A melancolia do ócio

Andarilho

Amar é se apegar, e eu não me apego a ninguém, mas ainda bem que não confundo amor com gastrite, como algumas pessoas. Tudo na vida acaba me enjoando. Pensar nisso me mostra o quanto sou vazio por dentro.

Se eu não te amo, eu te idealizo mulher, eu me idealizo te amando e isso para mim basta. As cargas das minhas canetas estouram de tanto que te desenho mentalmente, as teclas do meu teclado já estão afundadas de tanto que eu digito os roteiros dos meus sonhos contigo. Talvez seja por isso que ainda não me sentenciei ao silêncio perpétuo e não fui ao inferno para debater com Nietzsche sobre o super-homem.

Mas se tu me amas, vá embora, não se guarde para mim, seja livre, abra as asas e voe. Estou ocupado demais tentando resolver o mistério da minha existência, e assim eu poderei te idealizar ainda mais. Soul só um ambulante, com a minha mochila nas costas deixo a vida me levar, ela realmente me leva. Ando conforme o dia, não tenho planos e me agarro a somente esse estilo de vida. acabei me tornando discípulo de Aristóteles, virei um peripatético. Já escalei várias montanhas altas, mas escalar essa etapa desse sentimento para mim, é o mais difícil, talvez o meu coração tenha congelado no topo de alguma montanha. O por do sol é meu guia, minha bússola, mas até dele eu me canso. Às vezes eu vou longe seguindo pássaros migrando no céu, outras vou perto seguindo um simples avião de papel, mas se ainda quiser me encontrar, jogue esse aviãozinho no vento, quem sabe ele me guiará até você, mas saiba que irei embora rápido, ainda não sou capaz de amar. Wu sei, talvez eu só seja um cara mimado que fale que não quer amor, só porque não o conseguiu quando pediu.