Capítulo 9

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Maio de 2019, Londres.

Aquela era uma situação atípica e Madeleine Courtier tinha todo o direito de estar surtando. Ninguém poderia julgá-la por estar colocando papel higiênico nas dobras do joelho, dentro do sutiã e com uma toalha envolta de sua nuca. Estava suando frio e quando a buzina do carro de Tom soou na rua, ela encarou seu reflexo no espelho e contou até dez para evitar gritar e surtar de uma vez por todas. Aspirou fundo, soltando o ar com calma e repetindo o gesto mais algumas vezes, antes de retirar os papéis higiênicos e deixar a toalha no cesto de roupas sujas, seguindo para fora do quarto e descendo as escadas da casa de seus pais com uma tranquilidade que não habitava em sua alma. Thomas estava na sala, conversando com Edward sobre alguma coisa no qual Maddie não prestou atenção e logo o olhar de sua avó estava sobre ela. Adele abriu um sorriso encorajador, mas nem aquilo seria capaz de acalmar Madeleine. Deveria ter tomado o calmante que sua mãe havia sugerido e queria bater em si mesma por ter recusado. Havia acreditado que tudo daria certo. Era burra, não tinha como negar nem para si mesma. 

Tom se virou para ela quando a garota desceu o último degrau e o sorriso que quase sumia com os olhos do garoto fez o coração de Maddie bater descompassado, causando-lhe um turbilhão de sentimentos que ela não saberia definir direito. Adorava vê-lo sorrir, aquilo era um fato. Ele era tão bonito, mas quando sorria Madeleine conseguia enxergar o coração dele e aquilo era o suficiente para fazê-la se apaixonar cada vez mais. 

- Você está linda.  - Holland a elogiou, fazendo-a corar levemente. Usava um vestido floral e os cabelos estavam soltos e bagunçados como de costume. Poderia ter se arrumado um pouco mais, mas seria apenas um brunch com a família de Tom, não havia a necessidade de uma produção muito exagerada. 

- Obrigada. - Sorriu em agradecimento e Tom a segurou pela cintura, deixando um beijo em sua testa e sorrindo para ela. 

- Nervosa? - Indagou e o sorriso brilhava em seus olhos. Madeleine bufou. 

- Você sabe que sim, Holland. - Chiou. - Estou prestes a vomitar. - Respirou fundo e o ator riu. 

- Vai dar tudo certo. - Garantiu. - Você é adorável e eles irão perceber isso sem muito esforço da sua parte. - Beijou-a no rosto e então Maddie se virou para a família, acenando em despedida e seguindo com Tom para o carro. Tomou a liberdade de conectar seu celular ao aparelho de som do carro e escolheu Never Be Alone do Shawn Mendes para tocar. Aquela era sua música de conforto e a garota sorriu largo quando Tom entrelaçou seus dedos aos dela. 

- Você ainda vai gostar de mim, mesmo se seus pais me odiarem? - Maddie questionou e o ator soltou uma risadinha fraca. Se inclinou para ela e beijou-lhe nos lábios, do jeito que fazia as pernas de Maddie bambearem. O beijo de Tom tinha gosto de menta e Madeleine simplesmente adorava aquilo. Segurou a nuca dele e logo suas mãos estavam brincando com os fios de cabelo do ator, enquanto o beijo persistia até ficarem sem fôlego. Thomas sorriu, ainda de olhos fechados e a testa colada a da namorada, enquanto Maddie puxava o ar com força para os pulmões. 

- Eu ainda serei completamente apaixonado por você, mesmo se meus pais te odiarem. - Sussurrou. - Mas isso não vai acontecer, porque eu estou feliz com você e isso é tudo  o que eles mais querem para mim. 

Madeleine assentiu em concordância, escondendo o rosto contra a curva do pescoço do ator em seguida. - Estou com medo. 

- Eu sei. - Holland falou. - E estou aqui com você. - Beijou o topo da cabeça dela para reforçar sua fala. E aquilo acalmou o coração de Madeleine parcialmente. 

Quinze minutos mais tarde e Tom estava estacionando o carro em frente a casa que Maddie supunha ser de sua família. Era normal como qualquer outra casa na Inglaterra e aquilo acalmou a garota um pouco mais. Se encontrasse um mansão, provavelmente iria se sentir desconfortável e deslocada da vida de Tom, como nunca havia se sentido até então. Ele era um ator mundialmente conhecido - e provavelmente quase milionário -, mas para ela era apenas Tom. Seu Tom. Não encontrava diferenças gritantes em seus estilos de vida e aquilo era bom, já que diminuía a distância social que não deveria existir entre eles. 

Make You Believe Again [Tom Holland]Onde histórias criam vida. Descubra agora