Spring Break

Musk and Tobacco

Dica: Recomendo demais que vocês ouçam as músicas indicadas em algumas partes da história! (Tifanny - I Think We're Alone Now e David Bowie - Heroes), elas dão uma emoção a mais para o contexto, rs.

Capítulo Quarto. Musk and Tobacco.

Qualquer que seja o evento, desde as conferências mais importantes às comemorações mais banais, a presença de Tony Stark sempre era algo muito chamativo. Seja vestido de herói, gênio, bilionário, ou filantropo, fotógrafos e repórteres afobados estarão sempre presentes. Dessa vez não foi diferente; o evento da BMW era uma data que havia sido muito esperada. Afinal de contas, naquele edifício seria apresentado alguns projetos desenvolvidos através da mente criativa e ímpar de um Stark. O que significava um passo a frente no futuro automobilístico. Tecnologia avançada e modelos dignos de filmes cibernéticos. Precisava admitir, apesar do cansaço da semana e o calendário estourando, estava ansioso para este evento em particular. Pelo menos teria a desculpa do menino para não ter que lidar com conversa fiada para cima de si.

Algumas palavras decoradas frente ao público foram suficientes para um depoimento agradecido de Tony, que recebera um cumprimento forte de um dos donos da marca de carros e mais alguns abraços de influentes da área. Depois disso, a apresentação fora realizada com sucesso, demonstrando todos os modelos desenvolvidos em parceria com a Stark Industries, tanto em hologramas personalizados como protótipos em tamanho real que, logo após o falatório todo, poderiam ser experimentados pelos convidados, assim como adentrar em uma cabine de teste drive virtual – Tony adorou isso, sentiu-se como num buffet de festa infantil, só faltou a reforçadora pontuação para duelar com Peter. Logo após o evento, uma festa particular para alguns convidados levou o público para uma área privada do edifício, semelhante a um salão VIP, com direito a pista de dança, open bar e algumas mesas para possíveis casualidades.

Em meio a uma multidão de empresários, secretárias e figuras influentes da área, Tony procurava passar discretamente com o garoto logo atrás de si, que nesse momento já estava particularmente vislumbrado com o ambiente e o tanto de pessoas importantes. Por falar nisso, o homem jurava ter ouvido o garoto comentar algo como ter visto Tom Brady, e antes mesmo de vir a ter qualquer raciocínio com essa informação, acabou perdendo Peter de vista. Arquejando a cada erguida de pés, procurando uma cabeleireira castanha ou tentando ouvir alguma tagarelice, Tony é surpreendido por alguém agarrando seu pulso. Sem demora, ele gira em calcanhares deparando-se com um deleite para os olhos: madeixas loiras platinas descendo em cascata até a cintura, um vestido de tons frios semelhante a seus olhos azuis tempestuosos. Aquela não era uma mulher desconhecida. Não havia como esquecer tal beldade.

─ Tony Stark, então. ─ a pronúncia do nome do homem em seus lábios fazia da sua voz aveludada algo muito atraente.

─ Frost. Emma. Verão de 98? ─ pergunta Tony, envolvido no sorriso sedutor da mulher.

─ Você sabe que sim. ─ agora se lembrava, a personalidade de Emma beirava ao cinismo. Poderia até considerar uma cópia sua, porém mais femme fatale¹ e com uma boa dose de sarcasmo afiado. ─ Ouvi seu nome na boca da empresa. Não poderia perder a oportunidade. ─ nisso, em um movimento tentador, a loira caminha seus braços pelos ombros do homem, o convidando para uma mesa vazia ao fundo do salão.

O caso com Emma Frost não durou mais do que alguns meses. Até por que namorar uma telepata, com habilidades de plantar memórias e criar ilusões, além de conseguir induzir dor e sofrimento, exigia um controle absurdo da personalidade vadia de Tony. Porém, a mulher tinha um poder de persuasão muito poderoso, e acreditava veemente que isso era fruto de sua lábia sedutora, e não apenas mais uma de suas habilidades mutantes. Tão rápido iniciou-se uma tentadora conversa ali, que sequer o pensamento do acompanhante perdido, passou pela sua cabeça.