Meu Anjo da Guarda.

Capítulo 5

Sabe aquele ditado o coração dispara, tropeça e quase para? É assim que estou me sentindo agora. Ele, o garoto de cabelo castanho e olhos negros estava a alguns passos a minha frente. Acabara de entrar na diretoria. O meu salvador estava na mesma escola que a minha. Como isso é possível? É muita coincidência.

Júlia, que estava agora me encarando, percebeu meu desconcerto e veio em minha direção, parando ao meu lado.

—O que você tem?—me perguntou franzindo as sobrancelhas.

—Ãn?— falei saindo da minha confusão mental que se instalava no meu cérebro neste exato momento.

—É que você ficou meio pálida agora.—disse me olhando com preocupação.

—Não é nada. Só pensei ter reconhecido alguém.— Não falei muitos detalhes pois ela ficaria me perguntando e eu não estava muito afim de falar sobre ontem.

—Hum, então tá. Vamos para a aula?— Perguntou e eu acenti.

Quando passamos pela diretoria pude reparar que ele ainda estava lá. Parecia que estava preenchendo uma ficha, não sei direito pois não consegui ver mais detalhadamente.

Júlia saiu me arrastando pra sala de aula. Chegamos lá e não tinha muita gente na sala. Só alguns alunos sentados no fundo. Sentamos no canto da sala e ficamos conversando até o professor chegar.

Passado uns dez minutos que o professor chegou alguém bateu na porta. O professor foi e abriu. O mesmo garoto que estava na diretoria estava agora na porta conversando algo com o professor.
Ele o manda entrar e fecha a porta.

—Bom turma, esse é Lorenzo , o novo aluno desta turma.—falou e ouvi suspiros das meninas e resmungos dos meninos.

—Tem uma cadeira vaga do lado daquela menina de cabelo Preto.—falou apontando para a cadeira ao meu lado.

—Ele parece meio estranho.—Júlia cochichou atrás da mim.

Lorenzo veio e sentou ao meu lado. Seu perfume invadiu minhas narinas e era um cheiro doce, quase viciante. Reparei em seus traços e devo admitir que ele é bem bonito.

Parece que ele percebeu que eu estava encarando-o e me olhou de volta. Virei o rosto em uma velocidade tão grande que minha pele quase saiu do rosto. Aposto que fiquei mais vermelha que um pimentão. Olhei de canto e vi que apareceu um sorriso no canto da boca dele.

O professor continuou a aula mas eu não estava prestando atenção. Minha mente dava mil voltas em coisas que não fazia o maior sentido. Fiquei olhando um ponto fixo na parede até escutar meu nome ser citado.

—Júlia— chamei e ela me olhou.—O que o professor disse?

—Ele falou que vai ter um trabalho em dupla que vale cinco pontos na média. Você vai fazer com o Lorenzo —disse e meus olhos arregaram-se.

—E você, vai fazer com quem?

—Com aquela ruiva que está sentada lá no fundo.—olhei para a direção à qual ela apontou. A ruiva estava sentada conversando com a galera do Fundão.

—Ata—falei e prestei atenção no professor que estava falando o tema do trabalho.

—Cada dupla vai ter que fazer uma peça de teatro. O tema da peça será sorteado.—o professor falou e pegou um pote com uns papéis dentro.

Ele foi falando o tema de cada dupla e quando parou na minha dupla ele disse:

—Lindsey e Lorenzo vão ficar com...Romeu e Julieta de Willian Shakespeare.—falou e eu e Lorenzo acentimos.

O professor deu um tempo para as duplas discutirem sobre o tema do trabalho. Eu travei. Não sabia com puxar o assunto. Ele estava a poucos centímetros de mim. Pelo que me pareceu, ele também não sabia oque falar.

—Er...__falei atraindo sua atenção—Como a gente começa, com o trabalho?— Dei graças a Deus por não ter gaguejado.

—Eu tenho o livro dessa peça na minha casa. A gente pode pegar alguns diálogos das partes mais importantes.—Ele falou e percebi que sua voz tem um tom levemente grave. Não muito. Só um pouco.

—Pode ser. Você pode trazer amanhã?—perguntei e ele acentiu com a cabeça.

O tempo passou voando. Mal percebi quando o sinal tocou, indicando o final da aula. Saí da escola conversando com Júlia, a qual estava estressadíssima com sua parceira de trabalho. Me disse que Larissa, a ruiva, era muito mimada, e que não concordava com nada do que ela dissesse.

As pessoas sempre falam para não julgar um livro pela capa mas aquela garota tem uma cara de ser mesquinha, e não me admira Júlia falar essas coisas sobre ela.

Saímos da escola e fomos andando em direção de uma pracinha perto da casa dela. Não era muito longe. Mais ou menos 10 minutos caminhando. Escutei Júlia falando ao meu lado,mas não prestei atenção. Estava ocupada demais perdida em meus pensamentos.

Ele não saía da minha cabeça. Cada vez que eu penso naqueles olhos eu me pergunto: De onde ele é? Por que parece ser tão misterioso?

Um estalar de dedos ecoa na minha frente. Minha amiga me encara com o cenho franzido.

—Por que você anda tão distraída?—me perguntou e percebi que já tínhamos chegado no parque.

Sentamos no balanço.

—É que...é muita pressão pra mim. Eu não sei o que fazer da minha vida. Estou desamparada.— desabafei uma parte dos meus problemas. Parece que minha vida não tem um propósito.

Estou no segundo ano do ensino médio e mal sei o que vou cursar na faculdade. Minha vida poderia estar mais confusa do que já está?

Conversei um longo tempo com a Ju mas como já estava na boca da noite resolvi ir para casa. Quando cheguei tomei um banho e escovei os dentes. Não estava com fome então resolvi ir dormir.

Quando cheguei ao meu quarto tinha uma folha de papel em cima da minha cama. Era um bilhete. O abri e de cara vi que a caligrafia de quem escreveu é realmente impressionante.

Tudo na vida tem um propósito. Você irá encontrar o seu.

Era o que estava escrito no bilhete.

Quem será que mandou ele? E por que?

Com muitas perguntas e nenhuma resposta, adormeci.

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Ooi gente! Tudo bom com vocês?

Mais um capítulo como prometido.

Ja tem alguma noção de quem deixou no bilhete? Se tiver deixe nos comentários.

Se tiver alguma crítica construtiva me fale no pv.

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