Afraid of love

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Capítulo oitavo. Afraid of love.



─ Ele é todo seu, policial... ─ Peter hesitou, percebendo só agora que não tinha conhecimento de seu nome.

─ Morales, Aranha. ─ respondeu o policial apressadamente e de maneira constrangida. Aquela era sua primeira vez de frente com o herói e nada podia lhe deixar mais animado. ─ Ah, Aranha, será que eu poderia pedir uma coisa?

─ Claro, senhor.

Retirando de um dos bolsos do uniforme um bloco de notas e uma caneta, o policial Morales pede com uma empolgação a lhe atiçar os cotovelos:

─ Eu tenho um filho. O nome dele é Miles. Será que você pode dar um autógrafo para ele?

─ Mas é claro! ─ eram aqueles momentos que Peter sabia que ser herói valia a pena. E não estamos falando de fama, mas sim ser um exemplo. ─ Para Miles, do seu amigo, o herói da vizinhança Homem Aranha... ─ ia falando em voz alta enquanto escrevia o recado gentil no bloquinho.

─ Muito obrigada, Aranha. Vamos cuidar dele. ─ e com um sinal semelhante a um bater continência, o policial Morales se despede do herói indo se reunir com seus demais colegas.

─ Olha só, tá famosinho até entre os policiais... ─ a voz ao pé de seu ouvido o fez hesitar sob qualquer reação. Por um momento, sentiu-se sortudo em estar de máscara.

─ Ah, May? Comprar pão na volta? Entendi. ─ nem ele acreditava que tinha usado a desculpa da ligação repentina, mas naquele instante, tudo parecia ser uma boa desculpa para não olhar na cara de Tony Stark. ─ Posso ficar com o troco? Droga, tá bom. Já vou indo. ─ rodopiava nos próprios calcanhares, como se forjando sua própria distração, agora começando a andar apressado para longe da cena do crime.

─ Peter.

─ Não posso falar, senhor Stark, May quer pão para a sopa do jantar. ─ nem sabia para onde estava indo, se vendo em um beco entre dois prédios próximo a avenida, mas nada iria o fazer parar.

─ Peter, eu mandei parar.

Sequer teve emocional para reagir. Quando se dera conta, Tony o deteve entre dois braços e uma parede de tijolos. A máscara de ferro se abrira por completo, revelando o semblante austero. Mesmo por debaixo do traje, Peter podia descrever mais uma vez os detalhes de seu rosto. Porém, a impressão era de que sempre havia algo de indescritível naquela expressão. Algo que fatalmente o fazia amolecer.

─ Senhor, por favor. ─ pedia o garoto com a intenção de se desvencilhar do mais velho.

─ Soube que não estava usando o traje. Não pode desistir de quem você é desse jeito. ─ Peter não entendia o propósito daquele sermão e se sentia encurralado. ─ Também soube que se meteu numa briga no começo do mês.

─ Não foi nada. ─ falou com a voz mansa e manhosa, ainda sob a máscara. A maneira como Tony estava fazendo ser aquele o momento, o deixava cem vezes mais desconfortável. ─ Você não precisa fazer isso.

─ Fazer o que?

─ Isso. ─ Peter abaixou com força os braços do homem, tomando distancia e dando as costas. ─ Ficar cuidando de mim. ─ ainda virado, Peter permanece alguns segundos calado, engolindo um possível choro e se recompondo. ─ Faz parecer que você realmente se importa.

─ Mas eu me importo! ─ Tony salientou a voz, novamente se aproximando do garoto, que recusa sem pensar seu toque afável.

─ Muito curiosa a sua maneira de demonstrar. Não importa mais. Eu já vou. ─ dessa vez, Tony não o impediu, permitindo ao garoto o espaço que ele queria.

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