LEIA-ME! - XXXV

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"Sei lá mano, eu só queria conversar com ela uma última vez"

- STARS: A vida de Lawliet.

Essa foi a frase que mais me tocou - Disse Lid, enquanto tomava café da manhã com Lia, sentado nos altos bancos de madeira junto ao balcão coberto de mármore preto, ele estava com uma chávena vermelha por dentro e branca por fora, já Lia usava uma chávena preta, Lid tinha como pequeno almoço uma chávena de leite e sandes de atum, e Lia o habitual café e duas sandes de ovos mexidos.

- Eu demorei três semanas para chegar nesse capítulo, aí você compra o livro ontem e já está mais avançado nele do que eu! Só você mesmo Lírio - Dizia enquanto adicionava açúcar do pote transparente de tampa castanha ao café.

- Que parte de eu serei escritor você não entendeu Laélia? - Lid terminou a refeição, coloca a loiça suja para Ângela lavar, limpa a boca cuidadosamente com um guardanapo em formato triangular e despede Lia com um gesto feito pela mão esquerda e sai da cozinha para a sala, onde vê seu smartphone tocar por ter mensagens não abertas de Aurora, com o seguinte texto: " Você não vem hoje?"

- "Não, não vou hoje." - Respondeu, vestiu seu casaco preto de capuz, sapatilhas azuis escuras uma T-SHIRT branca e uma calça jeans escura, e foi para a biblioteca, eram cerca de 9h:24min. e o céu estava totalmente nublado, ruas isoladas e estradas vazias, a biblioteca fica longe de casa, por isso foi pelo caminho mais próximo, aquele que fica perto da universidade.

Perto daquele restaurante ele vê a Professora de Direito, que acaba de descer de um Ranger Rover vermelho, ela estava vestida de preto, um vestido um pouco acima dos joelhos, justos, com uma pequena abertura em forma oval que deixa um pouco dos seus seios à vista, cabelo comprido e liso, sapatos de salto alto e um batom preto, sorrindo levemente entra no restaurante, Lid deu de ombros e atravessou a estrada, para evitar o campo de visão da professora, mas não fugiu de Aurora que estava de pé não muito longe dali, Lid chegou até ela e deu um olá, ela respondeu, mas parecia nem estar lá.

- Aurora, você está bem?

- Sim, eu tenho de ir resolver alguns assuntos na universidade mas a gente se vê essa noite. Combinado?

- Sim, pode ser - Lid olha à direita, onde estava Aurora provavelmente a espera de alguém, Lid notou que ela não é mais uma pessoa comum, ela é sua amiga - O que faz aqui sozinha, não tem aula hoje?

- Não, eu simplesmente não tenho passado por momentos fáceis, a vida não tem sido uma boa amiga.

- Nada é fácil, porque se fosse. Não haveria valor nas conquistas.

- Então leia-me! Um último poema, leia-me! Sem nenhuma pressa, leia-me, antes que me perca.

LEIA-ME

Como o livro que você mais amou
Em toda sua vida de escritor

Leia-me!

Com seus olhos fixos no meu corpo nu, não deveria sentir desejo algum

Mas seu respirar em meu pescoço, seu acariciar em meu corpo
Desce desde às costas até a coxa
Com suas mãos firmes segurando-me com força

Em...

Dias de sol, noites de luar
365 dias para contigo estar
Leia-me, quando for me beijar
Leia-me, quando comigo ficar
Leia-me, pois decidi te amar.

- Você sabe que não estou virado para essas coisas agora - Ele colocou as mãos nos bolsos e como sempre ergueu levemente os rosto aos céus.

- Você sempre faz isso, quando está ansioso Lid.

- Você tem me estudado? - Sorriu - Isso é, interessante.

- Você não falava tanto comigo, pensava que não queria ser meu amigo, mas você tem estado tanto em minha mente, que as vezes penso estar doente, doente de amor - Lid olhou novamente para ela, e disse: Seu amor, ele é verdadeiro?

- Na verdade, eu nem sei se é mesmo amor - Ela olha para o relógio de ouro no pulso esquerdo - 11h:00, eu tenho de ir Lid.

- Todos nós iremos algum dia, e a única coisa que restará de nós, são os nossos feitos, porque algum dia até o ADN desaparece e nasce um novo.

A pergunta é, com quem você quer aproveitar tudo que a vida tem para lhe oferecer? As pessoas fazem discursos, textos grandes a falarem sobre amizade e amor, quando não medem esforços para a falsidade e causar dor.
Não quero isso para você, não quero isso para nós.

- Lid?

- A maior dor, o maior fardo de um escritor. É não amar ninguém, como o seu primeiro amor.

- Pára, você vai me fazer chorar. - Dizia já com lágrimas nos olhos.

- Vem - Lid a abraça. - Vai ficar tudo bem.

- Você promete?

- Eu prometo, estar sempre por perto. E porque a vida, ela magoa, estarei sempre por perto - Dizia enquanto a abraçava. Com a sua cabeça junto ao meu perto.

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