Save Your Breath

Chapter Twenty Eight

— Escutem! Se ganharmos hoje, vamos sair dessa quadra e ir encher a cara na casa do Adam para comemorar! Se perdemos, vamos encher a cara na casa do Adam e ficamos felizes por termos chego até aqui! — James gritou. — Hoje nada mais importa. No 3, Warriors.
— 1...2...3... WARRIORS! — Os meninos gritaram e se posicionaram no centro da quadra.
O jogo se iniciou e o outro time acabou ficando com a primeira jogada. Os meninos eram absurdamente altos e tinham um físico que pareciam que já estavam na universidade. Confesso que estava um pouco preocupada, visto que, não estávamos contando com a presença de Tyler, o que já era uma desvantagem. O primeiro quarto se finalizou com um placar de 18 a 10 para o outro time. Nós estávamos tão nervosos da arquibancada que qualquer cesta que o time adversário poderia tentar fazer, começávamos a vaiar para tentar atrapalhar pelo menos 1%. Harley parecia nervoso, mas fazia jogadas incríveis e estava levando o time a uma virada maravilhosa. Ele e James pareciam ter entrado em sincronia de uma hora para outra e se ajudavam com assistências que levavam a mais pontos para o time. Theo e Adam trabalhavam com a defesa e Ryan se preocupava com os rebotes. O segundo quarto estava quase acabando e já estávamos empatados com o outro time com um placar de 32 a 32. O último lance da rodada seria nosso e James gritou a jogada que eles fariam para que o time já se posicionasse da maneira certa para que ocorresse tudo bem. Harley deu um jeito de se infiltrar na área do garrafão e James jogou a bola para ele estando quase do outro lado da quadra. Harley correu com a bola, saindo da área do garrafão, e foi para a linha de três pontos e a lançou logo em seguida, fazendo os três pontos e levando a torcida a loucura. Todos já estávamos em pé, gritando pelos meninos enquanto eles entravam no vestiário, parecendo mil vezes mais animados. Eu e as meninas havíamos feito uma produção absurda. Prendemos nossos cabelos como os das líderes de torcida, pintamos o rosto, colocamos uma camisa do time, improvisamos pompons azuis e amarelos e cantávamos algumas musiquinhas as vezes.

