Chapter Eight

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Acordei com o barulho de meu celular tocando repetidamente e tive vontade de o tacar na parede. Ignorei o toque irritante e me levantei indo em direção ao banheiro para fazer minha higiene. Lavei meu rosto na água gelada corrente e deixei secar naturalmente. Resolvi pegar meu celular para ver o que estava acontecendo e tinham milhões de chamadas perdidas da Chloe. Droga. Eu havia me esquecido completamente que marcamos de ir na festa da fraternidade do amigo do irmão do Ryan. Eram quinze para as dez da noite e eu havia marcado de me encontrar com as meninas as dez! Entrei no chuveiro e tomei uma ducha que durou menos de cinco minutos. Provavelmente, eu devo ter batido algum recorde de banho mais rápido do mundo. Sai do box, me sequei rapidamente e corri para o closet. Coloquei um vestido marsala brilhante de alcinha e um salto prata que tinha algumas pedrinhas brilhantes. Ouvi algumas buzinas e fui para a janela avisar que já estava indo. Passei uma sombra com um pigmento vermelho escuro e logo depois apliquei um pouco de glitter em cima. Fiz um delineado, coloquei meus cílios postiços e peguei o batom nude para passar quando estivesse no carro. Peguei minha bolsinha prata e desci as escadas correndo gritando para meu pai que eu estava saindo. Entrei no carro sentindo meu coração pulando pela boca e dei um tempo para respirar antes de falar com as meninas e ouvir as broncas que elas me dariam.
— Quinze minutos atrasada! — Chloe disse dando partida no carro.
— Me desculpem. — Respondi ligando o flash de meu celular e pegando um espelhinho que ficava na minha bolsa para passar o batom. — Eu saí hoje de tarde e quando cheguei em casa acabei pegando no sono.
— Ok. Dessa vez você está perdoada apenas porque estamos indo comemorar por você.
— Obrigada. — Respondi dando uma risadinha abafada. — Os meninos já estão lá?
— Sim, os "meninos" chegaram. — Chloe disse com um sorrisinho no rosto.
— O que foi? — Perguntei terminando de passar o batom.
— Nós sabemos que você quer saber apenas de James. — Amber respondeu arrumando seu cabelo.
— Na verdade, sim. — Respondi com um sorrisinho. — Ele é um cara legal.
— Pelo amor de Deus, aguentar amiga apaixonada não dá pra mim. — Chloe disse fazendo com que nós três ríssemos.
— Eu não estou apaixonada, tá? Apenas estou gostando dessa fase. — Respondi guardando o batom na bolsa.
— Tá, então você só não está apaixonada ainda, mas logo logo... — Amber disse olhando com a sobrancelha arqueada para Chloe, que lançou o mesmo olhar para ela.
— Ok meninas, estamos quase chegando. Chega desse assunto. — Falei um pouco impaciente e as duas deram risadinhas.
— Salva pelo gongo. — Chloe respondeu estacionando o carro em uma vaga que Ryan pediu para guardarem para ela.
Saímos do carro e andamos em direção ao portão de entrada da fraternidade. Quando entramos, passamos pelo gramado, onde estavam concentradas a maioria das pessoas, e fomos para a área da piscina nos encontrar com os meninos. Chegamos lá e logo nos encontramos com James, Ryan e outros dois meninos que estavam com eles.
— Oi. — James sussurrou em meu ouvido após dar um beijo em minha bochecha.
— Oi. — Respondi de volta com um sorriso no rosto.
— Meninas, esse é meu irmão, Josh. — Ryan disse apontando com a mão para seu irmão, que nos cumprimentou logo em seguida. — E esse é o amigo dele que eu comentei com vocês.
— Prazer, meu nome é Isaac. — Ele disse com um sorriso. — Fiquem à vontade para beberem e comerem o que quiserem. O bar fica logo ali e as comidas estão lá. — Ele disse apontando.
— Ok, Isaac. Obrigada. — Amber respondeu com um sorriso malicioso para Isaac, que entendeu na hora o que ela estava procurando.
— Não há de que. — Ele respondeu com um sorriso sem mostrar os dentes. — Bom, eu vou ali pegar algo para beber. Você quer ir comigo? Assim eu aproveito para te apresentar a fraternidade. — Ele continuou começando a caminhar.
— Eu adoraria. — Ela disse o seguindo e, quando estava quase na porta para entrar na fraternidade, olhou para todos nós e deu uma piscadinha com um sorriso divertido, fazendo com que todos ríssemos.
