Eu não conseguia acreditar que aquilo iria acontecer comigo. Eu me recusava a ceder para aqueles garotos nojentos que tentavam, de toda a forma, me agarrar a força. Tremia a cada segundo e minhas lágrimas geladas desciam por minha bochecha.O garoto que segurava meu braço começou a rasgar minha blusa. Mas como eu estava me debatendo muito esse processo acabou sendo difícil demais para ele. Chamou o amigo que se divertia com a minha situação para tirar o resto da minha roupa. Ele estava prestes a tirar minha calça quando foi brutalmente arremessado na parede. Um vulto passou atrás de mim e senti meus braços se libertarem. Outro garoto foi arremessado. O ultimo garoto que, até o momento, não tinha tocado em mim saiu correndo desesperadamente. Foi sumindo da minha vista até desaparecer em uma rua deserta.
Eu estava tremendo muito. Chorava quando me lembrava das mãos daqueles nojentos no meu corpo. Não havia duvidas que não esquecesse desse acontecimento tão cedo. O vulto que estava atrás de mim sumiu e no seu lugar apareceu uma pessoa com um semblante totalmente preocupado.
—Eles te machucaram?— perguntou me observando com total atenção procurando algum machucado. Neguei e na mesma hora um vento frio passou por mim fazendo os pelos do meu braço se arrepiarem. Lorenzo tirou sua blusa e entregou para mim. A coloquei no mesmo instante porque só estava de sutiã.
— Obrigada— falei tão baixo que até duvidei que ele tinha escutado, mas ele escutou. A cena começou a se repetir na minha cabeça e comecei novamente a ter uma crise de choro. Lorenzo veio na minha direção e me abraçou. O aperto dele me fez sentir protegida. Como se enquanto ele estivesse por perto nada de mal aconteceria comigo. Ele começou a andar comigo e não me importei para aonde que ele iria me levar. Só queria ficar longe daquele lugar.
Ficamos uns dez minutos andando devagar até que chegamos em uma casa. Ele, ainda abraçado comigo, abriu a porta e nós entramos. Acendeu a luz e me surpreendi com o tamanho da casa. Era enorme e quando olhei em volta percebi vários cômodos.
—Vem comigo.— disse pegando na minha mão subindo as escadas. Chegamos em um corredor bem largo e ele me levou até uma porta no inicio do corredor. Abriu e percebi que era um quarto.
— Seja bem vinda ao meu universo paralelo.— falou e eu dei um breve sorriso. Fui andando pelo quarto enquanto ele me encarava. Vi uma escrivaninha perto da janela com uns desenhos em cima dela. Cheguei perto e observei atentamente cada desenho. Eles eram sensacionais.
—Foi você que fez?—Perguntei sem encará-lo.
— Sim. Digamos que a maioria do meu tempo livre eu gasto desenhando.
—Seus desenhos são incríveis.— falei maravilhada com as obras de arte que ele fazia.
— Eu sei.— disse sorrindo.
— Convencido, você.—falei dando um sorriso sarcástico e ele como resposta retribuiu o sorriso.
—É melhor você descansar um pouco.—disse agora com sua postura preocupada.
—Eu acho melh...— Ele cortou minha fala.
—Dorme um pouco. Deve estar exausta depois do que aconteceu.— falou e eu dei um suspiro assumindo minha derrota.
Deitei-me na cama e fechei os olhos. Mas der repente as cenas vieram em minha cabeça e comecei a me desesperar. Lorenzo veio rapidamente em minha direção e sentou na cama ao meu lado.
—Ta tudo bem. Eu to aqui.— disse quando eu o abracei pela cintura como uma criança assustada. Ele começou a fazer um cafuné no meu cabelo e automaticamente senti minhas pálpebras ficarem pesadas e se fecharem. Logo cai em um sono profundo.
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Lorenzo narrando
Vendo ela tão indefesa dormindo no meu colo fez o meu instinto de anjo querer protegê-la de todas as formas possíveis. Ainda bem que eu estava passando por aquele lugar na hora do quase estrupo dela. Fico imaginando as coisas horríveis que aqueles canalhas poderiam ter feito com ela. Se eu encontrar eles na rua posso não conseguir me controlar e acabar matando-os.
Levanto devagar e ajeito Lindsey na cama. Dou um delicado beijo em sua testa e saio do quarto. Desço as escadas e vou para a cozinha. Como já tenho muito tempo de convivência com os humanos acabei aprendendo a maioria das comidas que eles fazem. Coloco os ingredientes da massa de panqueca no liquidificador e coloco para bater. Depois de estar tudo misturado coloco na frigideira, já quente, e deixo fritando. Enquanto as panquecas fritam eu faço um café.
Depois de tudo pronto fico esperando um tempo até ela acordar.
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Lindsey narrando
Acordo com um cheiro maravilhoso de panquecas. Levanto da cama e olho em volta. Tento lembrar de tudo que aconteceu e aquelas terríveis lembranças vêem. Dou um longo suspiro e levanto. Vou ate o banheiro do quarto e vejo que tem uma escova de dente nova na pia. Uso ela e quando termino saio do quarto e desço as escadas, rumo a aquele cheiro delicioso.
Entro na cozinha e vejo uma cena tanto quanto surpreendente. Lorenzo está terminando de fazer café. Ele esta de costas para mim e descaradamente sem camisa. Não pude deixar de reparar o quanto ele é bonito. Fico um tempinho perdida em pensamentos quando ele se vira na minha direção. Fico vermelha por ter sido pega no flagra o olhando descaradamente. Ele me encara e da um sorriso.
—Bom dia.—falou calmamente colocando o café na mesa.
—Bom dia.— olhei tudo na mesa e não consegui controlar minha língua.— Então alem de desenhar muito bem você ainda cozinha?
—Digamos que eu tenho mil utilidades.—disse com uma cara de convencido.
—Você é muito convencido sabia?— falei
—Faz parte do meu ego.— Eu ri e ele começou a me encarar com uma cara estranha.
— Você fica linda rindo.—ele afirmou se aproximando de mim.
Eu não me afastei. Não queria ficar longe dele. Ele me encanta de um jeito que nunca me fez sentir assim por ninguém. Ele veio andando, andando, andando até que estávamos frente a frente. Ele tomou a iniciativa e me beijou. E eu retribui.
Não sei o que vai ser daqui pra frente, mas estou disposta a arriscar o que for para ficar com o Lorenzo.
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Oie.
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Meu Anjo da Guarda.
FantasyLindsey Mendes, uma garota de 16 anos, é misteriosa, reservada e bem diferente das adolescentes com quem convive. Sua vida é monótona e sem sentido nenhum. Mas tudo muda quando ela conhece um garoto bem misterioso, que um segredo parece guardar. Lor...