O último quarto estava MUITO empatado. Quando um time fazia uma cesta, o outro fazia também. Quando um time fazia falta, o outro fazia também. Eu odiava quando os jogos não estavam definidos já no terceiro quarto porque me deixava nervosa em um nível muito alto. Primeiro que, a qualquer momento uma cesta pode virar totalmente o jogo no final. Segundo, eu ODIAVA prorrogações, só me deixava ainda mais ansiosa e nervosa. Faltavam dois minutos para o final do jogo e a bola estava nas mãos de James. Ele tentou fazer a infiltração e acabou sendo derrubado por um dos armadores do outro time. O time foi a loucura quando o árbitro resolveu não dar a falta. James se levantou do chão e, obviamente, foi cobrá-lo. Ele parecia tão irritado e eu já sentia que provavelmente ele seria expulso do jogo, e foi o que aconteceu. James perdeu a cabeça e começou a xingar o árbitro, indo praticamente para cima dele. O técnico do time estava enfurecido, tanto com o árbitro quanto com James, e gritou para que James fosse direto para o vestiário, pedindo um tempo para conversar com o time logo em seguida. Os meninos pareciam nervosos. Harley era o único que tinha a "aparência" tranquila e tentava a todo custo acalmar a todos para que eles não se deixassem levar pelo nervosismo. Qualquer errinho bobo naquele momento poderia custar o troféu do campeonato, então eles precisavam relaxar e fazer as jogadas certas, sem a possibilidade de perder pontos. A bola começou com o outro time, que fez uma jogada errada e acabou nos dando a oportunidade de roubá-lá. Os meninos se posicionaram espalhados na quadra, se movimentando com a bola entre si, visando a melhor oportunidade de fazer cesta. Ryan, que estava com a bola dentro do garrafão, jogou a bola para Harley, que estava na linha de três pontos, e Harley lançou a bola, sendo praticamente arrastado por um dos jogadores do outro time. Parecia que todos tinham congelado no tempo apenas para assistir aquela cena lentamente. A bola bateu duas vezes no aro da cesta e acabou entrando, fazendo toda a torcida se levantar e gritar pelo time. Além dos três pontos feitos, pela infração do outro time, foi dado uma falta de três pontos, o que nos fez gritar ainda mais. Harley lançou os três lances livres, acertando os três, e garantindo a vitória do time por 82 a 76.
*Coloquem a música que está na mídia no inicio do capítulo.*
Assim que o arbitro deu o apito final, corri para a quadra juntamente com as meninas para parabenizar os garotos. Juntei toda a coragem que minha felicidade excessiva havia me dado e fui em direção de Harley com o maior sorriso no rosto, morrendo de vontade de abraçá-lo. Ele estava olhando para mim, enquanto parecia uma eternidade atravessar a quadra para chegar até ele. Quando eu já estava quase chegando perto, Zoe correu na minha frente e se jogou nos braços do garoto, o beijando logo em seguida. Parei de andar no instante que percebi o que eu tinha acabado de ver e quase pude sentir meu queixo caindo. Harley pareceu assustado com o ato da garota e a afastou de uma maneira gentil, enquanto ela parecia super animada e sorria para ele como se quem tivesse sido premiada fosse ela, e na realidade, talvez fosse. Ao ver que eu ainda estava olhando o que havia acontecido, o enorme sorriso que tinha em seu rosto se desmontou. E a enorme felicidade que eu sentia, foi consumida por tristeza. Dei um sorriso amarelo para ele e me virei de costas, saindo de lá o mais rápido possível. Eu podia sentir as lágrimas querendo escapar de meus olhos, mas me recusava a chorar em um lugar público. Passei rapidamente por onde estavam as meninas e corri para o banheiro, sendo seguida pelas duas. Me tranquei em uma cabine e me permiti a sentir tudo o que estava guardado. Me permiti chorar tudo o que eu precisava. As meninas permaneceram do lado de fora no banheiro, curiosas para saber o que havia acontecido para que pudessem me ajudar. Eu não sabia porque eu estava tão sensível. Não soube explicar o que eu senti ao vê-la beijando ele. Não soube fazer absolutamente nada. Quando finalmente consegui me acalmar, sai da cabine e fui até a pia para jogar uma água em meu rosto.
— Foi o desgraçado do James? O que ele fez? — Chloe perguntou com uma voz irritada.
— Não foi ele. — Respondi respirando fundo.
— O que aconteceu, Maddie? — Foi a vez de Amber perguntar.
— Eu estava indo até o Harley, não sei o que deu na minha cabeça, e a Zoe apareceu do nada e o beijou. — Falei me sentando em um banco que ficava próximo a porta do banheiro, sendo acompanhada pelas meninas.
— Eu não acredito. — Amber falou chocada.
— Aquela garota é uma víbora! — Chloe disse com uma careta. — Mas e aí, ele viu que você viu?
— Ele viu que eu estava indo até ele antes. — Falei enxugando algumas lágrimas que escaparam. — Eu nem sei como ele reagiu direito, meu cérebro simplesmente travou e eu fiquei parada vendo os dois que nem uma porta.
— Ah Maddie, eu sinto muito que isso tenha acontecido. — Amber falou me abraçando.
— Acho melhor não irmos até a sua casa, Amber. — Chloe disse para a amiga. — Não vai ser confortável para a Maddie ficar no mesmo ambiente que James e Harley.
— Vocês podem ir! Vocês precisam comemorar com os meninos, eu nunca me perdoaria se vocês não fossem por causa de mim. — Falei deitando minha cabeça no ombro de Chloe.
— Podemos ir até a sua casa e assistir um filme, o que acha? — Amber sugeriu.
— Não, eu quero que vocês aproveitem com os meninos. E acho melhor eu ficar um pouco sozinha também. Preciso pensar em algumas coisas.
— Se você prefere assim, então tudo bem. Mas promete que qualquer coisa você liga pra gente? — Chloe perguntou e eu assenti com a cabeça.
— Estou com cara de choro? — Falei me levantando.
— Está com os olhinhos tristes. — Amber respondeu enquanto eu me olhava no espelho.
— Não quero que o Tyler perceba. Ele parece estar tão feliz.
— Não se preocupe com isso, não deixarei ele notar. — Chloe falou me tranquilizando.
— Eu acho melhor você ir direto para casa, assim não tem que trombar com ninguém. — Amber sugeriu.
— Eu só vou assistir a cerimônia das medalhas e a entrega do troféu e vou para casa. Tyler vai ser premiado também, não posso deixar de assisti-lo.
— Tudo bem, então da uma passada de água em seu rosto, está com os olhos um pouco inchados. — Chloe disse e eu assenti, abrindo a torneira da pia e lavando o rosto por alguns segundos com a água que escorria da mesma. Sequei o rosto com o papel toalha que ficava no banheiro e me olhei no espelho, tentando ver se havia melhorado um pouco minha situação.
— Não está aparecendo. — Amber disse quase lendo minha mente.
— Ok, vamos então. — Falei e as meninas assentiram.
Voltamos para a quadra e os meninos já estavam em fileira no centro da mesma, prontos para receberem suas medalhas de ouro e o tão precioso troféu do campeonato. Nos sentamos praticamente de frente para eles e eu tentava focar apenas em Tyler. Chloe e Amber chegaram a me falar que Harley não parava de me encarar por alguns momentos, mas eu não poderia encará-lo de volta neste momento. Tirei algumas fotos de Tyler, enquanto dava alguns gritinhos, ao vê-lo receber sua medalha. Ele estava tão feliz que me fez esquecer o motivo pelo o qual eu estava triste. Na hora dos meninos receberem o troféu, James, o capitão do time, se retirou para que Harley subisse em seu lugar e erguesse o troféu para todos. Foi quando, finalmente, eu tive a coragem de olhar para ele. Ele estava com um sorriso lindo. Pegou o troféu das mãos da Diretora Davis e ergueu para toda a torcida e para os seus companheiros de equipe, sendo aplaudido e recebendo alguns gritinhos das líderes de torcida. Inclusive de Zoe, que era uma delas.