— E você, não quer dar uma volta? — James perguntou se aproximando.
— Depende, você vai me levar para conhecer a fraternidade também? — Perguntei arrancando algumas risadinhas de nós dois.
— Posso te levar para onde você quiser. — Ele disse saindo e eu fiquei estática no meu lugar tentando raciocinar suas palavras. — Você não vem? — Ele perguntou e eu assenti, sentindo minhas bochechas corarem. Andei em sua direção e fomos caminhando até um lugar aleatório.
Chegamos até uma mesa de ping pong e nos encaramos como se estivéssemos com a mesma ideia na cabeça. James pegou alguns copos e fomos posicionando eles na mesa. Peguei a bolinha de ping pong que estava em uma caixinha em baixo da mesa, enquanto James foi buscar uma garrafa de vodka no bar.
— Eu duvido que você ganhe de mim nisso. — Ele respondeu voltando com a garrafa e colocando vodka nos copos.
— Então vamos apostar. — Respondi convencida.
— Se você ganhar, eu faço uma surpresa para você. Se eu ganhar, eu quero um beijo. — Ele disse com as sobrancelhas arqueadas.
— Tudo bem, mal posso esperar para ver surpresa que você vai fazer. — Disse com um sorriso e joguei a bolinha para que ele começasse. Ele jogou a bolinha e acertou logo de primeira, dando um sorriso malicioso e apontando o copo para que eu bebesse. Soltei um suspiro e virei o copo de uma vez, sentindo minha garganta queimar. Fazia um bom tempo que eu não bebia. Como ele havia acertado a primeira jogada, ele jogou de novo, mas dessa vez acabou errando. Peguei a bolinha de suas mãos e respirei fundo. Mirei em um dos copos que estavam mais para o meio do triângulo e acertei, fazendo uma dancinha ao som de Now or Never da Halsey. James bebeu rapidamente o copo com vodka e lançou a bolinha para que eu jogasse novamente. Respirei fundo novamente e joguei, acertando de novo. Arqueei as sobrancelhas e coloquei uma de minhas mãos em minha cintura. James deu um sorriso e bebeu outro copo.
— Isso é sorte de iniciante. — Ele respondeu jogando a bolinha para mim novamente.
— Vamos ver então. — Respondi e algumas pessoas começaram a se posicionar em nossa volta.
Joguei a bolinha e acertei novamente, fazendo com que as pessoas gritassem loucamente e com que James ficasse com um sorriso sem graça no rosto. Ele tomou mais um copo e, dessa vez, fez uma careta impagável. Peguei a bolinha e a arremessei novamente. Ela quicou na borda de um dos copos e caiu fora, o que fez James soltar um grito de alegria.
— Chegou a vez do papai aqui. — Ele disse pegando a bolinha que havia caído no chão e a limpando com um guardanapo.
James respirou fundo umas quatro vezes, mirou em um dos copos e jogou. Para sua sorte, e meu azar, ele acertou. Peguei o copo, tirei a bolinha de dentro e bebi seu conteúdo, que novamente desceu queimando. James e eu jogamos alternadamente e, no final, ele acabou ganhando de virada. As pessoas que nos acompanhavam não paravam de gritar seu nome enquanto ele se vangloriava disso. Nós dois estávamos tão bêbados que só sabíamos rir da situação. Saímos de dentro da casa cambaleando e fomos nos sentar em uma parte afastada da fraternidade, onde tinha um gramado e algumas árvores. Estávamos conversando sobre algo que eu nem conseguia me lembrar mais e James contou uma piada aleatória envolvendo o James Bond e pinguins. Ele ria tanto da própria piada, que fez com que eu caísse na risada também. Nós dois estávamos há tanto tempo rindo que, no final, eu nem me lembrava o motivo.
— Eu acho que você está me devendo alguma coisa. — James disse no momento em que conseguimos parar de rir.
— Você não vai querer ser beijado por uma garota com hálito de vodka. — Respondi rindo mesmo sem ter tido nenhuma graça e ele se aproximou, segurando meu rosto em uma de suas mãos.
