15 - Já foi

17 3 6
                                    

Parece que não, mas o tempo voa mesmo.

As férias escolares do meio de ano passaram num pulo, como eu não estava liberada do trabalho, só fomos turistar um final de semana, de resto curtimos o conforto do lar. Ensinei ao Lucas a arte de maratonar, passamos horas enrolados no cobertor a base de pipoca, Cheetos de requeijão e brigadeiro de colher.

Em agosto tivemos uma pequena turbulência. Com a chegada dos dia dos pais Lucas foi bem persistente quanto a minha relação com Rodolfo, foi um período bem sensível e acabei contra parede algumas vezes. Eu consegui admitir que demonizei ele a vida inteira e que jamais fui capaz de conhecer de verdade a pessoal que era tão amada por pessoas que amo tanto. Passamos a bendita data no mesmo acordo que fizemos sobre a Mel, Lucas me apresentou seu pai sob sua perspectiva e eu fiquei encantada de conhecê-lo dessa forma.

No meu aniversário em setembro, fui acordada com uma chuva de ovos providenciada por Léia e Lucas. Foi um desastre e claro que fiz os dois limparem tudo enquanto eu aproveitava para fazer uma hidratação com todo aquele ovo no cabelo. Quando chegou a vez de Lucas em novembro, ele dormiu atrás da porta para não ser pego de surpresa, mas o pegamos escondidas no banheiro com muita tinta, guache obviamente porque eu sabia quem ia limpar dessa vez. Quando jantamos sozinhos gostamos de planejar o destino da Léia, até fevereiro temos tempo de ser bem criativos.

Agora consegui me organizar para entregar todos meus projetos e ser liberada em dezembro, estamos planejando aproveitar as férias escolares e viajar, mas próximo do natal voltaremos para , temos compromisso com o coronel. Ele realmente se faz presente na vida do Lucas, sempre ligado e preocupado com o menino, a muito que ele pede para irmos cear com ele, aceitei prontamente. Não só por Lucas, mas também por mim que preciso aprender a abrir mão dos demônios do passado.

Esse ano está se findando, doze meses parece muito tempo, mas é tão pouco. Aconteceram tantas coisas esse ano que se eu pudesse administrar em doses aceitáveis de absorção eu levaria uma vida pra me recuperar e ainda sim esse ano foi o suficiente. A vida te sacode e tira dos trilhos, mas ela mesma trata de te forçar a colocar tudo no lugar e quanto mais rápido melhor.

A cada dia são tantas descobertas que mal posso me conter sabendo que ainda temos a vida inteira pela frente.

Seguimos nesse arranjo doido, mas que acabou sendo a fórmula vencedora.

Welcome homeOnde histórias criam vida. Descubra agora