Who are you? | KTH

12: Se Ame, Como Eu Te Amo!

Kim Taehyung

É possível eu ter sentimentos? É possível eu ter despertado isso mesmo sabendo que minha tarefa é curta e passageira, mesmo sabendo que sumiria quando meu trabalho estivesse concluído?

Naquele dia ela havia concluído o último passo, havia sentido que So-Hyung não era mais a menina de seis meses atrás, no início quando ele me delegou a tarefa pegou o álbum em que eu era o escolhido e entregou em suas mãos, quando vi a menina, quando escutei seu choro e desabafo, duvidei de minha tarefa, fiquei com medo de não conseguir.

Porém meus amigos me deram força, disseram para eu confiar no conhecimento que tinha e que tudo daria certo, eu revelaria a real personalidade da até então "menina invisível" e faria sua luz ser mostrada ao mundo; no entanto eu não achei que me apegaria, que me envolveria, se fosse se tornar tão importante e que no final tão difícil de se dizer adeus.

Ao meu redor via dois de meus melhores amigos sofrendo pelo mesmo motivo, eles haviam se apegado e a hora do adeus foi a mais difícil, ao ouvir o tilintar do relógio eu sabia que o portal se abriria em breve e eu a veria mais uma vez, a última vez. Eu não estava preparado, eu não sabia se conseguiria, não queria ver as lágrimas que lutei para que desaparecessem, não queria ver a tristeza nublar seu sorriso. Eu amava aquele sorriso.

Olhei minhas mãos e respirei fundo, não era o verdadeiro, não tinha o direito de a iludir, porém eu havia me iludido achando que poderia ficar, enrolar, procrastinar, mas minha tarefa era para ser cumprida e se não fosse ambos seríamos prejudicas e falharíamos eu na função para que fui criado e ela em se desenvolver e se tornar especial.

Vi Taehyung se tornar seu utt por conta de seu longo tempo comigo, Hoseok ainda era seu amor maior, porém eu havia ocupado um espaço especial, único e diferente; a ajudei em algo que precisava e que se não houvesse um grande passo se afundaria em um poço frio, fundo e escuro.

Respirei fundo quando vi que deveria ir, ir para o seu quarto, ir dar as felicitações, ir dizer adeus, ela ainda não havia chegado e se quarto está desarrumado por sua pressa ao sair atrasada naquela manhã, olhei ao redor e ri das lembranças, eram tantas.

Em breve tudo se apagaria, em breve eu não mais existiria, nossa função era simples: a frase nos libertava fazendo com que ajudássemos aquele que sofria por algum motivo, durante o aprendizado dos passos teríamos uma dimensão para viver está dentro do pôster que era a fonte do poder e quando o indivíduo aprendesse as lições e entendesse, bem a dimensão deixaria de existir e o pôster se tornaria o que ele é de fato, uma foto sem vida.

Não havia como mentir, fingir, enrolar ou fugir; essa era a lei natural, e ela devia ser seguida; se afastar ou fugir se tornaria ainda mais doloroso para ambas as partes, causando até o desaparecimento sem uma despedida...

- Estou em casa! - sua voz animada se fez audível no andar de baixo

Respirei fundo e ajeitei a roupa que já era costumeira de todos os meus dias ali, eu estava nervoso, não queria ver ela triste nem chorar, sempre odiei despedidas e infelizmente havia chegado o momento da minha.

- Ei! - ela disse sorridente - as meninas planejaram uma noite do pijama na sexta, estou tão animada! - Seus olhos brilharam em excitação e eu sorri sem jeito, finalmente ela notou meu jeito - por que está tão calado? Que carinha triste é essa Tae?

- Temos que conversar - disse fazendo um biquinho, já havia desistido de tentar ser forte, para que esconder ou mascarar os sentimentos, sinceridade era essencial e dado a como seu sorriso se fechou ela sabia o que viria...

- S-sobre? - sua voz falhou e seu olhar me dizia que ela sabia o assunto.

- Bem... como posso dizer... - cocei a cabeça pensando nas melhores palavras

- Você vai embora não é mesmo? Você não pode, como será sem você? Quem irá me dar conselhos? Quem irá me ajudar!

- Suas amigas, seu coração e as lições que te dei - dei um sorriso singelo - você está pronta, já consegue ver o mundo com clareza e sua linda luz está brilhando cada vez mas - me aproximei sentindo as lágrimas se aglomerarem em meu rosto - você está forte e não é mais aquela menininha assustada e negativa de antes.

- Eu não sei se consigo!

- Consegue sim, sei que sim, já está conseguindo não é mesmo? - a encarei acariciando seu rosto - e olhe você sempre terá as lembranças e verá shows, ouvirá musicas e entrevistas sobre mim!

- Não será a mesma coisa!

- Porem estarei em suas memórias, com momentos que somente nós dois compartilhamos.

Ela se sentou na cama desolada e mesmo eu indo a sua direção ela parecia inconsolável, não havia mais palavras a serem ditas, não havia desculpas para serem dadas, não havia melhor despedida do que nosso silêncio e o calor de nosso abraço.

Senti o aviso que meu tempo estava acabando, senti suas lágrimas molharem minha camisa e meu coração doer por conta de tudo que estava acontecendo.

Mas no fundo eu sabia que minha tarefa estava cumprida que ela seria uma menina mais feliz, que sua vida seria cercada de pessoas que ajudariam de forma verdadeira, e que toda a luta que tive dando conselhos e brigas que passamos resultaram em um ótimo final.

- Obrigada Taehyung, obrigada por tudo - sua voz saiu abafada por conta de estar abraçado junto a mim - você apareceu no momento certo e só me ajudou, não tem noção de como sou grata.

Fiquei sem palavras e apenas sorri largo e concordei com a cabeça, a mesma continuou na mesma posição por mais alguns minutos até eu sentir que devia voltar, devia a deixar, minha estada estava já estava quase no fim.

- So-Hyung se ame, se ame cada vez mais, cada dia mais, sinta alegria em estar viva, viva intensamente cada minuto, sorria e se divirta sem ter arrependimento e tenha a certeza que o melhor amor que vai encontrar é o que sente por você mesmo. Me promete fazer isso?

- Prometo Tae!

- Se ame So-Hyung! - me levantei me afastando - se ame, assim como eu te amo!

Antes que ela dissesse qualquer coisa corri, corri e entrei pelo portão que se abria, sabendo que aquela era a última vez, sabendo que eu não voltaria, sabendo que deixaria aquela flor rara para trás.

E foi assim olhando...

Me sentei na posição que era minha por direito e virei novamente o que sempre fui.

Um pôster.

Um ser inanimado.

Masque de alguma forma continha o coração apertado.