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Eu recuso um pouco de fama para ser o que sou.
Não estou louco por dinheiro e nem desesperado pela glória, só quero que meu vazio existencial me ajude a pensar como curar o vazio dos outros.

Eu não tenho culpa se o mundo quer falar de amores enquanto eu tento apontar as dores.

Eu até entendo que foi a capela sistina que deu mais fama ao Michelangelo, mas não tenho capacidade de sofrer o que ele sofreu enquanto pintava e não esculpia.
Também não quero rasgar as minhas obras, me afogar na bebida, vender minha máquina de escrever e parar como Bukowski.

No fundo, eu sou um pouco Van Gogh, quero que as pessoas me elogiem, mas me elogiem pelo que sou, se não for assim, que me deixem morrer.

Talvez, de vez em quando eu fale de paixões, mas sou muito inocente e despreparado para falar de amor, não serei um poeta mentiroso, não escreverei além do que sinto, porque se tornarão apenas palavras.

Quero a salvação e não adoração.

Pode me achar louco, mas se eu não fosse louco, eu não escreveria, ou talvez seja só a embriaguez da juventude.

A melancolia do ócioOnde histórias criam vida. Descubra agora