O ECRÃ - I

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Era uma terça-feira, ninguém notou minha presença, era o último ano, o último ano e parecia que tudo estava simplesmente a acontecer.

Como os ventos nas mangueiras do Zango 4, e o brilhar do sol nas janelas dos quartos. E ainda não amo. Mas como sempre, isolado. Em todo lado.

Toda gente parecia feliz, toda a gente tinha alguém. Excepto eu, que só tinha o céu o céu... E a lua.
Mais tarde depois das aulas, voltei à ativa rotina virtual que eu tinha.

- Na rede social Lid publica a seguinte nota:

- Você não sabe o que é a vida, até conhecer a morte.

- Então alguém respondeu-lhe: Sei sim, a vida é a felicidade é amor.

- Não para aqueles que não
amam e não são felizes - Em resposta Lid digitou.

- Diria isso à uma garota? - O usuário questionou.

- Digo isso a pessoas infantis - Lid ao escrever expressou.

- Você tem algum problema, sério mesmo! - C68 afirmou.

- Problemas não existem, até pôr em risco algo importante para nós.

- A pessoa com quem ele falava, era C68, um usuário da mesma rede social.

Lid Wilson, nem sempre estava no quarto, as vezes ele queria ver o mundo de uma forma vazia, de um jeito que mais ninguém faria, mas o amor, o amor ele não tinha. Caminha pelas ruas iluminadas do Zango 4, com o seu casaco alargado, agia de uma forma invulgar ao olhar fixamente nos olhos, era de pasmar.

Quem por ali passava, via que ele estava sempre de boné, um boné azul quase preto, e um ténis cinzento. De Pele negra quase acastanhada, olhos pretos, alto com cerca de 1,80m de altura, magro mas com músculos bem definidos.

No outro dia, Lid Wilson já nem sabia, se comeria, se dormiria ou sairia. Seu hobbies eram escrever e ouvir rock, como o do Imagine Dragons, ou rap do Eminem e quando batia aquela bad, um pouco de James Arthur e James Blunt para refletir. É que nada mais fazia sentido para Lid, é como se pelo seus sentimentos ele fosse oprimido e estivesse algo nele reprimido. Mas ele tinha um sonho, ele queria ser escritor antes de morrer. Por isso decidiu começar a escrever, escrever até não puder mais. Escrevia sobre a vida e a morte, sobre a verdade como suporte, escrevia sobre inteligência e negligência.

Então voltou a entrar naquela mesma rede social e publicou outra nota:

" Nós nunca amamos quem deviamos amar, até que alguém nos ame de volta ".

E toda gente que viu a nota, isto é: Dois mil usuários do Bring Your Words, responderam e partilharam a nota.

Mas havia um comentário que dizia: " Pessoas incompletas, procuram refúgio na arte" . Foi do usuário C68, que enviou a seguinte mensagem:

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