Capítulo 7

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Ando pelas ruas dessa pequena cidade que, para um lugar pequeno, ela é muito movimentada. Hoje acordei com uma disposição que me impressionou. Não fui para a casa da Alice porque Angelina me deu uma folga, dizendo ela, que iria ter um dia só para cuidar da Alice. A pequena andou meio triste esses dias. Ela não me falou o porquê mas eu já desconfio do que seja. Seu pai anda bem afastado dela e percebi que de Angelina também. Alguma coisa está acontecendo e sinto que logo a verdade virá a tona.

Enquanto ando vejo uma biblioteca do outro lado da rua. Espero o sinal fechar e atravesso . Abro a porta e o sininho acima de mim indica minha chegada.

—Bom dia. Em que posso ajuda-la.— disse uma moça bem sorridente na recepção.

—Bom dia. Sabe me dizer onde ficam os livros de fantasia?— perguntei.

Sempre fui apaixonada por ler e desde quando cheguei aqui não tinha encontrado uma biblioteca. Bom. Pelo menos até agora.

—É na última fileira á sua esquerda.— Agradeci e fui na direção que ela me falou.

—Nossa!— explanei maravilhada com tantos livros. Com certeza a maioria do meu tempo iria ser passado aqui.

Olhei cada livro para ver se algum despertava meu interesse até que um despertou meu interesse.

Diário de um anjo caído

Escolhi esse é fui para a recepção para deixar anotado que peguei ele. Fui para casa em passos apressados, queria começar logo a ler aquele livro. Como não era longe cheguei bem rápido. Subi para o meu quarto e começei a folhear o livro.

20/03/1890

Hoje faz dois anos que desci do céu para cumprir minha missão. Não sei quanto tempo irá durar mas estou disposto a esperar quanto tempo for para conseguir voltar ao paraíso. Será que demorará meses, anos, séculos ou até milênios até eu encontra la? Espero que não.

Minha convivência com os humanos vai bem. Ninguém desconfia que sou diferente, pensam que sou um mero humano. Começei a trabalhar em um restaurante na Califórnia. Tenho que me entrosar o máximo com essas pessoas. Elas não podem nem imaginar que sou um anjo. Poderiam até me caçar, fazer experimentos ou até me torturar para dizer onde tem outros como eu. Porque tem vários anjos espalhados pela terra, cumprindo suas missões, assim como eu.

Ass: Autor desconhecido.

Fiquei horas vidrada no livro. Lendo cada palavra, cada frase e cada sentimento que o autor expressava em suas palavras. Era tão real que parecia que o autor já tinha vivido aquilo. Sentido na própria pele. Mas isso seria impossível.

Ou não.

Os minutos foram passando e quando percebi já estava na hora de me arrumar para a escola. Tomei banho e me arrumei. Fiz um coque frouxo, peguei o livro e o coloquei na mochila. Sai de casa e fui calmamente para a escola.

Quando cheguei fui direto para a sala de aula. Ela ainda estava vazia, acabei chegando cedo demais. Peguei meu celular e fiquei mexendo. Não demorou muito até a sala começar a encher.

Júlia chegou e sentou do meu lado.

—Oi.— Ela diz pegando o caderno e colocando em cima da mesa.

—Oi. O que ouve?— Perguntei. Seu rosto estava inchado, tinham olheiras a baixo do seu olho e o mesmo estava vermelho.

—Minha avó, ela passou mal ontem e está no hospital.

—O que ela tem?—Agora eu estava preocupada. Júlia só tem a avó, se perdesse ela não teria mais nenhum parente próximo.

—Eu não sei...—ela da um pequeno soluço e continua—... o médico está fazendo os exames mas eles só vão sair semana que vem.

—Sinto muito.—Falei dando um desajeitado abraço nela.

O professor de matemática entra na sala e começa sua aula. Me concentro o máximo nessa matéria. Ela é a que eu mais preciso de nota. Faço resumos e anotações de cada coisa que o professor diz, sem deixar nada passar.

No meio da aula a diretora para na porta e fala algo para o professor. Depois ela sai.

—Infelizmente a mãe da professora de literatura morreu. Ela faltou hoje pois foi ao enterro então vocês terão aula vaga.— alguns alunos comemoraram e outros ficaram tristes pela professora.

A aula dele acabou e como era aula vaga eu fui para uma árvore atrás da escola. Sentei na sombra que as folhas faziam e peguei o diário. Quando estava prestes a abri-lo senti alguém chegando.

—Oi—disse Lorenzo parado na minha frente. Fiquei um pouco nervosa porque fazia uma semana que eu tinha ido na sua casa. Viemos nos falando mas só eram coisas básica tipo "Oi" " Bom dia" etc.

—Oi—Falei um pouco tímida. Sempre foi assim. Quando algum garoto vinha falar comigo em todas as vezes eu  ficava nervosa.

— A gente tem que começar a ensaiar para a peça.—Eu até já tinha esquecido dessa peça. Desde que escolhemos as falas não ensaiamos nenhuma vez.

—Você pode ir para a minha casa. A gente ensaia lá.— Falei e ele acentiu saindo de minha vista quando entrou na escola.

Peguei o diário e começei a ler.

13/05/1890

Faz alguns dias que estou conversando com uma encantadora garota. Ela tem 19 anos e sua beleza é estonteante. Mas meus sentimentos por ela não passam de amizade. Ela também pensa desse modo e ,aliás, ela está a gostar de um garoto que mora em sua rua. E eu como um ótimo amigo estou ajudando à conquista lo. 

Minha missão ainda não foi cumprida. Ela ainda não apareceu. Posso dizer claramente que minha amiga, Elizabeth Mendes, não é a escolhida.

Ass: Autor desconhecido.

Fiquei chocada. Não sabia nem o que fazer. Minhas emoções estavam todas misturadas em tumulto emocional. Quem quer que tenha escrito esse diário escreveu o nome dela. Seria coincidência demais. Ou talvez a pessoa se inspirou nela para escreve-lo.

A pessoa que escreveu esse diário, citou o nome da minha avó.

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Oii gente!

Mais um capítulo pra vocês♡.

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