O amor é uma droga

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eu perdi o tom amor
não sei mais tocar tão bem o violão dos desapegados
toda cifra nova que eu arrisco
vibra você

na madrugada enxergo esse amor
igual ao da Molly pelo Sherlock

eu te amo
todo mundo sabe
você sabe
e abstém
é daí que eu te acho tão impossível
isso sem falar o quanto eu te quero
e o quanto eu penso que não consigo te ter
mesmo se fosse docemente minha
peço desculpas as outras
mas perto de você
são só meu ego

eu posso entorpecer-me das piores drogas
meter o nariz no capitalismo
acender umas paixões vez ou outra
fumar um maço de vazio existencial por dia
posso chegar até a injetar o livro do Bolsonaro na veia
e tomar uma garrafa de romance juvenil da netflix por dia
não importa

o amor continua sendo a droga que mais me mata
e a que eu menos consigo parar de usar.

A melancolia do ócioOnde histórias criam vida. Descubra agora