou Can
— Morreu — Eu disse
— Jovem insistente — O doutor disse e eu revirei os olhos — Sua cirurgia foi muito bem. Fizemos uma laparoscopia, que é feito por esses furinhos. Ela é menos invasiva e você poderá ir para casa hoje a noite e trabalhar em dois dias
— Ok — eu disse
— Você tomará analgésicos, você deve ter visto seu hematoma na costela, foi uma pancada forte. E para ajudar na dor geral do corpo. Agora a enfermeira vai refazer seus curativos e lhe dar os medicamentos
— Tudo bem — Eu disse e sorri levemente

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