STARS - XXXIV

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Naquele dia Kátia acordou cedo, voltava do estágio em Londres, onde aproveitou para visitar a família de um velho amigo, que morrera há alguns anos, eles eram próximos, mas passaram pouco tempo juntos, ela estava no avião, junto à uma das janelas, e olhava para as nuvens, através dela, ela estava com uma camisa azul, e uma saia preta e sabrinas pretas, usava o cabelo comprido e liso, sua pele acastanhada reflectia como a luz do sol, seu sorriso, naqueles lábios pintados de vermelho, é mais do cativante, seu olhar brilha mais do que um mar de diamantes e todo homem ali, olhava para ela de um modo alucinante.

Olhava pela janela do avião, via uma paisagem de parar o coração, seus olhos, seus lindos olhos, contemplavam o brilho infinito do mar, a saudade insaciável de amar, de abraçar e alguém beijar.

- Você vai voltar para o seu esposo? - Perguntou um homem adulto, branco de cabelos brancos, voz tremula de sotaque francês. Usava um boné azul, de pala amarela.

- Na verdade, nós terminamos de uma forma fria, talvez ele não fale mais comigo - Ela tirou os olhos da linda paisagem.

- Olha minha filha, eu nunca conheci ninguém como a minha Margareth - Levantou o indicador direito - Eu voltaria para ela quantas vezes forem necessárias, e quando eu morrer. Espero ter morrido primeiro, porque eu não viveria sem ela - O homem falou, e de uma forma amarga suspirou.

- Na verdade, é muito bom saber que ainda existe esse tipo de amor. Muito bom mesmo - Ela sorriu.

- Filha - Ele pegou-a pela mão. - Não existem pessoas perfeitas, mas existem pessoas dispostas a melhorar pelo relacionamento, por amor. É esse tipo de pessoa que você tem de procurar.

- Vai querer alguma coisa? - Pergunta a aeromoça, com um carrinho de aperitivos, fruta fatiada e sumos naturais.

- Snacks de queijo por favor - Diz Kátia ao fazer o sinal de dois com os dedos da mão direita.

- Um sumo de laranja. Sabe filha, daqui a pouco nós chegamos, mas nunca chegamos onde queríamos na realidade.

- Não entendo - Kátia pergunta enquanto recebia os Snacks de queijo.

- A vida, ela dá-nos objetivos, mas algum dia nós notamos que não podemos alcançar todos. Então temos de escolher os mais importantes.

- Depois daquilo, eles continuaram a sua conversa, até que chegaram ao seu destino. Angola.

Kátia acabara de chegar, a mãe, Helena, recebeu-a no aeroporto internacional de Angola com um forte abraço e um grande sorriso no rosto, seus dentes brancos reflectiam as luzes do aeroporto. Helena estava de uma calça jeans justa, mulher magra de altura média. Ao longe parecia irmã de Kátia, mas com um tom de pele mais escuro, usava uma blusa azul de alça, um óculos de sol e batom preto.

- Muito bom te ver filha - Diz Helena enquanto a abraça intensamente.

- Mãeeee! Vai destruir todos os únicos duzentos e seis ossos que tenho - Dizia com gemido.

- Ok, entendi - Helena afasta-se - Como correu o estágio? - Helena pega na mala de Kátia.

- Foi bom, incrível até, pena que já acabou - Ela diz um tanto triste.

- Bem, eu consegui um emprego para você na Universidade Rei Mandume.

- Sério mãe? Quando começo?

- Você começa hoje, será a aeromoça da MandumeAIR.

- 'Tá, pega nas minhas malas e leva para casa que eu vou direito para a Universidade - Diz empolgante, quase aos pulos e aos gritos - Obrigado mãe!!! - Abraça ela mais uma vez, e seguiu para a Universidade, depois de pegar um táxi.

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