Chapter Eleven

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O sinal havia batido há alguns minutos e eu estava esperando o Harley, no lugar combinado, para irmos comprar alguns materiais. Ele chegou depois de algum tempo e fomos até um Target que tinha perto de nossa escola. Compramos algumas peças de isopor, para fazemos a maquete, e pegamos milhares de pedaços de papelão que ficavam distribuídos na frente do estabelecimento para que a população pegasse a vontade. Compramos mais alguns materiais em uma lojinha de conveniência e fomos direto para casa.
— Garota do laboratório, eu havia me esquecido de como sua casa é bonita. — Ele disse assim que entramos.
— Minha mãe era arquiteta e tinha um portifólio com todas suas ideias, meu pai resolveu decorar a casa baseado nele. — Falei sorrindo olhando ao redor.
— Sua mãe era uma arquiteta em cheio. — Ele continuou andando um pouco para examinar a prateleira de livros.
— Sim, ela era.
— Madison, é você? — Papai gritou de seu escritório.
— Sim, Pai. Estou com um amigo. — Respondi e logo pude ouvir alguns passos. Papai odiava ser um mal "anfitrião" e sempre fazia questão de conhecer meus amigos.
— Você não me avisou que receberíamos visitas. — Meu pai disse sorrindo enquanto vinha em nossa direção.
— Pai, esse é o Harley. Ele veio para fazermos um projeto da escola.
— Muito prazer, senhor Wright.— Harley disse estendendo a mão.
— O prazer é todo meu, Harley. Me chame de John. — Meu pai falou ainda com o sorriso no rosto, apertando a mão de Harley. — Bom, só vim para cumprimentá-lo rapidamente, preciso sair para resolver algumas coisas na empresa. Fique a vontade.
— Muito obrigado, senh... John. — Harley respondeu e meu pai fez um sinal para ele, saindo pela porta.
— Vamos fazer o trabalho na área da piscina? — Perguntei.
— Por mim tudo bem.
— Ok então, se você quiser, pode ir indo até lá com as sacolas. Vou buscar as tintas e os pincéis. — Disse e ele concordou indo em direção a parte de fora.
Subi rapidamente para o meu quarto e peguei uma caixa onde estava todas as minhas coisas de pintura e desci indo para a piscina. Harley estava tirando as coisas da sacola com todo cuidado organizando-as no chão. Me sentei ao seu lado e fui fazendo a mesma coisa com as tintas e os pincéis que estavam na minha caixa.
— Não sabia que você pintava. — Ele disse olhando para a minha caixa rosa com o nome "Madison" decorado em letras douradas.
— É apenas um hobby, não acho que sou boa o suficiente para virar uma artista. — Falei indiferente.
— Para com isso, tenho certeza que você é boa o suficiente para ser quem você quiser. — Ele disse com as sobrancelhas arqueadas.
— Tenho uma leve impressão que você já me disse isso. — Respondi sorrindo.
— É, eu também.
Depois que terminamos de organizar os materiais, começamos a pesquisar imagens para nos basearmos e decidimos fazer um sistema solar. Ok, não é nada original, mas estávamos tão animados que nem nos preocupamos. Harley foi pintando alguns isopores de preto para formarmos uma base e eu fui pintando os planetas nos isopores em formato de círculos que havíamos comprado. Depois de ter montado as partes principais, colamos os planetas em palitos e os colocamos na base de isopor. Harley teve a ideia de fazer um teto e colocar algumas estrelas penduradas, que foram feitas com muita cola e glitter prateado. Terminamos o projeto em algumas horas e ficamos completamente satisfeitos com o resultado. Definitivamente, éramos uma boa dupla.
— Meu Deus, Harley. — Disse em meio a algumas risadas.
— O que foi? — Perguntou confuso.
— Você está todo sujo de tinta! Olhe só para o seu rosto. — Disse pegando a câmera de meu celular e tirando uma foto para que ele veja o estrago.
— COMO FOI QUE EU FIZ ISSO? — Ele perguntou olhando seu rosto completamente sujo de tinta e glitter.
