Capitulo 44

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Sai para fora de casa e ouvi Can vindo atrás de mim

— Não venha atrás de mim — Eu disse sem parar de andar
— Pois eu vou! Eu quero conversar
— Can, por favor! Eu não quero conversar com você agora! — Eu disse
— Eu não tive coragem de ler seu livro — Ele disse e eu parei de caminhar
— Por que? — Eu me virei e ele estava alguns metros longe
— Porque eu sou um covarde. Eu fujo de tudo. Eu não tive coragem de ficar e não tive coragem de ler o seu livro — Can disse
— É. Você tem razão em ser um covarde — Eu disse e me virei voltando a caminhar.

Eu caminhava pelo campo que havia em minha propriedade. Era difícil acreditar que ele estava de volta. Eu queria voltar para ele, queria ser dele, somente dele. Mas o medo de ter meu coração quebrado novamente apertava em meu peito.
Há tantas outras coisas. Quando fecho os olhos, vejo seu rosto, quando caminho, é quase como se conseguisse sentir sua mão na minha. Essas coisas ainda são reais pra mim, mas onde uma vez elas trouxeram conforto, hoje provocam a dor.

Meu celular começou a tocar incessantemente, olhei e vi que era meu pai.

— Alô baba — Eu disse
— Sanem? Filha, tudo bem? — Ele me perguntou
— Tudo bem. E você? Mamãe?
— Estamos bem. Fiquei sabendo que você chegou em Istambul, eu vi as fotos de vocês chegando no aeroporto de Istambul
— Fotos? Que fotos? — Eu perguntei assustada
— As fotos ué... Can estava com você no voo? Vocês voltaram? Fico feliz que...
— Não! Nós não voltamos. Foi uma coincidência nos encontramos no voo — Eu disse e pude sentir a chateação de meu pai
— Tudo bem... as coisas vão se ajeitar. Eu sinto! Vamos nos encontrar mais tarde? Preciso conversar um assunto com você
— Claro, vamos sim — Eu disse e comecei a caminhar de volta para minha casa
— Ok. Até mais tarde
— Até mais tarde — Eu disse e desliguei

Voltei para casa e quando cheguei perto, vi Can sentado na porta de cabeça baixa. Não se abale Sanem! Não seja tão fácil!

Can, você poderia por favor abri o seu carro para eu pegar minhas malas ? — Eu pedi
— Eu já peguei — Ele disse e apontou para dentro de casa. E junto estavam as malas dele (??) — Mihriban não está em casa. Por isso deixei minhas malas. Mas se for te incomodar eu posso...
— Não precisa — Eu disse. Ele falava parecendo que eu fosse um monstro
— Você vai para agência hoje? — Ele perguntou se levantando
— Vou — Eu respondi o encarando
— Eu vou também. Se quiser podemos ir juntos
— Tudo bem. Pode se arrumar aqui se quiser, Mihriban pode demorar — Eu disse e entrei para dentro, peguei minhas malas e segui para o meu quarto.

Abri uma delas que eu sabia qual roupa estaria dentro. Peguei a roupa que eu usaria e fui para o banheiro de meu quarto e tomei banho.

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Estava terminando de secar meus cabelos em frente ao espelho quando lembrei que Can estava em minha casa. Terminei de me arrumar rapidamente.

Can

Sanem era uma incógnita, brigamos mais cedo, achei que ela voaria em meu pescoço e me enforcaria.

Eu sei que ela esta com raiva e ódio de mim, quero que ela diga tudo o que tem para me dizer, quero que ela solte o que tem preso em sua garganta. Só assim seu ódio passaria, mas ela não quer conversar. Ela não queria estar perto de mim, mas ao mesmo tempo quer que eu fique próximo.

Eu estava sentado no sofá da casa de Sanem mexendo no celular quando vejo fotos minhas e de Sanem no aeroporto.

— Can? Can? — Sanem disse aparecendo na sala
— Sim? — Eu perguntei à olhando e observando suas roupas — Cok iyi baya baya — Eu disse e ela ficou envergonhada

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