— Pode apostar que eu quero. — Falou me encarando nos olhos e eu fui me aproximando lentamente, totalmente presa pela iris de seus olhos. Toquei meus lábios nos lábios de James e dei uma leve esfregada, fechando meus olhos. Ele me aproximou mais ainda com uma das mãos e logo pude sentir sua língua invadindo o céu de minha boca. Coloquei minhas pernas em cima das pernas dele, para que nos encaixássemos melhor e ele apoiou suas mãos na minha cintura. O beijo estava se intensificando cada vez mais. Quando eu vi já estava deitada em cima dele, com nossas pernas entrelaçadas. Separei o beijo e me joguei a seu lado. Ele colocou um de seus braços à minha volta e ficamos um tempo deitados olhando para o céu.
— Você consegue enxergar aquela constelação ali? — Ele perguntou apontando para o céu.
— Eu não estou conseguindo enxergar nada. — Respondi me sentando. — Meu Deus, eu estou muito bêbada.
— É, eu também estou. — Ele respondeu se sentando também.
— Meu pai vai me matar se me ver nesse estado. — Falei afundando o rosto em minhas pernas.
— Ei, fica calma. Ainda são duas e meia, tem o resto da madrugada inteira pra você se recuperar. — Ele falou colocando sua mão no meu joelho e chacoalhando o mesmo. — Vem, vamos procurar a galera. — James disse se levantando e esticando a mão para me ajudar a levantar. Segurei sua mão e ele me puxou, fazendo pouco esforço. Voltamos para a parte movimentada da festa e ficamos andando por ela para tentarmos achar alguém. Andamos cerca de uns dez minutos até encontrarmos Chloe totalmente bêbada sentada em uma parte do sofá brigando com alguém em seu celular.
— Escuta aqui, seu idiota. Você vai vir aqui e vamos transar de novo.... Eu não quero saber que você está estudando, eu quero que você venha aqui e transe comigo. — Chloe gritava no celular.
— Ei, me dê isso. — Disse pedindo o celular.
— Maddie, ainda bem que você chegou. Diga para o seu irmão que eu estou muito brava com ele. Mas eu não posso te contar o motivo. — Ela disse rindo e eu roubei o celular de suas mãos, olhando rapidamente para o visor. O nome "Tyler" estava estampado no próprio. Droga. Droga. Droga. A Chloe havia transado com o meu irmão? Olhei para James, que estava com a mesma cara de espanto que eu, entreguei a chave do carro para ele e pedi para que ele levasse a Chloe para o carro, enquanto eu tentava achar a Amber.
Eu havia ficado tão perplexa com a situação que fiquei quase totalmente sóbria. Encontrei Amber com o mesmo garoto que ela havia saído no começo da festa. Ela hesitou um pouco para ir embora, mas acabou concordando. Por sorte, ela nem havia bebido tanto, se preocupou em ocupar sua noite fazendo outras coisas.
Chegamos até o local que estacionamos o carro e a Chloe estava capotada no banco de trás.
— Ela acabou apagando. Quer que eu leve vocês para casa? Posso avisar o Ryan e...
— Não precisa, James. Estamos bem. Mas obrigada. — Respondi sorrindo. — Sei que é chato pedir mas...
— Relaxa, não vou falar nada pra ele. — Ele disse se aproximando e me dando um selinho. — Se cuida e me avisa depois como essa maluca está. — Falou me entregando a chave.
— Eu aviso sim, aproveite a festa. — Respondi e  ele apenas sorriu como resposta.
Entrei no carro e olhei pra trás para ver se estava tudo bem com a Chloe. Aparentemente, ela estava em seu décimo sonho. Dei partida no carro e Amber foi contando sobre sua noite praticamente a viagem inteira de volta para casa. Quando chegamos em casa, Amber me ajudou a carregar a Chloe até meu quarto e eu sugeri que ela dormisse em casa também. Peguei algumas cobertas e alguns travesseiros e coloquei no quarto de visitas para que ela e Chloe dormissem. A cama do quarto de visitas era bem maior que a minha, então seria melhor para elas dormirem confortavelmente. Sem contar que o quarto de visitas ficava bem longe do quarto de Tyler, assim ele não corria perigo de ter seu quarto invadido pela Chloe.
Voltei para o meu quarto e me joguei na cama, mesmo sem tirar a maquiagem. Minha cabeça estava borbulhando de pensamentos. Primeiro, sobre James. Ele estava sendo tão carinhoso e eu realmente estava gostando do lance que estávamos tendo. Segundo, Chloe e Tyler. Como eles tiveram algo e nenhum dos dois comentou sobre? Eu não tenho ciúmes de minhas amigas ficarem com o meu irmão, mas sempre que isso aconteceu, ele me falou sobre. Definitivamente, Tyler e eu teríamos uma boa conversa.

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