— Como você fez eu não sei, só sei que eu não sujei um dedo sequer de tinta. — Respondi me gabando com as sobrancelhas arqueadas.
— Ah é? Então acho que você não se importaria se ficasse suja de tinta como eu. — Disse com um sorriso malicioso.
— Não. Ouse. — Pronunciei separadamente.
Harley mexeu sua mão lentamente e eu me levantei e sai correndo pelo quintal. Ele estava logo atrás, com dois potes de tintas, na esperança de me sujar com algum. Assim que ele me alcançou, jogou os dois potes de tinta que tingiram todo o meu rosto e minha roupa e correu em meio a gargalhadas para o outro lado da piscina. Fingi que a tinta havia entrado em meus olhos e me sentei abaixando a cabeça.
— Maddie? Me desculpe! Está tudo bem?— Harley disse se aproximando e eu peguei um copo com água suja, que estávamos utilizando para limpar os pincéis, e de supetão, joguei em seu cabelo.
— Ok, agora você foi longe demais. — Ele disse fingindo estar bravo e se abaixou fazendo cócegas em mim.
— Harley. — Disse rindo desesperadamente. — Por favor, pare. — Gritei rindo ainda mais, fazendo com que ele começasse a rir também.
— Você não devia ter tocado no meu cabelo. — Ele respondeu continuando com as cócegas enquanto eu me contorcia no chão.
— E aí, gente. — James disse chegando junto com o meu irmão e Harley parou imediatamente, me ajudando a levantar do chão.
— James? O que faz aqui? — Perguntei soltando algumas risadas e tomando o fôlego.
— Seu irmão me chamou para jogarmos videogame. — Respondeu seco, olhando para Harley.
— E aí, Harley... quer subir pra jogar com a gente? — Tyler perguntou inocentemente e Harley se levantou.
— Obrigado cara, mas preciso ir. Só vou ajudar a Maddie com essa bagunça que fizemos do trabalho e já vou embora. — Ele respondeu meio desconcertado pelo olhar de raiva de James.
— Tudo bem então, nos vemos amanhã. — Tyler disse subindo e James se aproximou, me dando um leve selinho.
— Podemos sair depois, o que acha? Já íamos amanhã mesmo. — Propôs ainda estando muito perto.
— Por mim tudo bem. — Respondi sorrindo dando um pequeno passo para trás.
— Tudo bem, então. — Falou dando um sorriso. — Até mais, Harley.
— Até, bro. — Harley respondeu e ele subiu as escadas em direção ao quarto de Tyler.
Harley começou a pegar os restos de materiais descartáveis do chão e colocou-os em algumas sacolas de lixo. Comecei a pegar os potes de tinta que haviam sobrado e os coloquei de volta na minha caixa.
— Você me sujou inteirinha. — Disse tentando cortar o clima tenso que havia ficado.
— É que eu achei muito injusto eu ter me sujado tanto e você não. — Respondeu com um sorriso amarelo. — Você precisava estar, no mínimo, 1% suja de tinta.
— Ok, você se justificou bem. Eu te perdoo. — Disse e ele soltou uma risada abafada.
Terminamos de arrumar toda a bagunça e levamos o projeto até meu quarto, para evitar que ele quebrasse ou estragasse ficando lá fora.
— Bom, eu preciso mesmo ir.
— Eu te acompanho até à porta. — Respondi com um sorriso e descemos as escadas em direção à porta de casa.
— Obrigado pela recepção, Maddie.
— Imagina, mauricinho. Você é sempre bem vindo aqui.
— É ótimo saber isso, ainda quero um convite formal para eu ver suas obras. — Ele respondeu sorrindo.
— Pode deixar, vou fazer uma exposição de horrores só para você vê-las.
— Você é muito boba. — Disse sorrindo saindo pela porta. — Te vejo amanhã.
— Até amanhã então, Romeu.
— Até, garota do laboratório. — Falou um pouco mais alto de longe e eu fechei a porta de casa, subindo até meu quarto para tomar um banho e tirar toda a sujeira de tinta que estava em meu corpo.

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